Procuram-se Gestores com bom domínio de idiomas
Tiago Ivo Martinho*O sector da Construção e Imobiliário é facilmente caracterizado pelas empresas de Recrutamento & Selecção porque apresenta uma dinâmica de emprego muito própria, relacionada com o volume de obras em execução. A conquista de novos projectos implica a constituição imediata de vastas equipas dedicadas aos mesmos, o que exige uma grande ginástica de… Continue reading Procuram-se Gestores com bom domínio de idiomas
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Tiago Ivo Martinho*O sector da Construção e Imobiliário é facilmente caracterizado pelas empresas de Recrutamento & Selecção porque apresenta uma dinâmica de emprego muito própria, relacionada com o volume de obras em execução. A conquista de novos projectos implica a constituição imediata de vastas equipas dedicadas aos mesmos, o que exige uma grande ginástica de contactos no mercado que permita a contratação de profissionais de confiança em curtos espaços de tempo. Nos últimos anos, com a crise das Obras Públicas em Portugal as mesmas empresas viram-se obrigadas a moderar a política de contratação massiva do passado e a optimizarem os seus quadros e recursos, de modo a acompanharem sem grande sufoco os picos negativos do mercado. A este factor acrescenta-se a internacionalização do sector, que contribuiu para um mudança nos perfis que actualmente mais se procuram no mercado. Estamos assim perante novos cenários que têm vindo a alterar as políticas de recursos humanos praticadas no passado.
Novos destinos, novas carreiras
Vejamos o seguinte exemplo. Na óptica do empreiteiro, uma das posições clássicas é a de Director de Obra. Tratam-se de perfis com responsabilidades transversais idênticas na maioria das construtoras, que se tornam específicos do ponto de vista técnico tendo em conta a tipologia das obras em que se especializam. A procura e análise de um perfil de coordenação de obra centra-se basicamente nos seguintes vectores: volume de obras executadas, experiência em obras com características técnicas similares, orientação para gestão de equipas, controlo de custos, prazos e negociação com fornecedores e dono de obra.
Em termos de carreira, a evolução lógica de um Director de Obra passa pela posição de Director de Grupo de Obras ou Director de Produção, onde já assume responsabilidades de coordenação de equipas em várias obras. Nas grandes construtoras podemos estimar em cerca de 10 anos, no mínimo, o tempo necessário para se evoluir a este posicionamento. Se tal não se verificar assistimos muitas vezes a saídas, situação aproveitada pelas pequenas e médias empresas que absorvem estes profissionais nas suas estruturas em posições hierarquicamente superiores às que tinham. Possuem experiência, fortes conhecimentos técnicos e um histórico de relacionamento com vários clientes, tornando-se assim uma mais valia para o crescimento e evolução destas empresas.
Nos últimos anos, essencialmente devido à internacionalização do sector, e com o volume de grandes projectos a aumentar lá fora, quer o perfil, quer o percurso clássico de evolução de um Director de Obra alterou-se substancialmente. Assim, hoje existem muitas mais possibilidades de evolução para um Director de Obra, ou numa óptica de continuar em produção, assumindo obras de grande dimensão muito mais cedo, ou arcando funções orientadas para a gestão, sem uma presença constante obrigatória no terreno. Para se assumirem estes posicionamentos é obviamente necessário ter disponibilidade e motivação em desenvolver uma carreira internacional. É também fundamental a aposta desde cedo em planos de formação em economia ou gestão, que irão complementar o know-how técnico adquirido num curso de Engenharia ou Arquitectura e na experiência profissional dos primeiros anos de trabalho.
A importância dos idiomas
Outro factor cada vez mais valorizado e decisivo na contratação de novos quadros é o domínio de idiomas. Também a internacionalização obrigou a esta nova exigência, que muito está a dificultar a identificação de pessoas válidas no mercado. Hoje em dia, é porventura mais valorizado um bom domínio falado e escrito de francês, por exemplo, que um excelente portfólio de obras no Curriculum. O perfil ideal, que outrora privilegiava a vertente técnica e de liderança, transformou-se para alguém que tem que ser muito mais polivalente e adaptável a novos ambientes e culturas profissionais, sendo para isso fundamental o domínio de línguas quer numa perspectiva de comunicação comercial no país destino, quer com as próprias equipas de trabalho que se vão contratando gradualmente no local. Nas línguas mais valorizadas encontram-se o Inglês, Francês e Espanhol como idiomas globais. Numa perspectiva mais direccionada, o domínio de romeno, polaco, russo ou de outras línguas do leste da Europa é actualmente uma vantagem competitiva a ter em atenção.
*Senior Consultant de Property & Construction da Michael Page