Gabinete àLupa – Entrecálculos
«O fundamental é o equilÃÂbrio» Como tem evoluÃÂdo o gabinete desde a sua fundação? António Fidalgo: O gabinete começou em 98 com duas pessoas e até hoje o crescimento tem sido sempre gradual. Neste momento contamos com oito anos de experiência e temos dez pessoas nos quadros da empresa. Temos estado a crescer sempre. O… Continue reading Gabinete àLupa – Entrecálculos
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«O fundamental é o equilÃÂbrio»
Como tem evoluÃÂdo o gabinete desde a sua fundação?
António Fidalgo: O gabinete começou em 98 com duas pessoas e até hoje o crescimento tem sido sempre gradual. Neste momento contamos com oito anos de experiência e temos dez pessoas nos quadros da empresa. Temos estado a crescer sempre.
O Entrecálculos não se ressentiu da crise que tem atravessado o sector da construção nos últimos anos?
António Ressurreição: Há empresas que nestas fases de crise não se ressentem porque se prepararam para isso e têm soluções, nomeadamente com uma equipa muito jovem que se adapta bem a este tipo de situações. Os últimos três anos foram talvez os anos em que crescemos e temos perspectivas de vir a crescer ainda mais. Mas não concebemos que a empresa de repente dê grandes saltos porque pode ser um risco.
AF: Tem a ver também com a questão do tipo de trabalho. Somos especializados em estruturas mas temos procurado abranger uma diversidade enorme de áreas de actuação. O segredo é não estarmos muito agarrados àhabitação, que decaiu brutalmente e tem tendência para baixar ainda mais.
Têm trabalhado também na área da reabilitação.
AR: Sim, isso foi uma estratégia que delineámos há cerca de três anos: uma forte aposta na área da reabilitação. Mas quando falamos em reabilitação estamos a falar em reforço estrutural, uma coisa a que muitas vezes os empreiteiros e os donos de obra em Portugal passam por cima. Achamos que não basta embelezar o edifÃÂcio. Nós temos uma intervenção mais profunda, porque senão os edifÃÂcios continuariam sem as caracterÃÂsticas estruturais que deviam ter.
Será a reabilitação o futuro da construção?
AF: Essa ideia tornou-se um pouco um lugar comum. As pessoas perceberam de repente que a recuperação era uma área a explorar. Mas apesar de se falar muito, acho que ainda se fez pouco. Há muitos anos que se fala em recuperação, mas esta não tem sido feita nos moldes que deveria ser feita. Nas reabilitações em que nós estamos envolvidos, fazemos um redimensionamento total do edifÃÂcio ao nÃÂvel estrutural. É um trabalho muito mais profundo, que exige muito mais capacidade técnica e que vai ter mais longevidade.
Fazem mais trabalhos para obras públicas ou privadas?
AF: A nossa estratégia e a nossa preocupação é ter sempre um equilÃÂbrio entre o tipo e o volume de obras, também na vertente de obras públicas e privadas.
Encontram diferenças entre o cliente público e privado?
AR: Hoje em dia o Estado é mais exigente no trabalho que nos pede, porque se apetrechou de meios e pessoas que podem avaliar aquilo que lhe estamos a oferecer. Exigem projectos de qualidade, que são revistos por várias entidades.
Que balanço fazem dos concursos em que têm estado envolvidos?
AF: O mercado tem uma série de gabinetes e empresas que oferecem valores muito simpáticos. Num concurso em que o primeiro critério é o preço, vai acontecer que quem vai ganhar o trabalho é aquele que apresenta o preço mais baixo. Já perdemos concursos, às vezes injustamente, pelo factor preço.
Cada vez mais o critério principal é o preço mais baixo?
AR: Não é tanto assim. E é bom que não seja porque pelo preço mais baixo de certeza que não vão ter um trabalho com tanta qualidade.
Isso mostra a importância do projecto para evitar derrapagens.
