Alexandre Burmester
O arquitecto da A. Burmester Arquitectos Associados revela que nunca teve dúvidas quanto àprofissão dos seus sonhos, olha para o seu percurso como suado e inacabado O arquitecto Alexandre Burmester nasceu a 4 de Janeiro de 1957 na cidade do Porto, onde passou a sua infância e adolescência. Os dias no Porto eram passados… Continue reading Alexandre Burmester
Joana Justo
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O arquitecto da A. Burmester Arquitectos Associados revela que nunca teve dúvidas quanto àprofissão dos seus sonhos, olha para o seu percurso como suado e inacabado
O arquitecto Alexandre Burmester nasceu a 4 de Janeiro de 1957 na cidade do Porto, onde passou a sua infância e adolescência.
Os dias no Porto eram passados na rua com os amigos no «Dolce far niente, sem responsabilidades e com muito tempo», como o próprio reconhece.
Foi viver para o Brasil nos anos 70. Queria fazer algo da vida numa fase em que em Portugal se vivia a época conturbada do 25 de Abril.
Do outro lado do Atlântico estudou e formou-se em arquitectura, começou o curso na Universidade Gama Filho e terminou na Universidade Santa Úrsula, ambas no Rio de Janeiro.
Dos seis anos em que viveu e trabalhou no Brasil guarda boas recordações, até porque, afinal, estava a trabalhar área que mais gosta – Arquitectura.
O choque de conceitos com o qual se deparou, entre as sociedades portuguesa e brasileira fez com que compreendesse a essência de muitas questões fundamentais. «Este choque ensinou-me a ver, ouvir e sentir para além do que sabia», salienta Burmester.
Do Brasil para as Origens
Quando regressou a Portugal, em 1982, percebeu que tinha de se inteirar da realidade do paÃÂs e readaptar-se a ela, por isso nunca procurou um emprego, mas antes um trabalho.
Hoje tem um ateliê na zona ribeirinha de Vila Nova de Gaia, A. Burmester Arquitectos Associados, onde trabalha com mais sete arquitectos.
«Na base do sentido arquitectónico estará sempre, independentemente das ideias e das suas formas, como matéria-prima o espaço», este é o lema pelo qual se pauta o seu ateliê de arquitectura.
Burmester nunca teve dúvidas em relação ao que queria profissionalmente. Ser arquitecto sempre foi a sua profissão de eleição e nunca colocou outra hipótese. O percurso de 25 anos de trabalho nesta área não tem sido tarefa fácil, reconhece. Alexandre Burmester, é até hoje, fiel aos seus valores. Só assim se explica o facto de nunca ter trabalhado para ninguém, não herdou escritórios nem trabalhos de ninguém, e até agora, tudo o que tem deve-se a «suor e trabalho».
Se pudesse recuar no tempo, o arquitecto fazia todo o percurso de uma carreira de um quarto de século, da mesma maneira. «Se fosse possÃÂvel voltar atrás no tempo, e se o tempo, eu e o contexto fosse o mesmo tudo seria igual».
Neste momento, Alexandre Burmester não equaciona voltar a viver no Brasil, no entanto, faz vários projectos para este paÃÂs e afirma que vai aceitar sempre os trabalhos que aparecerem.
«Vou mantendo muitos contactos, e tenho a vantagem de conhecer bem a sua realidade», afirmou.
Alguns prémios na Carreira
Em 1990 recebeu o Prémio João de Almada juntamente com Maria de Fátima Burmester pelo projecto EdifÃÂcio na Rua da Vilarinha, 431, atribuÃÂdo pela câmara do Porto (prémio que pretende distinguir os projectos de recuperação do património arquitectónico da cidade do Porto).
Em 2004 arrecadou o prémio para Melhor Empreendimento Imobiliário e para Melhor EdifÃÂcio de Escritórios, atribuÃÂdo pela Revista Imobiliária, com o projecto para a Sede da Vodafone.
No que diz respeito àinternacionalização do seu trabalho, afirma que este aspecto é consequência directa do mundo em que vivems e por conseguinte inevitável, «não preciso de a procurar, ela está presente», afirmou o arquitecto. Os aspectos que considera serem mais importantes ao longo da sua carreira são a experiência e o conhecimento. Estes aspectos revelam-se fundamentais para o arquitecto, não por saber fazer certo tipo de trabalhos, mas pela atitude e segurança que vai adquirindo em cada novo trabalho.
O seu trabalho nunca está terminado, e quando questionado sobre o que deseja fazer, e ainda não concretizou responde apenas «o próximo projecto».
Clube do Coração?
A vida.
É sócio e vai aos jogos?
Sou o único sócio, e passo o tempo a jogar.
Um filme?
«2001 Odisseia no Espaço», já o vi mais de dez vezes e posso continuar a ver.
Cidade de eleição?
A maior e mais civilizada, porque a melhor definição de cidade é onde se podem estabelecer mais e melhores trocas.
As férias ideias?
O Projecto de férias.
Máxima de vida?
Viver.