Madan Parque, uma aposta na eficiência energética
O novo edifÃÂcio Madan Parque de Ciência vai ter cobertura ecológica, que permitirá um comportamento a nÃÂvel do consumo energético sustentável exemplar. Apesar do projecto apresentar um desenho simples, no entanto, a integração da estrutura com arquitectura levou a algumas soluções particulares na parte técnica, muito utilizada em outros paÃÂses europeus como a Alemanha A… Continue reading Madan Parque, uma aposta na eficiência energética
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O novo edifÃÂcio Madan Parque de Ciência vai ter cobertura ecológica, que permitirá um comportamento a nÃÂvel do consumo energético sustentável exemplar. Apesar do projecto apresentar um desenho simples, no entanto, a integração da estrutura com arquitectura levou a algumas soluções particulares na parte técnica, muito utilizada em outros paÃÂses europeus como a Alemanha
A construção do novo edifÃÂcio Madan Parque vai implicar a aplicação de uma cobertura ecológica, que tem vindo a ser integrada obrigatoriamente em alguns edifÃÂcios na Europa. Na Alemanha, a sua imposição levou já ao desenvolvimento das mais diversas patentes, levando ao aparecimento de novos produtos no mercado com custos de implementação tão competitivos como qualquer outra solução. Considerado com um projecto sustentável ao nÃÂvel do consumo energético, poder-se-á afirmar que a construção das novas instalações do Madan Parque, do ponto de vista da engenharia, revela caracterÃÂsticas particulares, em relação àinovação e integração dos aspectos arquitectónicos com os técnicos.
Apesar da concepção estrutural, relativamente àvertente das estruturas e fundações, basear-se numa estrutura racional, coerente e de simples execução, Eduardo Freitas, engenheiro da Empresa de Planeamento e Projectos de Engenharia (EPPE), refere que «Trata-se de um projecto com uma solução arquitectónica simples e clara, de fácil entendimento, que a uma primeira observação sugere uma estrutura regular. No entanto, a preocupação de integrar perfeitamente a estrutura com a arquitectura, conduziu a algumas descontinuidades que obrigarão a soluções particulares». Por outro lado, Samuel Torres de Carvalho, arquitecto da PPST Arquitectura, explica que a escolha pela solução tecnológica, a cobertura ecológica, tem como objectivo «conseguir um comportamento ao nÃÂvel do consumo energético o mais sustentável possÃÂvel». O responsável pela vertente da arquitectura do projecto frisa que na elaboração do desenho os critérios da sustentabilidade foram analisados com cuidado, de forma a serem adoptadas soluções construtivas que permitissem minimizar os custos de energia. E, explica «é um edifÃÂcio muito eficaz ao nÃÂvel da eficiência energética, porque todas as fachadas exteriores são cegas, ou seja, não têm vãos. Não há nenhuma hora do dia onde seja necessário utilizar iluminação artificial», garante o arquitecto.
Com base no conceito de modularidade, o projecto, que vai começar a ser construÃÂdo no inicio do Verão, num terreno junto ao «campus» universitário da Faculdade de Ciências e Tecnologia do Monte de Caparica, foi pensado numa lógica formal de cheios de e vazios prologando-se ao espaço envolvente. Conforme define a memória descritiva do projecto «de alguma maneira este edifÃÂcio será para os utentes como que uma “casaâ€Â, permanente ou temporária, e na “casa†a janela, o vão é sempre o lugar através do qual contemplamos o “mundoâ€Â, mas também por onde o “mundo†nos vê a nós». Isto é, este aspecto descreve a natureza do edifÃÂcio, o qual é encarado segundo a equipa de arquitectos por uma estrutura dedicada àinovação. «É sem dúvida admirável a tenacidade implÃÂcita neste espaço que supõe o dever ser partilhado; o projecto pode ser liso como um corpo que abre os seus braços criando espaços vazios (os pátios) dispostos a receber qualquer iniciativa que nesses braços queira ter lugar», menciona o mesmo documento.
