Vila de obras de arte ganha contornos em Oeiras
A "Vila Utopia" está a tornar-se realidade e foi recentemente apresentada, num evento que contou, entre outros, com o coordenador daquele que já foi considerado pela Sothesby's "o único empreendimento urbano de arquitectura contemporânea portuguesa", Manuel Aires Mateus. Localizado no Parque de Santa Cruz, em Oeiras, esta vila utópica vai ocupar cerca de 70… Continue reading Vila de obras de arte ganha contornos em Oeiras
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A "Vila Utopia" está a tornar-se realidade e foi recentemente apresentada, num evento que contou, entre outros, com o coordenador daquele que já foi considerado pela Sothesby's "o único empreendimento urbano de arquitectura contemporânea portuguesa", Manuel Aires Mateus. Localizado no Parque de Santa Cruz, em Oeiras, esta vila utópica vai ocupar cerca de 70 mil metros quadrados e compreende 45 moradias vocacionadas para primeira habitação familiar, em lotes com áreas que variam entre os 650 e os 1500 metros quadrados.
"Viver numa obra de arte"
É com esta frase que a "Vila Utopia" se apresenta, como um empreendimento único, composto de peças de arte, quase como esculturas habitáveis. Para o efeito, conta com a colaboração de 14 gabinetes/arquitectos, nomeadamente: Manuel Aires Mateus, Gonçalo Byrne, Eduardo Souto de Moura, Francisco Aires Mateus, João Pedro Falcão de Campos, Frederico Valsassina, Alberto Oliveira, Mário Meses, José Gomes Mota com Joana Vilhena e Ricardo Carvalho, Sebastião Moreira, António Poças e Bernardo d'Orey Manoel, José Maria Assis e Mateus Lorena, João Botelho e Filipa Mourão e ainda Marcelo Dantas e Olga Sampaio, vencedores do concurso para a moradia 13. De acordo a Sotheby's, o empreendimento caracteriza-se "pela excepcional arquitectura, privacidade e funcionalidade, sendo possível desfrutar de pátios, jardins interiores e alpendres, numa perfeita complementaridade entre as zonas sociais e o jardim". A mesma fonte, revela ainda que o projecto de arquitectura paisagista é da responsabilidade de Filipa Cardoso de Meneses e Catarina Assis Pacheco. De acordo com o coordenador do projecto de arquitectura da vila, Manuel Aires Mateus: "apostámos tudo na qualidade arquitectónica e cada moradia é única, projectada para assegurar toda a individualidade da primeira habitação", garante o arquitecto.
As casas
A cada equipa ou arquitecto foram entregues determinados lotes, e a cada um foi pedido uma frase chave que definisse a sua "obra de arte". Para Eduardo Souto Moura as suas casas, chamadas de "Duplo Pé Direito", "Páteo interior" e "Páteo Exterior", são como "obras de uma ousadia funcional que respeita e valoriza o espírito singular da Vila Utopia, reflectindo a excelência no habitar". Gonçalo Byrne caracterizou a sua proposta como "uma barreira evanescente mas opaca" que "dilui o exterior, captando o humor do céu". Manuel Aires Mateus agarrou nos elementos "profundidade, peso, luz, espaço e rigor" e desenhou soluções que contemporaneamente procuram "traduzir valores eternos no habitar". Para Frederico Valsassina, o seu desenho proporciona quatro imagens distintas: "a primeira imagem é a ideia de um objecto suspenso, a segunda uma forma simples, a terceira a funcionalidade elementar e a quarta livre de detalhe".
João Falcão de Campos caracterizou a sua casa utópica como "um sentimento de globalidade, um sentimento de comunidade em que o conjunto é mais importante que as partes que o compõem". Para Alberto Moreira, o desafio levou-o a investigar espaços cerrados e espaços virtuais "na descoberta do positivo e do negativo de que resulta um objecto de múltiplos pátios que intercalam salas e quartos". Francisco Aires Mateus optou pelos jogos: "cheios e vazios traduzem-se em espaços que unificam os seis lotes", refere o arquitecto. José Maria Assis e Mateus Lorena definiram a sua colaboração na criação desta vila como "casas que se desenvolvem em espaços sequenciais sobre o eixo Nascente/Poente, cruzadas pelo desenho vertical dos templos primitivos.
Longos e inequívocos corpos, contidos, abertos nos topos para espaços exteriores cobertos, contra o jardim iluminado". Para Mário Meses as suas casas "buscam paisagens". Como refere o arquitecto, consistem numa "topografia construída de pátios e terraços que criam privacidade ou procuram a paisagem. A madeira que filtra a luz aos olhares alheios. Luz que ocupa os espaços secretos e hierarquiza o habitar. Janelas que olham a paisagem. Casas íntimas que buscam paisagens". Segundo António Poças as casas constroem-se mediante um "conjunto de relações entre jardins", e para a dupla João Botelho e Filipa Mourão, a procura foi a de qualificar a habitação "procurando potencializar cada compartimento e as relações entre eles". Para a equipa formada por José Gomes Mota, Ricardo Carvalho e Joana Vilhena a sua opção recaiu sobre "dois volumes, um pátio com árvores, uma casa", e de acordo com Sebastião Moreira, na sua proposta o "ritmo de volumes marca a diferente ocupação do espaço e assegura a intimidade no seu interior".
Moradia 13
O lote treze foi alvo de um concurso de ideias, o "Vila Utopia Moradia 13", ganho pela dupla Olga Sampaio e Marcelo Dantas. Considerada por Manuel Aires Mateus como "a casa mais importante das 45 que a Wise irá promover", a proposta dos dois arquitectos foi a de "estratificar o lote em dois níveis, com um desnível de dois metros entre si. O nível mais elevado irá definir o pódio através do qual se faz a entrada principal na habitação. No nível inferior, a decomposição do pódio irá definir as áreas mais públicas da casa", referiram os mesmos na cerimónia de entrega de prémios do concurso de ideias. O empreendimento que está estimado em 30 milhões de euros tem actualmente 24 moradias para venda, estando 13 vendidas e oito em fase final de negociação.