Era dos LED’s domina o sector
A escolha pela fabricação de LED`s continua a ser a grande aposta do presente e será com certeza o negócio do futuro. Actualmente, assiste-se a uma viragem das tecnologias tradicionais para tecnologias de ponta mais eficientes, de maior duração e de melhor qualidade. Mas o desconhecimento por parte do público em geral ainda é uma… Continue reading Era dos LED’s domina o sector
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A escolha pela fabricação de LED`s continua a ser a grande aposta do presente e será com certeza o negócio do futuro. Actualmente, assiste-se a uma viragem das tecnologias tradicionais para tecnologias de ponta mais eficientes, de maior duração e de melhor qualidade. Mas o desconhecimento por parte do público em geral ainda é uma constante
O mercado da iluminação em Portugal está a atravessar um período positivo, de crescimento e até, para algumas empresas, há já sinais de recuperação, depois de um ciclo "em baixa". 2008 é sem dúvida, para a maioria do empresários, um ano com optimismo para o sector, no que concerne ao mercado das luzes. A escolha pela fabricação de LED`s continua a ser a grande aposta do presente e será com certeza o negócio do futuro. O conceito "eficiência energética" predomina cada vez mais no dia-a-dia das empresas e os resultados estão à vista. No ano passado, Portugal reduziu pela primeira vez em cinco anos, a intensidade energética no consumo de electricidade, que cresceu menos que o Produto Interno Bruto (PIB). Segundo a Quercus, o consumo de electricidade subiu 2,6%, entre 2005 e 2006, enquanto que entre 2006 e 2007 o aumento foi apenas de 1,8% referiu a associação ambientalista com base nos dados da Redes Energéticas Nacionais (REN). A associação afirmou também que pela primeira vez nos últimos cinco anos, o consumo de electricidade em 2007 cresceu menos que o PIB, que subiu 1,9%, tendo-se verificado uma redução do valor de intensidade energética, ou seja, a electricidade que é necessária para produzir uma unidade de riqueza. Ora, o clima, a poupança e melhor eficiência energética explicam esta redução. Importa não esquecer que em Portugal, o valor da intensidade energética é ainda mais um dos mais elevados a nível europeu, sendo um indicador de desperdício de energia.
Ao Construir, a presidente da Associação dos Industriais Portugueses de Iluminação (AIPI), Ilda Pires, confessou que a eficiência energética neste segmento de mercado está na ordem do dia. "É uma preocupação crescente dos nossos fabricantes de iluminação decorativa doméstica", conta. "Cada vez mais estes recorrem às novas tecnologias e materiais, nomeadamente através da utilização de novas lâmpadas como os LED's e as fluorescentes compactas – CFLS, concebendo novos designs que permita a sua adaptação às novas luminárias, em vez das tradicionais lâmpadas incandescentes", frisou Ilda Pires.
Exportação versus importação
A responsável pela AIPI, referiu ainda que relativamente ao mercado de iluminação doméstica continua a existir um hábito "muito enraizado" por parte dos decoradores de interiores portugueses, e que se baseia numa procura intensa de produtos importados, na sua maioria, por desconhecimento da oferta de produtos portugueses de marcas prestigiadas, que apresentam qualidade e design diferenciados, os quais são, por feliz contrapartida, grandemente procurados no mercado externo, factor que tem vindo a traduzir um aumento substancial das exportações portuguesas da iluminação decorativa doméstica (candeeiros) produzida em Portugal. Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) demonstram também um aumento tanto nas exportações como nas importações sobretudo dos candeeiros de cabeceira, de escritório e lampadários de interior, eléctricos, bem como lustres e outros aparelhos eléctricos de iluminação, próprios para serem suspensos e fixados no tecto ou na parede (excepto para a iluminação pública), como se pode verificar no quadro de dados daquele organismo.
