“Contentor” de conteúdos
A arca de Noé, bem como toda a história a ela associada é o mote para um projecto que materializa um Museu de Crianças, um espaço que aspira ser de aprendizagem e incentivo.A arquitectura é assinada pelo atelier Arte e Tectónica "La nave va! ", uma frase de Federico Fellini, é a forma como João… Continue reading “Contentor” de conteúdos
Ana Rita Sevilha
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A arca de Noé, bem como toda a história a ela associada é o mote para um projecto que materializa um Museu de Crianças, um espaço que aspira ser de aprendizagem e incentivo.A arquitectura é assinada pelo atelier Arte e Tectónica
"La nave va! ", uma frase de Federico Fellini, é a forma como João Cassiano Santos, arquitecto responsável pelo gabinete Arte e Tectónica, define o seu projecto para um possível Museu das Crianças, a implantar no Parque da Bela Vista, em Lisboa. O edifício, que até à data ainda não se sabe se será ou não uma realidade, propõe um "tipo de educação baseada na inspiração e na participação, por oposição ao excesso de entretenimento passivo e virtual que esta nossa sociedade vende diariamente", pode ler-se na memória descritiva da proposta. Como qualquer outro projecto, que encerra um sem número de questões, condicionantes e preocupações, este não foi excepção, com a particularidade de se estar a criar um espaço para crianças. Nesse sentido, na génese do projecto estiveram uma série de pressupostos, que de acordo com João Cassiano Santos foram, ao nível das preocupações, a procura de uma imagem que sintetizasse uma mensagem; a forma como se iria transmitir informação e cultura às crianças; e os percursos, seus ritmos, variações e duração. Relativamente às condicionantes, o autor do projecto refere o orçamento e o próprio lugar de implantação.
Arca de Noé
"O arquétipo da arca de Noé surgiu naturalmente", explicou ao Construir João Cassiano Santos, revelando que esta imagem foi consequência de uma constatação real, a necessidade de existir um "contentor para crianças", um espaço museológico que encerre no seu interior um conjunto de conteúdos dirigido a esta faixa da população. "Um museu é sempre um contentor, é uma casca, uma pele que envolve conteúdos. Se verificarmos que percentagem dos poucos visitantes dos museus de Portugal são crianças ficaremos entristecidos", constata João Cassiano Santos na memória descritiva da proposta. Associando esta ideia ao terreno de implantação, a imagem da arca de Noé, e toda a história a ela associada foram o ponto de partida para o desenvolvimento desta proposta. A forma do edifício e o seu revestimento a madeira, sugerem uma barca que nos remete para o "viajar e levar o mundo lá dentro". Interiormente o espaço articula-se mediante um objectivo, o de "aprender fazendo". Desta forma, como explica o autor do projecto, o programa relaciona as necessidades de "expor e ver coisas com as actividades de fazer coisas e ver coisas", numa relação espacial que é feita através dos conteúdos expositivos. Neste estudo prévio, o programa equacionado contempla uma sala para exposições permanentes, uma sala para exposições temporárias, que por sua vez se articula por meio de uma rampa com um espaço de oficina e depósito. Para além destas zonas, o projecto conta ainda com um átrio, uma loja, uma zona dedicada à administração, cafetaria e instalações sanitárias.
Controle da luz
Aspirando ser um espaço de aprendizagem, onde se incentiva a curiosidade dos mais jovens, o edifício assenta em princípios arquitectónicos que caracterizam os espaços museológicos. Entre as especificidades deste tipo de programas, encontra-se a luminosidade, bem como o seu controle e o seu contributo para espaços expositivos. Como refere João Cassiano Santos, "o controle da luz natural é a pedra de toque dos museus contemporâneos", e nesse sentido, será também no Museu das Crianças uma peça fundamental no desenho e na criação dos ambientes interiores. Revestido a contraplacado fenólico na fachada norte, para consolidar o conceito de arca ou barca, a sul o alçado distingue-se por ser uma "fachada-filtro-véu". Com esta solução, onde vidro, madeira e painéis de betão branco se articulam formando um todo, o autor da proposta pretende "interpor um recorte interior de sombra entre muitos rectângulos de vidro". O projecto assinado pelo gabinete Arte e Tectónica ainda é uma incógnita, uma vez que segundo João Cassiano Branco, este é apenas um estudo prévio de uma proposta que não se sabe se irá ser concretizada.