Cidade em torno de um lago nasce no Algarve
Com um investimento de 800 milhões de euros, o projecto Vilamoura XXI pretende transformar a zona algarvia num pólo diferenciador turÃÂstico a nÃÂvel mundial. A Idom, empresa que está a elaborar o Project Management do empreendimento,mostrou o conceito ao Construir Hotéis, moradias de luxo, zonas de recreio e comerciais vão desenvolver-se em torno de um… Continue reading Cidade em torno de um lago nasce no Algarve
Maria João Morais
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Com um investimento de 800 milhões de euros, o projecto Vilamoura XXI pretende transformar a zona algarvia num pólo diferenciador turÃÂstico a nÃÂvel mundial. A Idom, empresa que está a elaborar o Project Management do empreendimento,mostrou o conceito ao Construir
Hotéis, moradias de luxo, zonas de recreio e comerciais vão desenvolver-se em torno de um lago. Será a Cidade Lacustre, apenas uma das oito zonas de intervenção urbanÃÂstica que o inovador projecto Vilamoura XXI vai implementar no Algarve.
A Idom foi a empresa escolhida pela Lusort, pertencente ao grupo Prasa, para desenvolver o Project management, estando desde Maio deste ano com uma equipa especializada no terreno a elaborar os projectos de licenciamento. A previsão para o inÃÂcio da obra é para o primeiro trimestre de 2007.
Em concreto, a Idom, empresa de consultoria e engenharia tem a seu cargo a gestão global do empreendimento ao nÃÂvel das infraestruturas.
O investimento do grupo Prasa no Vilamoura XXI chega aos 800 milhões e tem conclusão total prevista para 2020. Quanto àCidade Lacustre, espera-se que esteja finalizada em 2013. Ainda assim, antes da conclusão das empreitadas, a comercialização dos imóveis vai sendo efectuada àmedida que forem sendo terminadas.
O projecto urbanÃÂstico abrange uma área de 800 hectares e será constituÃÂdo por zonas residenciais e comerciais, instalações hoteleiras, um centro desportivo, golfe, lagos e itinerários pedestres e um parque ambiental que integra um Centro de Estudos da Natureza e do Meio Ambiente.
Zonas de intervenção
O projecto Vilamoura XXI vai desenvolver-se em oito zonas de intervenção urbanÃÂstica: a Aldeia HÃÂpica, Vilas do Pinhal Velho, Terraços do Pinhal e Encosta das Oliveiras, Cerro da Vinha, Fonte do Ulme, Colinas do Golfe e Cidade Lacustre. No total, a área é de cerca de 640 mil metros quadrados, que vão abranger 4500 fogos com 17 500 camas.
O destaque do projecto vai claramente para a zona da Cidade Lacustre, que vai nascer junto àactual Marina de Vilamoura e àpraia da Falésia. O conceito é inovador: serão edificados hotéis, moradias, edifÃÂcios de apartamentos e espaços de comércio enquadrados num ambiente rodeado por canais e lagos artificiais. «O objectivo é alcançar um equilÃÂbrio entre as várias utilizações», destaca e engenheiro João Guimarães Leitão, director do Project Management. A construção terá obrigatoriamente de ter em conta as caracterÃÂsticas geológicas e geotécnicas dos terrenos onde os edifÃÂcios vão ficar situados. Uma parte desses canais existe actualmente, mas há zonas do lago que vão ter que ser redesenhadas. Um dos lagos vai ter comunicação com a actual marina de Vilamoura.
Para Guimarães Leitão, a Cidade Lacustre é «a parte mais delicada do projecto», devido ànovidade que apresenta e aos aspectos ambientais que têm que ser tomados em conta e preservados. Trata-se de uma zona bastante pantanosa, pelo que houve a necessidade de levar a cabo diversos estudos de impacto ambiental, que ainda estão a decorrer.
