Consórcio Altavia diz que proposta do Tave Tejo obriga a um refinanciamento ao fim de oito anos
De acordo com o relatório preliminar do júri do concurso, a que a Lusa teve acesso, a diferença dos preços das duas propostas, que inicialmente era de 300 milhões de euros, aumentou para 509 milhões de euros
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A proposta do consórcio Tave Tejo, classificada preliminarmente em primeiro lugar no concurso para a construção do troço de alta velocidade Lisboa-Poceirão, inclui um “financiamento parcial”, garante o presidente executivo do agrupamento Altavia, Duarte Vieira.
A proposta do consórcio Tave Tejo para este concurso, que inclui a terceira travessia do Tejo, tem um preço inferior em mais de 500 milhões de euros ao da proposta do agrupamento Altavia, liderado pela Mota-Engil.
De acordo com o relatório preliminar do júri do concurso, a que a Lusa teve acesso, a diferença dos preços das duas propostas, que inicialmente era de 300 milhões de euros, aumentou para 509 milhões de euros, na sequência de ajustamentos feitos às propostas pela comissão de avaliação. A proposta do consórcio Altavia aumentou de 2.166 milhões de euros para 2.473 milhões de euros, enquanto a proposta do consórcio Tave Tejo aumentou de 1.870 milhões de euros para 1.964 milhões de euros.
O presidente executivo do consórcio Altavia, Duarte Vieira, explicou à Lusa que esta diferença se refere ao Valor Atualizado Líquido (VAL), que inclui custos de “construção, manutenção e financeiros”, avançando que a proposta do Tave Tejo “apresenta um financiamento parcial, limitando a sua proposta aos primeiros sete anos, referindo que será apresentado um refinanciamento ao oitavo ano”.
O responsável concluiu que, “como este financiamento posterior é uma incógnita, as propostas [dos dois consórcios] não são comparáveis”.
Quanto à diferença de 300 milhões nos preços das duas propostas, o valor anunciado inicialmente, o presidente executivo do consórcio Altavia afirma que ela se refere aos custos de construção.
Mas também a este nível o consórcio liderado pela Mota-Engil afirma que a proposta do agrupamento Tave Tejo não cumpre todos os requisitos do caderno de encargos – construção da linha de alta velocidade, da terceira travessia do Tejo e dos acessos norte e sul da nova ponte.
“O consórcio Tave Tejo não cumpre no que respeita à construção dos acessos rodoviários do lado norte e do lado sul da terceira travessia”, exemplificou Duarte Vieira.
“Estamos a comparar propostas que não são comparáveis. A proposta do consórcio Tave Tejo devia ser excluída do concurso”, concluiu.
O consórcio Altavia contestou o relatório preliminar de avaliação das propostas para a construção do troço Lisboa-Poceirão, que classificou provisoriamente em primeiro lugar o agrupamento Tave Tejo.
O consórcio Altavia integra a portuguesa Mota-Engil (17,38 por cento), a francesa Vinci (16,38 por cento), a Somague (14,64 por cento), a Teixeira Duarte (14,64 por cento), a MSF (10,98 por cento), a OPWAY (10,98 por cento), a Esconcessões (cinco por cento),o BPI (seis por cento), BES (um por cento), o banco Invest (0,75 por cento) e Alves Ribeiro (2,25 por cento).
O agrupamento Tave Tejo integra a espanhola FCC (26 por cento), as portuguesa Ramalho Rosa-Cobetar (um por cento) e Conduril (nove por cento), os italianos da Impregilo (25 por cento) e da Cimolai (quatro por cento), bem como a sociedade gestora de participações sociais EHST – European High Speed Trains (35 por cento).