Gabinete àLupa – P&V
A projectar desde 1990, o gabinete alicerçou-se em trabalhos de fundações e estruturas, mas tem vindo a diversificar a sua actividade para outras áreas. Ao Construir, o sócio-gerente Pedro Castro delineou o percurso de um gabinete que começou a apostar na internacionalização «É difÃÂcil manter um gabinete em Portugal» Como analisa a evolução da P&V… Continue reading Gabinete àLupa – P&V
Maria João Morais
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A projectar desde 1990, o gabinete alicerçou-se em trabalhos de fundações e estruturas, mas tem vindo a diversificar a sua actividade para outras áreas. Ao Construir, o sócio-gerente Pedro Castro delineou o percurso de um gabinete que começou a apostar na internacionalização
«É difÃÂcil manter um gabinete em Portugal»
Como analisa a evolução da P&V desde a sua fundação até agora?
De forma exponencial. A P&V viveu os primeiros quatro anos de pequena dimensão e desde 1998 até 2006 tem vindo a crescer sucessivamente de ano para ano. O melhor ano foi o de 2005. Temos estado envolvidos em projectos importantes quer na área dos edifÃÂcios quer das pontes.
Porque encara o ano de 2005 como o melhor?
Foi o nosso melhor ano em termos de facturação e de volume de projectos. Em 2006 estamos pela primeira vez a sentir a crise que atravessa o sector da construção.
O Hotel Savoy no Funchal é aquele que destaca na P&V?
Sim, o Hotel Savoy foi um projecto muito importante em termos de dimensão, de dificuldade e até de visibilidade.
Que desafios implicou a nÃÂvel da engenharia?
A complexidade adveio de ser um edifÃÂcio em grande parte construÃÂdo em cima do mar, teve que ser conquistada toda uma plataforma ao mar. Foi feito um aterro marÃÂtimo e depois foram detectadas outras complexidades, como o problema das fundações, devido às caracterÃÂsticas do Funchal, que tem terrenos muito heterogéneos. O Savoy tem dois tipos de fundações: directas e por estacas. O edifÃÂcio é um verdadeiro mundo da engenharia. Até uma furna enorme lá foi encontrada.
Que outro projecto da P&V destaca?
O projecto do Instituto Politécni-co de Beja que já está concluÃÂdo, mas a obra ainda não se iniciou por contenção de verbas do cliente. É um edifÃÂcio importante porque tem um vão habitável de cerca de 50 metros. Julgo que em Portugal não há vão habitável tão grande.
Estão praticamente em todas as frentes.
Na área das fundações e estruturas estamos em quase todas. A actividade principal do gabinete é essa, mas temos vindo a diversificar a nossa actividade para outras áreas como a da gestão de projecto, de empreendimentos, fiscalização de empreitadas e consultoria. Temos actualmente 15 pessoas nos quadros permanentes da empresa.
É fácil fazer a gestão dos vossos recursos humanos?
É complicado fazer essa gestão porque há constantes imprevistos. No entanto, mantemos os quadros permanentes da empresa, que são pontualmente reforçados com pessoas externas.
É difÃÂcil manter um gabinete de engenharia em Portugal?
Muito difÃÂcil. Nos últimos tempos é cada vez mais porque o mercado está em recessão e em estagnação franca. As adjudicações têm sido fracas, o Estado tem vindo a cortar nos seus investimentos, e as empresas na sua generalidade estão com pouco trabalho. São apresentadas propostas baixÃÂssimas, a preços completamente loucos, abaixo dos valores de custo. As empresas estão a ressentir-se e torna-se difÃÂcil manter as estruturas existentes.
E há cada vez mais concorrência.
Sim, a concorrência é enorme. Há muitas empresas a oferecer os seus serviços e a procura dos trabalhos que nós prestamos é pouquÃÂssima. De forma que isso provoca uma recessão e uma baixa de preços enorme, às vezes incomportável.
Dizia que as empresas apresentam propostas com valores muito baixos.
As empresas, porque têm uma falta de trabalho muito grande, cobram menos do que aquilo que pagam aos seus colaboradores, para se conseguirem aguentar, o que a médio prazo não vai resolver nada.
Em termos de trabalho têm encomendas tanto de obras públicas como privadas.
Sim, eu diria que anda por volta dos 50 por cento para cada lado.
Que diferenças encontram entre os dois modelos?
A maior diferença é em termos de eficácia. É mais rápido produzir um projecto para o cliente privado do que para o Estado, devido àburocracia que envolve e àinércia dos serviços públicos na aprovação dos projectos. Com o privado é muito mais rápido.
As exigências são semelhantes?
Sim, porque os nossos clientes privados estão habituados a fazer obras. Podemos é considerar que o Estado se preocupa mais em analisar os projectos que lhe são entregues e têm uma postura mais crÃÂtica do que o privado.
Têm também apostado na internacionalização.
Há cerca de dois anos decidimos entrar no mercado angolano. Temos uma delegação aberta em Luanda, que tem vindo a ganhar contratos importantes na área das estruturas e da gestão e fiscalização de obras, através de uma parceria com uma empresa que constituÃÂmos, a Soleng (Soluções de Engenharia).
Porquê Angola?
Decidimos começar por Angola e temos tido sucesso. É um paÃÂs que tem estado com nÃÂveis de crescimento muito grandes, julgo que é uma boa aposta para as empresas portuguesas. Neste momento as empresas não conseguem crescer sem saÃÂrem para fora do nosso rectângulo. Estes mercados abrem outras perspectivas àengenharia.
Tem havido inovações na engenharia?
Está-se a notar uma inovação no incremento tecnológico da forma como se produzem os projectos. As obras são feitas em prazos muito mais curtos, o fluxo de informação é mais rápido e a gestão desse fluxo é fundamental. Dispomos de meios mais potentes na gestão da informação. N
ficha técnica
Nome: P&V
Sócios gerentes: Manuel Pipa, Carlos Trancoso Vaz, Pedro Castro
Morada: Av. Combatentes da Grande Guerra, 10 – 4º esq, 1495 – 034 Algés
Telefone: 21 411 86 30
E-mail: pvconsult@pvconsult.pt
Projectos: Royal Savoy Resort, no Funchal (projecto de fundações e estruturas); Piscinas municipais de Odemira; Instituto Politécnico de Beja (projecto de fundações e estruturas); Ponte canal da Terça em Alcácer do Sal; Complexo para habitação e comércio de Telheiras