LED´s ganham peso no mercado
Nos últimos anos, tem-se assistido a uma profunda e constante inovação no mercado da iluminação. Actualmente, podemos afirmar que se assiste, de facto, a uma viragem de tecnologias tradicionais para tecnologias de ponta mais eficientes, de maior duração e de melhor qualidade, como revelou Rogério Fernandes, director geral da Havells Sylvania Portugal. O responsável salientou que "ultimamente tem dado prioridade aos LED e à nova gama de lâmpadas de iodetos metálicos BRITESPOT" e, acrescentou "com toda a certeza que a tecnologia LED será um área de negócio cada vez mais importante, e com melhorias contínuas ao nível da sua eficiência, conforto visual, e das suas aplicações e utilizações". Também para a Megarim, reconhecida no mercado pela inovação tanto em produto como em serviço, "as soluções LED não são só um área com futuro mas também de presente e mesmo do passado", garantiu fonte da empresa. A Megarim é uma das empresas do mercado nacional que tem apostado fortemente há vários anos nesta vertente de luz, tendo já concretizado vários projectos com a tecnologia LED, como foi o caso do Hotel Sheraton do Porto.
Stefan Messely, director comercial da Wever & Ducré, defende também que os LED's são uma área de negócio de hoje, mas ressalva que "o desconhecimento no público em geral ainda é muito grande". Para a Schreder as soluções LED estão também na ordem do dia, sendo que vão lançar este ano a luminária SPLIT. Perez Ramos, director comercial da ETAP da Schreder, explicou ao Construir que "no princípio os LED'S eram soluções apenas decorativas ou de balizamento. Hoje, dada à sua evolução, começam a dar-se os primeiros passos no sentido da utilização em iluminação urbana, segmento onde as exigências na vertente estética se repetem na vertente funcional".
Curiosamente e, segundo avançou José Carlos Galvão, director comercial da Gillamp Projecto, até ao final do ano passado os LED's ainda eram uma miragem apenas ao alcance das situações de projecto. O responsável de marketing da empresa adiantou que "já se trabalha muito nesta tecnologia, mas ainda está longe de ser massificado para o cliente final". José Carlos Galvão alerta ainda para o facto de até aqui existirem apenas "as soluções de peças soltas que exigiam um esforço de dimensionamento e aplicação específica em infra-estruturas pensadas em projecto. Até agora ainda não há uma definição de quais as necessidades reais do mercado, ao nível de produto acabado. Isto é, arriscar em produzir em massa e pronto a aplicar… o quê? Estamos na fase inicial de arranque destas apostas e com resultados muito interessantes".
Apostas para 2008
Segundo o director comercial da Wever & Ducré, Stefan Messely, o novo catálogo 2008-2009 irá ser apresentado na já conhecida feira Light&Building, e revela uma aposta nas áreas de iluminação arquitectural, decorativa e também nos LED's. A maior preocupação é inovar nos sistemas de iluminação e conseguir que estes sejam de baixo consumo, estando assim a desenvolver estudos no campo da energia solar e possível utilização desta nas luminárias.
A Uniscala Interiores, empresa especializada na área da arquitectura, design e equipamentos, divulgará em 2008 no mercado português o Sistema Híbrido de Iluminação Parans. Este sistema distinguia-se de todas as outras soluções presentes no mercado ao ter por base a captação, condução e projecção de luz natural em ambientes interiores. Apesar do seu elevado grau de eficiência energético, este sistema de iluminação revelou-se limitado, uma vez que estava absolutamente dependente da existência de luz solar. Para superar esta lacuna, o sistema foi aperfeiçoado e hoje consegue-se conjugar a luz natural com a luz artificial, optimizando a eficiência energética deste produto. É através de um colector, Skyport, que a luz solar é captada, colocada no exterior, e transportada por cabos de fibra óptica, para o interior. O resultado é um ambiente iluminado naturalmente, sendo a luz irradiada através de um difusor, Bjök. "Esta tecnologia é ainda uma das mais eficientes em termos energéticos, à venda no mercado português", disse Ana Oliveira, do departamento de marketing da Uniscala Interiores. Já a Havells Sylvania, acompanha a evolução do mercado, tentando inovar nas novas tecnologias de iluminação, desenvolvendo produtos de elevada eficiência energética. Segundo o director geral da empresa, Rogério Fernandes, "estamos a desenvolver luminárias de LED na nossa marca LUMINANCE, na CONCORD, outra marca do grupo "temos a DECADE que é constituída por um módulo de iluminação com lâmpadas fluorescentes lineares de 16 mm diâmetro, designadas por T5, e por downlights de lâmpadas de descarga, incluindo iodetes metálicos". A empresa vai ainda apresentar uma nova gama de spots e projectores para calha, equipados com a mais recente inovação em lâmpadas compactas de iodetes metálicos com o objectivo de cumprir as necessidades actuais e cada mais exigentes ao nível da iluminação.
