'ID3' distinguido no Dubai
Ana Lúcia Cruz e Sérgio Garcês Marques foram os vencedores do 2º Prémio do Concurso Dubai 2A Magazine International Competition 2009, na Categoria B – Pequena Escala (micro-ethnic localities – small scale interventions), ex-aequo com os norte-americanos Lisa Sauvé e Adam Smith. A dupla portuguesa criou um edifício que surge como um ponto de referência… Continue reading 'ID3' distinguido no Dubai
Ana Rita Sevilha
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Ana Lúcia Cruz e Sérgio Garcês Marques foram os vencedores do 2º Prémio do Concurso Dubai 2A Magazine International Competition 2009, na Categoria B – Pequena Escala (micro-ethnic localities – small scale interventions), ex-aequo com os norte-americanos Lisa Sauvé e Adam Smith. A dupla portuguesa criou um edifício que surge como um ponto de referência na paisagem e na escala da cidade, ao qual deram o nome de ID3, o cubo identidade: "um centro multi-etnias que acolhe cada novo visitante como um velho amigo, dando lugar à criatividade e ao diálogo multicultural. Surge assim um novo espaço urbano de qualidade e identidade no espaço e na cidade do Dubai!", explicam os arquitectos no documento descritivo da proposta.
Domínio da escala
Em conversa com o Construir, Ana Lúcia Cruz e Sérgio Garcês Marques explicaram a opção pela Categoria B em vez de pela A, de maior escala. Uma escolha que em tudo teve a ver com a dimensão e aquilo que estaria directamente relacionado com a mesma. Como explicaram os dois arquitectos, a Categoria B "propunha a escolha de uma área da cidade de dimensões mais controladas onde a intervenção fosse pontual e acontecesse a uma escala mais pequena". Tendo em conta os seus conhecimentos até à data do concurso, nomeadamente ao nível profissional e cultural, concluíram que dominariam melhor "uma escala mais pequena, mais directamente relacionada com o domínio da arquitectura, do que uma macro escala que identificámos como uma intervenção ao nível do planeamento urbano". Para Ana Lúcia Cruz e Sérgio Garcês Marques essa foi sem dúvida a melhor opção, sendo que foi igualmente "bem sucedida", sublinham. "o facto de termos estendido a área de intervenção de um objecto edificado ao espaço urbano imediatamente adjacente foi uma mais valia, aliando a arquitectura e o desenho urbano". Depois de escolhida a escala foi a vez de escolher a zona de actuação. Dubai Creek foi a eleita. "O Dubai é uma cidade caracterizada não só por uma grande diversidade em termos arquitectónicos, mas também ao nível cultural (…) A nossa interpretação é que, actualmente, o Dubai se encontra direccionado para os aspectos imediatos de modernidade (novas construções, novas tecnologias, …) e que os aspectos ligados à sua história, sejam eles de que naturezas forem, estão a ser irremediavelmente esquecidos. O Dubai Creek é uma área com história no contexto da cidade, basta mencioná-lo como sendo o grande e único mercado da cidade onde chegavam os barcos vindos da Índia e de África, e que se mantém até aos dias de hoje.
Uma forma identidade
No caos urbano da massa construída existente na zona escolhida, a proposta foi a de um edifício de forma pura, um cubo, "que se concentra e se expressa como um momento de silêncio e vazio no turbilhão quotidiano da cidade. O edifício surge como um ponto de referência à escala da cidade, destacando-se dos demais edifícios pré-existentes que oscilam entre mega estruturas exuberantes de modernidade e edificado de pequena escala", explicam.
Conceptualmente associado à imagem de um menir, como referência na imagem da cidade, o cubo marca o momento em que se transpõe a imagem associada a um elemento histórico para a construção de um espaço de contemporaneidade. Como explicaram ao Construir, o ID3 "pretendia dar identidade ao local e daí surgiu-nos a principal intenção e a palavra-chave do projecto. Foi neste sentido que baseámos a quase totalidade da proposta: criar um objecto único que funcionasse à escala urbana da cidade mas que não esquecesse os seus propósitos de acolher novas culturas e etnias sendo um palco de expressão cultural mas também o reflexo individual das vivências de cada um". Ao conceito, "juntaram noções de massa, de cheio e vazio com os contrastes de positivo e negativo, luz e sombra que estes proporcionam, recriando espaços que dessem resposta aos conteúdos programático". Questionados sobre o facto de o cubo se destacar da sua envolvent, a dupla sublinhou que chocar nunca foi a intenção. "A nossa intervenção pretendia criar uma referência à escala da cidade mas contrariando a necessidade de construir mais alto ou mais exuberante para marcar uma posição. "Optámos por um objecto que marca pela sua descrição, relacionando-se pacificamente com a restante envolvente construída por ser um elemento neutro, não perdendo contudo o seu sentido de contemporaneidade", reforçam.