Consultores em sintonia rumo ao mercado externo
João Santos Silva, presidente do NEAT, lembra que ao grupo de dez empresas se poderão, em breve, juntar mais duas, mas salienta sobretudo o esforço e espirito com que foi constituido este agrupamento de empresas, apostadas que estão no aproveitamento das potencialidades do mercado externo. Como surgiu a ideia de formar um grupo de empresas… Continue reading Consultores em sintonia rumo ao mercado externo
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João Santos Silva, presidente do NEAT, lembra que ao grupo de dez empresas se poderão, em breve, juntar mais duas, mas salienta sobretudo o esforço e espirito com que foi constituido este agrupamento de empresas, apostadas que estão no aproveitamento das potencialidades do mercado externo.
Como surgiu a ideia de formar um grupo de empresas para actuar no mercado argelino ?
O nosso contacto com o mercado argelino teve inÃÂcio aquando da apresentação pública internacional da “L’Autoroute Est-Ouestâ€Â, um projecto de realização de um eixo de auto-estradas com cerca de 1200 km. Dada a grande dimensão do projecto e a escassez de projectos deste tipo que se vivia em Portugal, a Globalvia teve a ideia de criar um agrupamento, exclusivamente português, alargado, de construtoras e projectistas, para responder a este desafio. Esta ideia recolheu o apoio e o entusiasmo, entre outras pessoas, do nosso embaixador em Argel, LuÃÂs Almeida Sampaio, um homem de causas e com forte determinação e que tem vindo a defender e a alertar as empresas portuguesas para o interesse do mercado argelino que, em termos de obras públicas, é muito semelhante, mas muito maior, àquele que existia em Portugal há cerca de 20 anos. Com o apoio do Ministério da Economia e do Ministério das Obras Públicas e muito trabalho das empresas foram criadas as condições para que a ideia se concretizasse. Não ganhámos o concurso mas, ficou demonstrada que desde que haja vontades concertadas as empresas portuguesas são capazes de se aliar e poderem atingir grandes objectivos.
É aàque chegam àconstituição no NEAT…
Dito isto, percebe-se a ideia da criação do NEAT. De facto quando há algum tempo iniciámos um processo de internacionalização com aproximações aos mercados de Angola, Moçambique, Marrocos, Argélia e um “small aproach†ao Brasil, apercebemo-nos de quão difÃÂcil e caro era fazermos isso sozinhos. Embora tenhamos competências óptimas, como aliás todas as agrupadas, é difÃÂcil competir e consequentemente sobreviver no contexto de um mercado cada vez mais global. Foi então que pensámos que o processo de internacionalização faria mais sentido se fosse um processo partilhado por várias empresas e que isso passaria necessariamente e, em primeiro lugar, pela criação de um “back-office†internacional.
No momento da globalização em que as grandes empresas estão preocupadas em ganhar dimensão, em ganhar musculatura para enfrentar o mercado, imagine-se as parcas possibilidades que terão as empresas pequenas e isoladas. A ideia do NEAT é isso mesmo. É agrupar pequenas empresas, bem estruturadas e com diferentes valências e com elas erguer e construir este ACE nacional de consultoria. Importa realçar que o NEAT acaba por ter mais quadros e um volume de facturação agregado maior que qualquer das grandes empresas portuguesas nesta área. “Vamos para o mercado internacionalâ€Â. Temos uma dimensão que não sendo grande, já é relativamente confortável.
Este não é propriamente um consórcio ou uma parceria, trata-se de um ACE. Quais são as grandes diferenças entre os modelos ?
Normalmente, um consórcio é constituÃÂdo para um objectivo simples, especÃÂfico. Aqui a questão que nos orientou foi mais a perspectiva de continuidade. Os consórcios fazem-se para objectivos mais definidos, com um horizonte temporal mais concreto, mais curto e aqui o que fizemos foi criar uma associação de longo prazo. Repare que quanto terminámos a reunião de apresentação dos estatutos e da constituição do ACE, propriamente dito, assistiu-se a um momento invulgar em que nos aplaudimos mutuamente, tal era o nÃÂvel da aceitação do projecto. A cultura portuguesa é muito dada a aborrecimentos e a invejas. Aquele gesto foi sinónimo de uma maturidade para fazer algo que nunca foi feito nestes moldes e de apreciação em relação ao trabalho do próximo e do grupo.
Foi fácil chegar a entendimento tendo em conta que boa parte das empresas são concorrentes no mercado nacional ?
