Câmara de Lisboa já gastou mais de 3,7 milhões com realojamentos de Alfama
O vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, revelou que a autarquia conseguiu levar para Alfama 40 famílias desde o início do mandato e criticou os gastos das três sociedades de reabilitação urbana (SRU) criadas pela autarquia
Lusa
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A Câmara de Lisboa gastou mais de 3,7 milhões de euros desde 2003 para realojar as pessoas que moravam nos edifícios de Alfama incluídos nas "mega-empreitadas" e nas operações de reabilitação urbana da EPUL.Segundo revelou o presidente da autarquia de Lisboa, António Costa, são gastos cerca de 52.000 euros por mês em apoios e realojamentos directos.
"Só aqui em Alfama a Câmara gasta 52.000 euros por mês em apoios e realojamentos, o que dá mais de 600.000 euros/ano. Isto porque as obras foram lançadas sem garantia de financiamento, muitas sem projecto", disse o autarca.
António Costa falava no final de uma visita a alguns dos 40 edifícios de Alfama e Castelo incluídos nas acções prioritárias de reabilitação urbana que a autarquia quer realizar com o empréstimo negociado com o Banco Europeu de Investimento e que aguarda aprovação pela Assembleia Municipal.
De acordo com o director da Unidade de Projecto de Alfama, Nuno Morais, no total são 40 edifícios – 35 em Alfama e cinco no Castelo -, que abrangem 117 habitações e cujo custo de reabilitação está estimado em 12 milhões de euros.
"Este ano ainda serão lançadas algumas destas obras", afirmou Nuno Morais, que falava frente a um edifício que ruiu junto ao Largo do Chafariz de Dentro e do qual apenas se conseguiu recuperar a fachada.
Durante a visita, num percurso entre o Largo das Portas do Sol e o Largo de Chafariz de Dentro, a comitiva da Câmara, composta por vereadores, directores de departamento, técnicos e assessores, foi ouvindo algumas provocações de moradores, que se dirigiam ao presidente da autarquia para fazer as suas queixas.
No Largo do Chafariz de Dentro, a própria presidente da Junta de Freguesia de Santo Estêvão, Maria de Lurdes Pinheiro, aproveitou para reclamar dos atrasos das obras e criticar os cartazes com a indicação 'Aprovado' e 'Aguarda Aprovação pela Assembleia Municipal' colocados pela autarquia em vários edifícios da cidade.
"Isto em vez de 'Aprovado' ou 'Aguarda Aprovação' devia era dizer 'Recuperado' senhor presidente", afirmou a autarca, recebendo de António Costa a resposta "há-de dizer, há-de dizer".
"É o mesmo que fazia o Santana Lopes quando estava na Câmara. Dizia que fazia", contrapôs a autarca.
Questionado pela Lusa quanto às críticas à colocação dos cartazes nos prédios, António Costa afirmou: "Isso são 'fait-divers'. As pessoas precisam de saber o que passa na cidade e isto é informação. Quanto ao resto, deviam era preocupar-se com o facto de as pessoas estarem fora das suas casas por causa de obras mal programadas e com o dinheiro que a Câmara gasta nesses realojamentos".
A Lusa questionou o vereador das Finanças, Cardoso da Silva, sobre os custos destes cartazes, mas o autarca disse não saber qual o valor envolvido, remetendo para os serviços de publicidade.
Já no final da visita, o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, revelou que a autarquia conseguiu levar para Alfama 40 famílias desde o início do mandato e criticou os gastos das três sociedades de reabilitação urbana (SRU) criadas pela autarquia.
"As três SRU gastaram 14 milhões de euros e apenas recuperaram um edifício municipal", afirmou.