AR: Muitas das empresas e entidades públicas ainda não se aperceberam disso. Ter um bom projecto é o princÃÂpio para que a obra seja muito mais fácil de fazer, mais rápida, sem derrapagens de prazos e de custos. Nós tentamos sempre responder aos prazos, mas a verdade é que um projecto, para ter um melhor grau de qualidade, deveria ter tempo para se poder pensar nisso. Muitas vezes não dão tempo aos projectistas para ponderarem soluções.
Entraram no mercado de Moçambique. Tencionam prosseguir no sentido da internacionalização?
AR: Estamos em Moçambique desde 2001. É um mercado que está novamente a ressurgir. Mas antes de sairmos temos que ser bons cá. Para ir para fora é preciso uma estrutura maior. Não há gabinetes projectistas que estejam implantados sozinhos no estrangeiro, é muito difÃÂcil.
AF: Temos essa ambição, mas é controlada porque queremos crescer sustentadamente. Não queremos fazer apostas de dimensão desmesurada relativamente àquilo que é a nossa realidade, com consequências que tanto podem ser muito boas como muito más. Preferimos entrar nesses mercados na base das parcerias.
Têm uma equipa bastante jovem.
AF: Mais uma vez, o fundamental é o equilÃÂbrio. Temos uma equipa bastante jovem porque procuramos que os reforços que temos vindo a fazer sejam jovens para tentar contrabalançar com a equipa experiente. Procuramos ter uma base de sustentação sólida e depois uma camada que nos permita ter sangue novo.
AR: Gostamos de ter na nossa equipa engenheiros que tenham saÃÂdo da faculdade há relativamente pouco tempo porque com o trabalho por vezes esquecemos algumas coisas que aprendemos na faculdade e que são importantes e os mais jovens vão-nos relembrando isso aplicando no trabalho deles coisas que são importantes e que vêm frescas da faculdade.
Como é feita a gestão do trabalho?
AF: As pessoas mais experientes planeiam as actividades, coordenam o trabalho e são o rosto na relação com os clientes, enquanto que os outros profissionais estão mais virados para a parte de produção. A responsabilidade é do coordenador, mas permite-nos ter estes dois pratos da balança equilibrados.
A juventude é também importante para a inovação?
AR: Sim, por exemplo os engenheiros de obra trazem sempre de novo novas ferramentas de cálculo e de trabalho.
AF: E é importante para a produtividade. Muitas vezes, para cumprirmos prazos, só com esta capacidade de inovar e usar novas ferramentas é que se consegue. Esse desafio não tem só a ver com prazos, mas com custos. Apresentamos propostas hoje em dia ao mesmo preço que apresentávamos há cinco anos atrás. Só conseguimos porque alcançámos mais produtividade.
Ainda há inovações dentro da engenharia?
AF: O nosso grande desafio é aprender todos os dias e a proximidade com os arquitectos é boa nesse sentido, porque são eles quem nos exige mais em termos de inovação.
AR: Por vezes eles trazem-nos ideias que àprimeira vista nos parece impossÃÂvel, mas acabamos por explorar todas as possibilidades até encontrarmos uma solução.
Ficha técnica
Nome: Entrecálculos
Morada: Rua D. Francisco de Almeida, 14 A, 1400-118 Lisboa
Telefone: 21 303 12 80
E-mail: lisboa@entrecalculos.com
Projectos: Hotel Golden Age, Funchal; Instalações da Adega dos Vinhos Barbeitos, Funchal; remodelação e ampliação do EdifÃÂcio Sumólis; Linha do Alentejo (REFER); EdifÃÂcios de Habitação no Parque das Nações, Lisboa (parcela 6.06, lote 305, lote 3.01.04); Quinta de São Sebastião, Paço do Lumiar; CondomÃÂnio Sommerschield II, Maputo, Moçambique; dez escolas no Concelho de Mafra; Parque desportivo da Horta, Açores