As eleições e o futuro da Construção em Portugal
Tiago Ivo Martinho* Aproximam-se meses decisivos para a Construção em Portugal. Com a crise dos últimos anos o sector atravessa momentos difíceis, com empresas em francas dificuldades financeiras. O investimento público é agora mais crítico do que nunca para estimular o mercado, tendo em conta a forte influência da Construção na economia nacional. Com a… Continue reading As eleições e o futuro da Construção em Portugal
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Tiago Ivo Martinho*
Aproximam-se meses decisivos para a Construção em Portugal. Com a crise dos últimos anos o sector atravessa momentos difíceis, com empresas em francas dificuldades financeiras. O investimento público é agora mais crítico do que nunca para estimular o mercado, tendo em conta a forte influência da Construção na economia nacional. Com a aparente discordância entre os principais candidatos ao Governo no que concerne à politica a seguir para o sector, as eleições representarão um momento chave em termos de estratégia e timings de investimento para os próximos anos e conduzirão muitas empresas a tomar decisões imediatas sobre o seu rumo, tendo em conta que se encontram em longa expectativa e com dificuldades em suster a sua actual situação por muito mais tempo.
O investimento internacional como estratégia… e única opção
As grandes empresas anteciparam-se às tardias decisões políticas e expandiram-se para novos territórios, diversificando os seus clientes e negócio. Esta tendência internacional continuará, até porque a experiência adquirida nos últimos anos começa a dar os seus frutos, com o crescimento e profissionalização das equipas que nela estão envolvidas. Hoje, os Recursos Humanos das nossas empresas estão preparados e maduros para acompanhar e sustentar um investimento internacional como não estavam há dez anos atrás. Esta evolução sente-se nos profissionais deslocalizados, que adquiriram experiência fora de Portugal, na captação de novo negócio e desenvolvimento de projectos e nos departamentos de Recursos Humanos centrais, que implementam procedimentos e instituem políticas globais, fundamentais para a estabilização e crescimento dos quadros fora do País.
São assim as pequenas e médias empresas que mais sentem dificuldades em Portugal, tendo muitas fechado as portas nos últimos anos. A diversificação de negócio, a aposta na qualidade e especialização tecnológica são estratégias que têm vindo a ser seguidas com bons resultados em várias situações. No entanto, com a crise financeira e as dificuldades de financiamento é difícil resistir face a um mercado ibérico em queda acentuada.
Pleno emprego: cá ou lá?
Com a internacionalização em larga escala das nossas empresas alguns dos nossos principais gestores e quadros técnicos especializados iniciaram uma carreira internacional. Em muitos casos, o que se esperava ser uma estadia de um a dois anos tornou-se num projecto sem final à vista. Mesmo os que resistiram a estas mudanças de vida estão agora receptivos a fazê-lo, atraídos pela estabilidade de emprego, projectos aliciantes e melhores condições de remuneração. Neste âmbito, quando se quantifica o desemprego real no sector da Construção Civil e Obras Públicas há que considerar o número de trabalhadores portugueses que se deslocaram para fora nos últimos anos e que, uma vez regressados, não teriam possibilidade de ser absorvidos pelo nosso mercado actual.
Neste cenário as eleições legislativas que se avizinham reflectem-se de especial importância estratégica para o sector da Construção. Por um lado a possibilidade de um novo balão de oxigénio com o arranque de Obras Públicas como o Novo Aeroporto ou o TGV, o que estimularia o mercado e criaria novos postos de trabalho numa altura em que o desemprego continua a aumentar. Por outro lado, na ausência de grandes investimentos estatais as nossas empresas serão obrigadas de vez a repensar toda a sua estratégia de fundo para os próximos anos, reestruturando-se e apostando em novos serviços ou mercados. O resultado a longo prazo de qualquer uma destas possíveis políticas é difícil de prever, ainda para mais em época de crise, no entanto tratar-se-ão sem dúvida de decisões com um impacto profundo no sector como o conhecemos actualmente. n
*Manager de Engineering & Property da Michael Page