Foi fácil na medida em que não somos concorrentes ou, o somos, apenas em franjas. É importante realçar que, estas empresas, grande parte delas com mais de 20 anos de existência e gizadas pelo mercado interno, perceberam que uma parte do caminho passa, obviamente, pelo mercado externo. Mas, dada a dimensão das empresas, não havia como o fazer de forma continuada e eficaz. Não tÃÂnhamos uma estrutura vocacionada para tal, uma visão integrada dos mercados e, talvez, apenas e alguns casos, uma vaga ideia de como os tornar mais sérios. O núcleo fundador é composto por 10 empresas mas não é hermético. Estamos abertos àintegração de mais duas ou três novas valências, obviamente, de muita qualidade nas suas áreas de actividade. No contexto dos dez fundadores e muito sinteticamente as áreas de actividade diferenciadoras são as seguintes: a Biodesign é responsável pelos estudos de ordenamento , paisagismo e ambiente; a J.L. Câncio Martins pelas obras de arte (pontes e viadutos); a Gapres pela área de estruturas especiais e de edificações; a Geocontrole faz geologia e geotecnia; a Globalvia faz projecto rodoviário e ferroviário; a NÃÂvel cartografia, topografia e sistemas de informação geográfica; a Proman faz portos e fiscalização; a Sua Kay realiza arquitectura; a Tecproeng instalações especiais e, finalmente, a Vtm, estudos de planeamento e de mercado na área dos transportes. O compromisso que temos é para o mercado internacional e, neste contexto, logo que requeridas, faremos todos o possÃÂvel por integrar em cada projecto o máximo número de valências que naquele momento se encontrem disponÃÂveis no NEAT.
Dado que trabalham em áreas especÃÂficas de projecto, como vai ser a associação àconstrução propriamente dita ?
Queremos, em especial, acompanhar e apoiar as empresas portuguesas já internacionalizadas e as que estão a iniciar o processo. É importante destacar um aspecto: as empresas grandes que têm capacidade de se internacionalizar de “per si†deveriam ser premiadas, talvez ao nÃÂvel fiscal, pela matéria de incorporação nacional que levassem consigo. Isso seria uma boa medida com efeito de arrastamento; nada tem de novo, uma vez que é prática corrente de muitas polÃÂticas fiscais de muitos dos nossos parceiros europeus. Se há uma empresa ou um grupo de empresas com capacidade de se internacionalizar, deverá ser incentivada a trabalhar com os seus conterrâneos, em quem confia, independentemente de ter que, ou dever, escolher um parceiro local. É importante dizer que, com alguma frequência para não dizer quase sempre, as oportunidades de negócio são detectadas em primeiro lugar pelas empresas de consultoria. Um empresário é um gestor que arrisca chegar mais longe. Assim o que se pode pedir ao Governo português, na matéria que nos diz respeito – obras públicas e serviços de engenharia e arquitectura – é apenas uma polÃÂtica com instrumentos, resultantes de um arco de consenso com as associações representativas do sector e, tendente àcriação de um clima de apoio integrado e concertado àexportação. Essa seria uma boa estratégia para um futuro próximo. Qualquer coisa àsemelhança e em ordem inversa do que, por exemplo, faz a API para captar investimentos para Portugal.
Qual é o volume de negócios que esperam gerar ?
Temos a ideia que os primeiros seis a nove meses são investimento. Nos 12 meses seguintes esperamos facturar cerca de dez por cento do actual volume de negócios agregado das empresas que constituem o NEAT, ou seja três milhões. Estas empresas, facturaram no ano de 2005, incluindo a área internacional, cerca de 30 milhões de euros.
À margem da Argélia, que outros mercados estão em equação ?
O Magreb no seu conjunto é um mercado que, pela sua proximidade e pelas potencialidades, é elegÃÂvel. Não descuramos nenhum mercado: uns olhamo-los de forma pontual; outros numa perspectiva de continuidade. Angola e Macau são mercados onde algumas empresas do NEAT já estão presentes e que interessa reforçar. A leste também existem boas oportunidades, com grandes mercados potenciais, casos da Polónia, a Hungria ou a República Checa, no entanto, são mercados de tubarões, muito difÃÂceis. Não há muitas, para não dizer nenhuma empresa portuguesa de consultoria que esteja a conseguir trabalhar estes mercados de forma consequente. Ainda assim, neste momento, no leste, estamos a avaliar estes e outros paÃÂses onde julgamos poder estar com maior assiduidade.
A Roménia é uma hipótese ?
Entre outros paÃÂses, é uma das hipótese em estudo. Em todos os mercados existem oportunidades e perigos e concorrência muito forte. Há que trabalhar, conhecer e decidir.