Projectos com «selo» internacional
Com trabalhos em áreas tão diversas como centros comerciais, edifÃÂcios de escritórios, edifÃÂcios hoteleiros, planeamento e projectos de interiores, é na internacionalização que o escritório lisboeta da Broadway Malyan está a apostar. Desde grandes projectos na China, passando por resorts em Cabo Verde e um possÃÂvel trabalho no Casaquistão, estes são os trabalhos que Margarida… Continue reading Projectos com «selo» internacional
Ana Rita Sevilha
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Com trabalhos em áreas tão diversas como centros comerciais, edifÃÂcios de escritórios, edifÃÂcios hoteleiros, planeamento e projectos de interiores, é na internacionalização que o escritório lisboeta da Broadway Malyan está a apostar. Desde grandes projectos na China, passando por resorts em Cabo Verde e um possÃÂvel trabalho no Casaquistão, estes são os trabalhos que Margarida Caldeira e Stuart Rough classificam como aliciantes para toda a equipa
Quais as diferenças entre o que se projecta no escritório de Lisboa, e o que se projecta nos outros paÃÂses onde a Broadway Malyan tem escritórios?
Stuart Rough (SR): De uma forma geral, Portugal é um paÃÂs onde é fácil trabalhar, nomeadamente no que diz respeito a legislação comparativamente com paÃÂses como Inglaterra e Alemanha. Por outro lado, nestes paÃÂses existe mais planeamento e controlo ambiental do que em Portugal, onde essa situação tem vindo a mudar. Na Inglaterra e na Alemanha existem uma série de questões de carácter ambiental que têm de ser respeitadas num projecto de arquitectura. A arquitectura em Portugal é, no entanto, mais contemporânea.
Margarida Caldeira (MC): Aqui de facto consegue-se fazer uma arquitectura contemporânea. Portugal temos menos preocupações em termos de planeamento global, não temos muita tradição nessa área, o que é pena porque temos de dar espaços com qualidade às pessoas. Embora cada paÃÂs seja diferente, temos a mesma filosofia. Em Inglaterra, a responsabilidade de um arquitecto e as exigências de um projecto são maiores do que aqui em Portugal. O essencial é que temos de fazer boa arquitectura independentemente do sÃÂtio onde estamos.
De uma forma geral podemos considerar que se faz boa arquitectura em Portugal?
MC: De uma forma geral sim, mas existe uma falta de qualidade do espaço público. Os espaços são cada vez menos agradáveis, e numa cidade como Lisboa, que cada vez tem menos pessoas, tem de se tornar o espaço agradável. No entanto tem havido uma melhoria nomeadamente nas praças, que estão mais cuidadas e existem estacionamentos mais controlados.
Conseguem definir uma marca arquitectónica inerente aos projectos da Broadway Malyan?
SR: Em cada projecto, respeitamos um lugar, uma situação e um cliente, e tentámos alcançar um bom nÃÂvel independentemente do tipo de projecto. Mas existe uma série de caracterÃÂsticas particulares em cada projecto, que os torna diferentes.
MC: Uma das nossa preocupações prende-se com o facto de como o edifÃÂcio vai envelhecer, quais os custos do futuro, quanto é que o edifÃÂcio vai consumir em termos energéticos. Nós, arquitectos, temos de ter a humildade suficiente para perceber que os edifÃÂcios são para as pessoas e não são para nós, e que temos de fazer edifÃÂcios para as pessoas terem qualidade de vida e se sentirem bem. É por isso que muitas vezes digo que não somos donos da verdade toda, e portanto os trabalhos aqui são muito de equipa, e aprendi muito com essa maneira de trabalhar. Não há nada como discutir as situações, pois isso contribui sempre para um melhor e diferente projecto.
Trabalham mais com clientes privados ou através da participação em concursos?
MC: Trabalhamos muito com privados e em concursos privados, ou seja concursos por convite. No inicio começámos a ir a muitos concursos públicos, mas invariavelmente ficávamos em segundo lugar. Participar em concursos é bom para qualquer ateliê, porque é quando podemos dar mais aso àimaginação ao estudo e àpesquisa, e isso é muito bom. Por exemplo, o edifÃÂcio da Roche e o edifÃÂcio da Sony foram concursos que ganhámos.
Têm um departamento dedicado àsustentabilidade. De que forma é que esse departamento participa no desenvolvimento dos projectos?
MC: O que fazemos é tirar partido desta mais-valia e ter ajuda dos nossos colegas, uma vez que hoje em dia mais vale especializarmo-nos e saber muito sobre determinado assunto e aplicá-lo em conjunto com equipas pluridisciplinares. Essa ajuda que podemos conseguir e aplicar nos nossos projectos é muito boa. A área de sustentabilidade é uma área que nós exploramos, e em Inglaterra somos muito reconhecidos por isso.
Tem também um departamento relativo ao planeamento. Existe planeamento nas nossas cidades?
MC: A parte de planeamento temos mais em Inglaterra do que cá. Temos lá feito muito este tipo de projectos. A cidade é uma confluência de vivências e de aspectos que têm muito a ver com o design, mas é muito mais do que isso, e portanto tudo tem de ser integrado, e cabe talvez aos arquitectos e planeadores essa responsabilidade.
Grande parte dos trabalhos que fazem são retail parks e superfÃÂcies comercias. Consideram-se mais aptos ao desenvolvimento deste tipo de projectos?
MC: Aqui em Portugal também já fizemos muitos edifÃÂcios de escritórios, e por acaso alguns deles ganharam o prémio para melhor edifÃÂcio de escritórios do ano. Realmente temos feito muito a chamada arquitectura empresarial, edifÃÂcios de escritórios e comerciais, mas neste momento estamos também a desenvolver um grande projecto residencial, que eu acho que vai ser inovador, porque juntamente com o promotor estamos a realizar um trabalho que vai ser pioneiro no mercado residencial em Portugal. Estamos também a fazer muita coisa na área hoteleira e de interiores, mas se calhar somos mais conhecidos pelos projectos comerciais porque existem menos arquitectos a faze-los, e realmente quase 50 por cento do nosso trabalho é dedicado a essa área.
Têm actualmente entre mãos um grande projecto no sector dos transportes públicos. Em que consiste?
MC: É um grande projecto para a estação de Coimbra B, em que desenvolvemos um masterplan para a zona, que consiste em desenhar uma nova estação e um terminal rodoviário. No fundo é um interface, um pavilhão multiusos, e depois paralelamente um conjunto urbano com uma série de usos que sejam adequados a estar próximos de uma estação, desde um hotel daqueles de estação, a uma zona de escritórios, uma de habitação e outra de residências de estudantes. No fundo é uma reformulação da estação que mexe com o desenho das vias de acesso.
Para além deste projecto, o que estão a desenvolver actualmente?
SR: São imensos. Mas o mais relevante é que os trabalhos internacionais estão a crescer e a tornarem-se mais importantes. Estamos a desenvolver muitos projectos na China, desde planeamentos a centros comerciais, todos numa escala grande, o que levou a empresa a abrir um escritório em Xangai. Temos também projectos na TunÃÂsia, Marrocos, estamos àprocura de algo no Casaquistão, e estamos com muitos resorts em Cabo Verde.