O equilÃÂbrio pelo traço Aires Mateus
Alcácer do Sal vai receber um lar de idosos, com a assinatura de Francisco e Manuel Aires Mateus, que se caracteriza por “um corpo sereno que se estende ao longo de umparqueâ€Â. Privilegiando as relações entre interior e exterior, o edifÃÂcio visa promover uma vivência pontuada pelo conforto, através de geometrias variadas que abrem o… Continue reading O equilÃÂbrio pelo traço Aires Mateus
Ana Rita Sevilha
BOMO Arquitectos assinam reconversão de casa rural em Silves (c/ galeria de imagens)
O expectável aumento do volume de investimento na hotelaria europeia
Roca apresenta “Sparking Change” na Fuorisalone
Habitação: Câmara de Lagos aprova investimento de 9,4M€ na compra de terrenos
Vila Galé inaugura hotéis na Figueira da Foz e Isla Canela
Prémio Nacional do Imobiliário 2024 distingue empreendimentos do sector
DS Private reforça rede
Salto Studio ganha concurso para antiga Colónia Balnear da Areia Branca
Município de Esposende investe 3,6M€ na construção de residência de estudantes
Weber lança novo acabamento para fachadas
Alcácer do Sal vai receber um lar de idosos, com a assinatura de Francisco e Manuel Aires Mateus, que se caracteriza por “um corpo sereno que se estende ao longo de umparqueâ€Â. Privilegiando as relações entre interior e exterior, o edifÃÂcio visa promover uma vivência pontuada pelo conforto, através de geometrias variadas que abrem o volume ao exterior
Francisco e Manuel Aires Mateus são os autores de um lar de idosos que vai nascer em Alcácer do Sal, num terreno pertencente àSanta Casa da Misericórdia local, e que de acordo com os mesmos, se define conceptualmente como “um corpo sereno que se estende ao longo de um parque de óbvias valências públicasâ€Â. Após uma primeira análise da área de intervenção, os autores do projecto descobriram que o terreno tinha como principal qualidade a “possibilidade ainda existente de nele serem criadas áreas exteriores de qualidadeâ€Â. Estas áreas foram entendidas como uma “mais-valia em termos de usufruto pela população residente ou visitanteâ€Â, e ajudaram a clarificar, na análise realizada pelo atelier e a direcção da Santa Casa da Misericórdia, quais os edifÃÂcios com qualidade e desempenho para serem mantidos, com o objectivo de libertar a maior área possÃÂvel para a implementação do novo conjunto, bem como de áreas exteriores. Tendo como ponto de partida o equilÃÂbrio entre área construÃÂda e espaço vazio, os autores do projecto explicam que, apesar de as “adaptações interiores dos edifÃÂcios existentes não fazerem, no geral, parte deste projectoâ€Â, foi na procura desse equilÃÂbrio que “reside a razão de base das demolições previstasâ€Â.
Corpo permeável
O edifÃÂcio do lar de idosos, “que será implantado de forma natural sobre o terreno, visa manter com os arranjos exteriores uma relação muito directa privilegiando as relações interior/exterior em todos os pisosâ€Â, pode ler-se na memória descritiva da proposta. Formado por um corpo único que se posiciona no canto sul/nascente do complexo, o novo volume acompanha a pendente natural do terreno e reúne no piso térreo as áreas predominantemente sociais, mantendo uma estreita relação com o edifÃÂcio de apoio já existente. De forma a ser integrado no novo conjunto, este edifÃÂcio de apoio foi sujeito a uma “remodelação cosméticaâ€Â, revelam Francisco e Manuel Aires Mateus, explicando que essa intervenção pretende dotar o edifÃÂcio “de uma linguagem capaz de estabelecer†com o novo conjunto “um diálogo equilibradoâ€Â, o que, devido àsua posição relativa na nova área a tratar, obrigou “a adaptações, essencialmente externas, ao nÃÂvel dos revestimentos e caixilhariasâ€Â. O piso térreo concentra assim as áreas ligadas às diversas actividades lúdicas, áreas de recepção e apoio a visitantes, sala de jantar, sala de convÃÂvio e áreas técnicas. Os pisos superiores do edifÃÂcio estão vocacionados para receber os quartos e respectivas áreas de apoio, bem como áreas destinadas ao convÃÂvio em espaços delimitados. Acentuando a relação entre interior/exterior, os quartos usufruem de uma área exterior em varanda também privada, e os corredores de distribuição terão geometrias variadas, com o objectivo de animarem os percursos internos, sendo pontuados por pequenas janelas que se abrem sobre o parque. Pontuados por diferentes aberturas são também os vários volumes que compõem o edifÃÂcio, o que permite “o recuo do plano de vidro, assegurando um melhor controlo da forte insolaçãoâ€Â.
ÃÂreas exteriores
Toda a intervenção demonstra um cuidado com os arranjos e relações exteriores, reforçando um sentido de parque mais ligado ànatureza do lugar do que àideia de um clássico jardim. Segundo os autores do projecto, “as áreas exteriores propostas dividem-se essencialmente em dois núcleos. Uma área de maiores dimensões em que será criada uma área de parque, com zonas amplas de coberto vegetal e árvores, enquadradas por passeios que assinalam percursos que convidem a uma fruição, não só dos idosos mas também das respectivas famÃÂlias, visando a criação de espaços de interacção entre a comunidade residente e a população em geral. Uma segunda área, de carácter mais privado visa a criação de jardins temáticos, em que se pretende o incentivo àmanutenção por parte da comunidade residente, numa clara ligação a uma tradição rural que poderia, ainda que quase simbolicamente, ser recuperadaâ€Â. Destinando-se a uma faixa etária especÃÂfica e com condições fÃÂsicas variadas, Francisco e Manuel Aires Mateus revelam que as preocupações ao longo do desenvolvimento do projecto ultrapassaram os aspectos legais em vigor, indo “para lá das normas estabelecidas promovendo o máximo conforto àpopulação residenteâ€Â. Desta forma, os autores do projecto procuraram “dar resposta não só a questões da viabilização da mobilidade, mas essencialmente responder a condições de vida, nalguns casos bastante adversas, nomeadamente numa ligação entre interior/exterior, na criação de espaços exteriores privados para cada quarto protegidos da insolação directa, no desenho de percursos variados com áreas de estar intercaladas, na criação de diversos espaços de lazer e convÃÂvio em todos os pisos, e na procura de áreas exteriores de carácter mais privado, promovendo o desenvolvimento de pequenos trabalhos pela comunidade.