A ideia é que as pessoas possam sair de casa e tenham o barco àporta. Por isso, vai nascer também uma segunda marina dentro do lago. Será necessário ainda reformular boa parte da drenagem de instalações que existem no subsolo, reconfigurar arruamentos para os barcos poderem circular, fazer pontes. Será ainda fomentado um sistema de movimentação de barcos entre a marina actual e a marina dentro da cidade lacustre.
Guimarães Leitão frisa que para a Idom este «é um desafio importante, não só pela dimensão do empreendimento em si, mas também pela natureza das intervenções e pelo impacto mediático das intervenções que serão feitas».
Project Management
A actividade da Idom prende-se com a gestão global dos projectos de infraestruturas do Vilamoura XXI. Neste âmbito, está a desenvolver vários concursos para projectos de licenciamento às entidades responsáveis, projectos de construção e a preparação dos concursos para obra.
Devido àgrande envergadura do projecto Vilamoura XXI e ànatureza diversa das várias áreas de intervenção, a Idom deparou-se com a necessidade de contratar várias empresas para levarem a cabo os diversos projectos, que exigem competências e capacidades diferentes.
«A nossa intervenção é no sentido de avaliar globalmente o projecto e propor àLusort pacotes de contratação que nos pareçam coerentes do ponto de vista técnico e que vão ao encontro do plano de negócios que a Lusotur tem em termos de área construÃÂda», explicou ao Construir o engenheiro Guimarães Leitão. Neste momento, a empresa está na fase de lançamento de vários concursos na área da engenharia, sendo que o projecto de infraestruturas da Aldeia HÃÂpica já foi adjudicado a um gabinete algarvio e se encontra já em desenvolvimento.
Está também em fase de concurso o projecto de infraestruturas de uma parte de um dos 8 blocos da Cidade Lacustre. Em breve será também lançado o concurso do projecto das infraestruturas relacionadas com os lagos.
Outras actividades da Idom serão a elaboração de cadernos de encargos, a contratação de empreiteiros, a supervisão geral de todas as fases de construção e o respectivo controlo de custos.
Validação de estudos
Para além da gestão do empreendimento, a função da Idom passa pela parte de análise e consolidação de estudos prévios que têm sido feitos ao longo dos anos naquela região.
«Temos um vasto naipe de especialistas a quem recorremos àmedida das necessidades do projecto», adianta Guimarães Leitão. O leque de especialistas abrange a área do ambiente, da hidrogeologia; da geologia e geotecnia, ou dos estudos de tráfego. Todo este naipe de especialistas intervém no projecto consoante as necessidades, nomeadamente na validação de estudos anteriores e na aprovação dos contratos de projectos que venham a ser feitos.
Gestão de informação
O Vilamoura XXI é o projecto de maior dimensão deste tipo já efectuado em Portugal pela Idom no âmbito do project management. Na gestão do empreendimento, há toda uma série de procedimentos, que vai desde a planificação de tudo até ao controlo de prazos e de custos. Envolve as vertentes de controlo da planificação, de qualidade dos projectos a desenvolver e o controlo de gestão da informação.
Num projecto de tão grande envergadura, o volume de informação é superior ao habitual. Por isso, a Idom destaca a importância dada àgestão da informação. A empresa tem que assegurar «que as coisas se fazem no momento certo e a informação chega no momento oportuno», explica Guimarães Leitão. Neste aspecto a Idom tem uma caracterÃÂstica que facilita a comunicação porque os escritórios da empresa que tem sede em Espanha estão ligados em todo o mundo. O acesso facilitado a bases de dados auxilia a circulação da informação. Neste projecto em concreto tem havido uma grande ligação com os escritórios em Madrid porque alguns dos especialistas fazem parte desse escritório.
Guimarães Leitão acredita que o Vilamoura XXI vai ter um grande impacto em termos de envolvimento de pessoas, tanto durante a fase de projecto como na fase de construção. Para o engenheiro, «a existência da cidade lacustre terá todas as condições para ser um pólo turÃÂstico diferenciador em qualquer parte do mundo. Será um pólo diferenciador de Vilamoura».