A Indelague, assente na máxima "facilidade de utilização", apresentará este ano algumas inovações técnicas em produtos já existentes e também uma nova gama de produtos para aplicações especiais como, por exemplo, hospitais e ginásios. Sendo que em todos privilegiam a utilização de balastros de classes A2 e A3, acontece que o mercado ainda não está preparado na sua globalidade para a utilização deste tipo de balastros. Por isso, prevêem também a utilização de balastros classe B, já que são os mais eficientes energeticamente para as aplicações a que os produtos se destinam.
Já a Megarim vai aproveitar o novo ano para trabalhar num projecto que representará uma nova abordagem a design contemporâneo de iluminação. Este projecto, Maantis, é elaborado em parceria com a empresa de Richard Rogers, que pela primeira vez trabalha com a Megarim, para em conjunto desenvolverem uma linha de produtos que possa ser utilizada em edifícios de escritórios, e mais tarde ser alargada a espaços comerciais ou residenciais.
Vão ser assim apresentadas várias estruturas como a IperRios que, baseado no Sistema Óptica Intermutável, irá ser aplicado a equipamentos do exterior de dimensões reduzidas, com a aplicação das novas lâmpadas de iodetos, metálicas e compactas. Também vão apresentar a OcchioSento, um sistema desenvolvido para facilitar a variedade de soluções de iluminação, a NoLimit e a Symbiosis, que apostam em sistemas de iluminação modular. A Symbiosis é mais um dos sistemas apresentados que permitirá criar diferentes formas orgânicas com a possibilidade de serem aplicadas a diferentes espaços. Por fim, apresentam ainda a MegLed que é um projector de encastrar desenvolvido para aplicação no interior.
De acordo com o responsável de marketing da Luzibérica, Ricardo São Pedro, "os produtos que temos lançado, seguem as últimas tendências do minimalismo, alumínio anodizado e soluções multifacetadas que permitam a partir do mesmo produto criar todo um sistema, naturalmente com soluções de luz que visam a eficiência energética, tanto como lâmpadas de baixo consumo como sensores de sistemas de regulação para controlar a luz". O grupo está ainda a preparar uma nova gama de produtos de forma a abordar o segmento de mercado da iluminação profissional decorativa e utilizando soluções de luz coerentes com as preocupações de eficiência energética.
A grande aposta para 2008 da Gillamp é a apresentação de alguns artigos, que até ao momento só eram possíveis adquirir em bruto. Agora serão apresentados de forma acabada e é o caso de vários sistemas LED. Segundo o director comercial da empresa, esperam também aumentar o número de artigos com lâmpadas de baixo consumo e balastros electrónicos.
A Alfilux quer este ano garantir soluções práticas e eficazes, desenvolvendo assim a utilização das novas fontes de luz, LED's, sendo que o desenvolvimento de novos projectos na área da iluminação tem, hoje, como aliada a criatividade e diferenciação, a responsabilidade social e ambiental e as novas propostas da empresa têm grande preocupação com a pouca dissipação de calor e o baixo consumo de energia.
O Grupo INDAL é actualmente constituído por catorze empresas, o que facilita o aparecimento de novos produtos para os diversos pontos de mercado onde se inserem. Para além das novidades que se esperam nas várias gamas de produtos que comercializam, o responsável do departamento técnico do grupo, Luís Marques, contou que "o Grupo INDAL, através dos seus departamentos I+D, tem vindo a desenvolver produtos com base em duas vertentes mais importantes nesta fase: novos conceitos na criação de reflectores, para obtenção do máximo de rentabilidade do sistema óptico com lâmpada incluída e criação de condições de funcionamento para maximização do rendimento da lâmpada".
De acordo com o director comercial da ETAP Schreder, Pérez Ramos, a principal aposta no ano de 2008 é o lançamento de uma luminária para iluminação urbana equipada com tecnologia LED. Irão também apresentar uma nova colecção de encastráveis de parede e outra de Bollards iluminados, como seguirão com a apresentação de produtos alimentados a energia solar. Já que a eficiência energética é motivo de preocupação para a empresa, todos os equipamentos da Schreder apresentam algumas características fundamentais como a utilização de energia solar, reflectores de elevadas performances, utilização de balastros electrónicos e de lâmpadas de última geração.
