Gabinete àLupa – Gravidade Engenharia
«Nascermos na crise é bom sinal» Desde que fundaram o gabinete notaram uma evolução ou ressentiram-se da crise que atravessa o sector da construção? Rui Mestre: O gabinete foi fundado em 2004, fizemos recentemente dois anos. Por isso, nós já nascemos na crise. Achamos que uma empresa que nasce na crise e consegue perdurar é… Continue reading Gabinete àLupa – Gravidade Engenharia
Maria João Morais
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«Nascermos na crise é bom sinal»
Desde que fundaram o gabinete notaram uma evolução ou ressentiram-se da crise que atravessa o sector da construção?
Rui Mestre: O gabinete foi fundado em 2004, fizemos recentemente dois anos. Por isso, nós já nascemos na crise. Achamos que uma empresa que nasce na crise e consegue perdurar é um bom sinal.
Marta Gameiro: Apesar da conjuntura de crise, temos sentido uma evolução e estamos satisfeitos. Tem havido um crescimento em termos dos projectos que temos feito: começámos por trabalhar na área das obras de arte e também na área das ETAR e das obras hidráulicas. Estamos a atravessar uma fase em que há muitas verbas canalizadas para este tipo de obras: está a ser feito um grande esforço nacional.
A Gravidade tem procurado apostar em áreas de mercado menos desenvolvidas, como é o caso das estruturas leves. Porquê a opção de explorar estas áreas de mercado?
MG: Para nos diferenciarmos da concorrência. Percebemos que a área de projectos de estruturas está bastante saturada em Portugal, também porque as obras públicas são cada vez menos. Há uma necessidade de nos diferenciarmos da concorrência e identificámos, nesta área das estruturas leves, nomeadamente das estruturas de aço e vidro, estruturas em vidro complexas, uma lacuna no mercado. Por vezes deparamo-nos com a intenção de donos de obra e de arquitectos em executar esse tipo de estruturas. Há também uma indústria que ainda não está muito desenvolvida mas que existe. E não há no meio uma parte técnica da engenharia que faça o projecto nessa área, normalmente estruturas muito complexas que exigem um estudo aprofundado. Acreditamos que daqui a uns anos Portugal estará equiparado ao que se faz nos restantes paÃÂses europeus neste segmento.
Como é a vossa relação com a área arquitectónica? Procuram favorecer um trabalho integrado?
RM: Nós procuramos apostar no trabalho com os arquitectos, o que tem sido extremamente gratificante. Temos trabalhado com alguns arquitectos jovens, e tem-se gerado uma grande empatia entre ambos.
MG: Temos sempre a preocupação de tentar iniciar a colaboração com os arquitectos de um dado projecto desde as fases iniciais. O problema é quando o projecto chega às mãos dos engenheiros e já vem de tal forma avançado que é difÃÂcil de implementar qualquer modificação que seja necessária. Por isso tentamos dar o nosso apoio desde as fases iniciais do projecto, o que até dá mais liberdade aos arquitectos, uma vez que tendo uma noção mais concreta daquilo que é possÃÂvel e exequÃÂvel, podem chegar mais longe.
Tiveram formação e exerceram no estrangeiro, nomeadamente em Paris. Quais as principais diferenças que encontram quando comparam com o que é feito em Portugal?
RM: A nossa formação é semelhante: fizemos a licenciatura em engenharia civil no Instituto Superior Técnico e depois fizemos o mestrado em Paris, mas a nossa experiência profissional foi diferente. Entendo que em França há uma abordagem diferente àengenharia. Nomeadamente, a organização de faculdade é completamente diferente do que cá. No mestrado tÃÂnhamos aulas dadas por engenheiros de topo em cada domÃÂnio e o contacto com esses engenheiros de grande experiência foi muito bom.
E a nÃÂvel profissional?
RM: A nÃÂvel profissional, demos conta que estávamos muito bem preparados sob o ponto de vista técnico. Cá aquilo que é pedido a um jovem engenheiro está mais relacionado com a parte técnica, enquanto que lá desde inÃÂcio que há preocupações que não são estritamente técnicas.
MG: Acredito que lá fora há uma margem de evolução maior. Em Paris dão uma responsabilidade maior àpessoa, exigem mais, mas há também uma expectativa maior de evolução na carreira, porque os gabinetes são menos centralizadas numa ou duas pessoas. Em Portugal os gabinetes de projecto são muito personalizados. Lá funcionam mais a nÃÂvel empresarial.
Foi isso que os levou a criar em Portugal um gabinete de raiz, em vez de optarem por outro tipo de caminho profissional?
RM: Sim. Depois de vir de Paris trabalhámos em gabinetes de referência cá em Portugal, mas optámos por fundar o nosso próprio gabinete. Ao criarmos a Gravidade tentámos trazer para cá aquilo que vimos e gostámos lá fora, sobretudo na parte da organização, que é onde se nota a maior diferença.
O gabinete ainda é jovem, assim como as pessoas que o constituem. Em que é que isso é uma mais-valia para vocês?
RM: Se calhar não é tanto uma mais-valia mas antes um handicap. É difÃÂcil implantarmo-nos porque o meio da construção é muito tradicional, e aào facto de ser jovem não é uma mais-valia.
MG: Arrancar do zero custa muito. Há muito suor envolvido. Mas acredito que a nossa grande vantagem é a energia, a flexibilidade, e a nossa vontade de sair para a frente, aliada àcapacidade de dar resposta em situações mais adversas.
Já trabalharam também na área da reabilitação. Concordam com a ideia de que este é o futuro da construção?
RM: É uma necessidade, é um mercado que pretendemos explorar. Não se sabe ainda em que moldes é que esta área vai evoluir, mas sem dúvida que é um mercado que tem futuro. Quando nós regressámos de Paris já notámos uma diferença em Lisboa. Isso terá que ser feito, a dúvida é saber quanto tempo vai demorar.
As questões relacionadas com a construção sustentável são uma preocupação quando desenvolvem o vosso trabalho?
MG: Temos feito esse contacto sobretudo ao nÃÂvel das estruturas leves, de aço e de vidro. Estamos a falar de fachadas num paÃÂs que tem bastante exposição solar e essas questões surgem bastante. Estamos bastante sensibilizados para isso, mas como nós estamos vocacionados para a área das estruturas, essas questões não fazem tanto parte da nossa actuação.
Ficha técnica
Nome: Gravidade Engenharia
Morada: Rua Sarmento Beires, lote 32 R/C, 1900 – 410 Lisboa
Telefone: 21 848 44 24
E-mail:
info@gravidade-engenheiros.pt
Site: www.gravidade-engenheiros.pt
Projectos: Fachada do Hotel Meridien em Lisboa; Estação de Tratamento de ÃÂguas Residuais Batalha e Milagres em Leiria; Complexo Desportivo das Furnas; Viaduto de acesso da E.N.3-3 ao apeadeiro de Santana do Cartaxo – Ramo A; CIRVER – Centro Integrado de Recuperação Valorização e Eliminação de ResÃÂduos Perigosos; Vistoria no âmbito da elaboração de Planos Estratégicos, para a Baixa Pombalina – Sociedade de Reabilitação Urbana; Espaço Museológico Centro Interpretativo da Gruta do Carvão, em Ponta Delgada, Açores