José Sommer Ribeiro: uma vida entre exposições
A arquitectura e as artes plásticas ficaram mais pobres. José Sommer Ribeiro, um homem incontornável e de sentido patriota, faleceu aos 82 anos de idade deixando para trás uma actividade multifacetada, que se caracteriza por uma agitação e produção cultural ÃÂmpar José Aleixo da França Sommer Ribeiro, nasceu em Lisboa a 26 de Junho de… Continue reading José Sommer Ribeiro: uma vida entre exposições
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A arquitectura e as artes plásticas ficaram mais pobres. José Sommer Ribeiro, um homem incontornável e de sentido patriota, faleceu aos 82 anos de idade deixando para trás uma actividade multifacetada, que se caracteriza por uma agitação e produção cultural ÃÂmpar
José Aleixo da França Sommer Ribeiro, nasceu em Lisboa a 26 de Junho de 1924, e ingressou na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, no curso de arquitectura, em 1942. Enquanto estudante, trabalhou em diversos ateliês de arquitectura, nomeadamente no dos arquitectos António Lino e Victor Palla, e no de Cristino da Silva. Para além da experiência em gabinetes, José Sommer Ribeiro trabalhou na Empresa de Cimentos de Leiria, na qual executou projectos de cariz industrial e de habitação para operários. Após a conclusão da licenciatura, exerceu a profissão de arquitecto de uma forma liberal durante dois anos, e em 1953 ingressou no Gabinete de Estudos de Urbanização da Câmara Municipal de Lisboa (GEU), onde participou na elaboração de diversos planos, entre eles, o Plano Director da cidade. Ainda a trabalhar no GEU, foi encarregue, em conjunto com o engenheiro João Hipólito Raposo, da elaboração de um relatório para a localização da sede e museu da Fundação Calouste Gulbenkian, trabalho este que viria a mudar a sua vida. De acordo com Ana Tostões, arquitecta, professora universitária, comissária da exposição «Sede e Museu da Gulbenkian, a arquitectura dos anos 60», e nomeada pela Ordem dos Arquitectos para explicar qual a importância de José Sommer Ribeiro para o panorama da arquitectura e das artes em Portugal, este «foi absolutamente incontornável e um patriota», sendo antes de tudo «um homem muito multifacetado dentro da arquitectura e das artes plásticas, um agitador e produtor cultural ÃÂmpar».
A fundação Gulbenkian
Em 1956, José Sommer Ribeiro foi convidado pela Fundação Calouste Gulbenkian para fazer parte da equipa que elaborou o programa para o concurso do edifÃÂcio, e posteriormente, por acordo com os arquitectos vencedores, Rui Atouguia, Alberto Pessoa e Pedro Cid, foi nomeado pela administração da fundação para chefiar a equipa de arquitectura de interiores da sede e do museu. Segundo Ana Tostões, é de ressaltar «o trabalho paciente e de bastidor que José Sommer fez na Gulbenkian, o que quer dizer escolher o sitio para construir o edifÃÂcio, fazer o programa, e definir os espaços e soluções», sublinhando que, «existe um trabalho de equipa que esteve na base do edifÃÂcio da sede e museu da Fundação Calouste Gulbenkian, onde o arquitecto Sommer teve um papel fundamental desde 1956». Portanto, «muito antes do Atouguia, do Pessoa e do Cid, ele começa a tratar do programa e das cinco hipóteses de lugar», e posteriormente durante a obra, até 1969, «é ele o arquitecto residente da Gulbenkian, de tal forma que também é o responsável pela equipa para o museu», explica Ana Tostões, salientando que «a Gulbenkian existe porque ele esteve àfrente dos seus destinos». Em 1969, José Sommer Ribeiro é nomeado director do serviço de exposições e museografia da Fundação, e em 1981, director do Centro de Arte Moderna José Azeredo Perdigão (CAMJAP), cujo projecto é da autoria de Sir Leslie Martin, com quem José Sommer Ribeiro colaborou.
Fundação Vieira da Silva
Em 1993, José Sommer Ribeiro reformou-se a seu pedido da Fundação Calouste Gulbenkian, mantendo-se no entanto como consultor daquela instituição, para ingressar como director e administrador da Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva, um projecto que criou de raiz e do qual foi co-autor. Segundo Ana Tostões, o facto de ter conseguido trazer o espólio da Vieira da Silva e de Arpad Szenes para Portugal, que está na base da Fundação, é «a prova do seu patriotismo» e das sua caracterÃÂsticas como um «homem absolutamente ÃÂmpar no seu tempo». José Sommer Ribeiro foi ainda co-autor do projecto da Residência André de Gouveia na cidade universitária de Paris, e autor do projecto Casa de Bocage, em Setúbal, e do Museu de Óbidos. A organização de exposições foi outra das suas actividades, sendo mais de 600 as que organizou em Portugal e no estrangeiro. De 1969 a 1996 foi comissário da representação portuguesa na Bienal de São Paulo, e seu representante para a Europa e ÃÂfrica desde 1974 até 1981. Entre 1993 e 1995, José Sommer Ribeiro foi professor da cadeira de exposições e instalações do mestrado em Museologia e Património, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, tendo também feito parte de júris nacionais e estrangeiros, escrito artigos e proferido conferências sobre arte e museologia. Membro da secção portuguesa da União Internacional dos Arquitectos, da Ordem dos Arquitectos, da Sociedade Nacional de Belas-Artes, do Conselho Internacional dos Museus – Comité de Arte Moderna, e sócio correspondente da Academia Nacional de Belas-Artes e da Academia de San Fernando, em Madrid, José Sommer Ribeiro foi ainda agraciado com diversas condecorações, tanto a nÃÂvel nacional como internacional, nomeadamente como Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, Comendador da Ordem do Rio Branco (Brasil), Comendador da Ordem de Mérito Civil (Espanha), Oficial da Ordem National de Mérite (França), Oficial da Ordem de la Couronne (Bélgica), entre outr