Fonte da OSRAM contou que o grupo acaba de lançar uma gama completa de lâmpadas de halogéneo, confirmando assim a sua preocupação e consciencialização das crescentes alterações climáticas. Estas novas lâmpadas, ENERGY SAVER, possibilitam economizar até 30 % de energia e reduzir a quantidade de CO2 para a atmosfera até 100 kg por lâmpada, conseguindo assim ter uma duração superior às convencionais.
Tendências minimalistas
Ao nível do design de iluminação, nota-se uma tendência clara para as linhas simples aliadas a um design minimalista. No caso da INDAL, por exemplo o grupo analisa esta temática de acordo com duas vertentes: iluminação interior e iluminação exterior. Luís Marques, técnico comercial da INDAL, anunciou que na iluminação interior o mercado tende "para formas geométricas menos ortodoxas, com a criação de modelos com novas funcionalidades". No que toca à iluminação exterior, nomeadamente a iluminação pública, a tendência "diz-nos que cada vez mais as propostas serão integradoras no espaço projectado, contribuindo para o produto final pretendido pela arquitectura, sobretudo com a criação de linhas constituídas por pontos de luz e mobiliário urbano", sublinhou Luís Marques. A Alfilux está a seguir um design minimalista, ou seja, "linhas simples e coloridas são as principais tendências do mercado", afirmaram os administradores da empresa, José e César Barbosa. A mesma opinião é partilhada por Ana Oliveira, comercial da Uniscala Interiores, já que têm centrando a estética em linhas simples e num design minimalista. Ana Oliveira não tem dúvidas que "estas permanecerão por muito mais tempo, pois, não só se ajustam a qualquer tipo de decoração, como mantêm a actualidade independentemente do tempo que passe".
Por outro lado, fonte da Megarim, declarou que no nosso país ainda não se sabe muito bem o que é o design de iluminação, lamentando que não haja "suficiente número de pessoas com formação na área para se sentir a diferença, mas pensamos que por isso também será uma área com muito futuro". A empresa Megarim deseja "a abertura de vários gabinetes de design de iluminação no sentido de apoiar os restantes projectistas com este conhecimento tão específico e tão descuidado pelas nossas instituições de ensino".
Mais eficiência energética
As questões ambientais tendem a ser um problema que não queremos ver transformado em realidade. Na verdade, é uma questão da qual todos fazemos parte, que acompanha a nossa realidade, e que com a crescente sensibilidade que temos assistido é possível combater. Prova disso, são as inúmeras empresas de electricidade, iluminação e derivados dela, que mostram cada vez maior preocupação com o tema. Lançar um produto ligado à iluminação nos dias de hoje, já não pode contar só com a preocupação da estética ou funcionalidade. Um dos pontos principais que as empresas têm em consideração é a prejudicialidade que pode trazer, ou não, para o meio ambiente.
Contactadas várias empresas do segmento da iluminação, conseguimos traçar quais as principais tendências para 2008, e concluir que, em todas, no lançamento dos novos produtos, se assiste já à consciencialização e preocupação pela boa gestão dos recursos, de forma a prevenir maiores problemas ambientais.
A procura por soluções de luzes eficientes é cada vez mais uma realidade no mercado nacional. No entanto, com a entrada da nova legislação sobre a eficiência energética, que obriga os fabricantes a desenvolverem equipamentos de baixo consumo energético, constata-se que, hoje, mais do que nunca, os arquitectos e engenheiros privilegiam sistemas de iluminação que valorizem a poupança energética e a máxima aproximação à luz natural, contou ao Construir Ana Oliveira, do departamento de marketing da Uniscala Interiores. João Valente, responsável pelo sector da exportação da Indelague, nota também que este segmento de mercado está mais preocupado com esta questão. "Refira-se que hoje as questões da eficiência energética do que eram, por exemplo há três anos". Não obstante, para Ricardo São Pedro, responsável de marketing da Luzibérica, tem uma posição diferente, uma vez que repara que tirando uma reduzida minoria que têm mostrado interesse nesta questão, em relação aos restantes "temos que ser nós a fomentar e sensibilizar para estas questões".
Carina Traça e Rita Mendes Ribeiro