Mais-valia «obra seca» Para além da questão da eco-eficiência energética, o projecto revela-se também importante ao nÃÂvel da redução de custos de execução, da decisão construtiva da estrutura e da fachada. No que toca àredução dos custos de execução, a equipa de trabalho teve a preocupação de optar por uma estrutura leve e o mais pré-fabricada possÃÂvel, reduzindo-se a massa/peso e os prazos de execução. Descartou-se também o betão (executando o empregue nas fundações e muros de contenção), para evitar os prazos de cofragem e de descofragem. O facto de se reduzir a massa atenua também a carga sÃÂsmica, o que «irá resultar uma obra o mais seca possÃÂvel», refere a memória descritiva.
Já na concepção das fachadas entendeu-se que a lógica deveria ser a mesma, ou seja, a proposta visa para uma fachada invertida e ventilada posicionando-se o isolamento térmico na fachada exterior para favorecer o comportamento térmico da mesma e evitar inércias térmicas no interior do edifÃÂcio, com a consequente poupança energética e com a construção de uma fachada bem mais ligeira. Tal como já foi citado as fachadas são praticamente cegas ao exterior. Para produzir a maior protecção às aberturas estas são rasgadas sempre de pátios, bolsas dentro do próprio edifÃÂcio, que permitem uma perspectiva e derramamento do espaço interior em direcção ao exterior. Esta ideia garante a incidência da luz difusa, possibilitando um espaço de trabalho agradável e o uso a que se destina o edifÃÂcio.
Optimização dos espaços
Resultado de um trabalho inter-disciplinar de desenvolvimento simultâneo, que além da equipa projectista da PPE reuniu também os arquitectos responsáveis por este projecto (Samuel Torres de Carvalho e Pedro Palmero), Eduardo Freitas, engenheiro responsável pela área das fundações e estruturas, sublinha que se optou por uma solução estrutural caracterizada por um piso semi-enterrado totalmente em betão armado, constituÃÂdo por uma laje fungiforme maciça com uma espessura de 0,22 metros, pilares e paredes de contenção. No que diz respeito, aos pisos elevados encontrou-se uma solução em estrutura metálica, constituÃÂda por perfis laminados, com os pavimentos constituÃÂdos por pré-lajes aligeiradas de betão armado pré esforçado. Contudo, Eduardo Freitas esclarece que «a solução estrutural adoptada foi condicionada pelo objectivo de integrar de uma forma natural a estrutura, com a solução arquitectónica, que obrigou em algumas situações a construir vãos de dimensões significativas, para assim garantir uma melhor optimização dos espaços».
Relativamente ao modelo estrutural utilizado, optou-se pelo modelo tridimensional composto por elementos finitos de barra, que «simulam os elementos lineares, tais como pilares e vigas, e por elementos finitos de laje e elementos finitos de placa, que simulam respectivamente as lajes e as paredes», elucida o elemento da EPPE, adiantando ainda que em termos construtivos foi conseguida uma solução simples que não apresenta dificuldades de maior, conduzindo a uma solução unifome com grande número de repetições. Neste sentido, o responsável pelos trabalhos de fundações e estruturas do prjecto conclui que «com um planeamento rigoroso e uma boa preparação de obra, estamos perante uma solução estrutural de rápida execução e de reduzida produção de desperdÃÂcios».
Instalações prontas em 2007
Fonte do gabinete de comunicação da Câmara Municipal de Almada salienta que a obra representa um investimento de quatro milhões de euros. O concurso público da empreitada abriu no passado dia 15 de Maio, estando previsto a sua conclusão no inÃÂcio de 2007. O projecto que inclui a construção de dois edifÃÂcios – sede e incubadora de empresas de base tecnológica (que forma uma só edificação), vai abarcar cerca de 25 mil metros quadrados de terreno, cedido pela autarquia. O edifÃÂcio sede vai albergar os recursos e estruturas de apoio do Parque, que disporá de salas de reuniões, sala de multiusos e uma biblioteca. A área de implantação é de 600 metros quadrados e a área bruta de construção ascende a 1.600 metros quadrados, distribuÃÂdos por três pisos. O edifÃÂcio Incubadora, com uma área total equivalente, irá dispor de espaços suficientes para a instalação de vinte micro-empresas.
As obras serão co-financiadas em 75 por cento pelo Programa de Incentivos àModernização da Economia e o restante por fundos públicos dos membros do Madan Parque (câmaras de Almada e do Seixal, a Faculdade de Ciências e Tecnologia , assim como Uninova/Instituto de Desenvolvimento de Novas Tecnologias).