Mercado de escritórios europeu evidencia sinais de optimismo, embora cauteloso
No 4º trimestre de 2009, as rendas prime de escritórios na Europa situavam-se, em média, cerca de 13,6% abaixo dos níveis registados cerca de um ano antes
Ana Rita Sevilha
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“As economias europeias continuam a evidenciar sinais encorajadores de recuperação”, revela o relatório Jones Lang LaSalle’s Q4 2009 European Property Clock.
Contudo, revela a consultora imobiliária, “o desfasamento temporal entre a realidade económica e os mercados de escritórios europeus continua a ser evidente. Existem ainda diferenças importantes entre os mercados no que respeita a sua posição no ciclo das rendas, com alguns mercados a aguardarem crescimento das rendas prime já em 2010 e outros ainda na fase de declínio”.
Ao nível regional, “o European Prime Office Rental Index, baseado na performance ponderada de 24 mercados, registou um declínio de 0,8% no 4º trimestre de 2009, depois de observar uma variação semelhante no trimestre anterior”.
Relativemente ao mercado de Lisboa, o relatório posiciona-o na fase do ciclo que deverá ainda assistir ao decréscimo de rendas, “registando uma renda anual de 228€/m² no 4º trimestre de 2009. Este valor representou um decréscimo trimestral de 2,6%, enquanto que, em termos anuais, a queda foi de 9,6%”.
Ann Charnock, directora de Corporate Solutions da Jones Lang LaSalle Portugal, comenta: “embora se tenha verificada uma forte descida nas rendas em 2009, prevê-se que as rendas se mantenham estáveis, sobretudo no centro da capital, durante 2010, devido essencialmente a uma taxa de disponibilidade baixa para bons edifícios, sendo que a discrepância de rendas entre produtos de maior e menor qualidade deverá ser ainda mais acentuada”.
No 4º trimestre de 2009, as rendas prime de escritórios na Europa situavam-se, em média, cerca de 13,6% abaixo dos níveis registados cerca de um ano antes, e 16,8% abaixo do pico atingido no 2º trimestre de 2008. No último trimestre de 2009, as rendas prime de escritórios continuaram a decrescer em 9 dos 24 mercados observados.
Londres, que assistiu a uma queda das rendas de cerca de 35% desde início da descida, é agora o primeiro mercado a atingir o final da fase de declínio e, sendo um mercado com uma confiança crescente, sugere que voltará a registar crescimento das rendas já no 1º trimestre de 2010.
Chris Staveley, Director of EMEA Capital Markets da Jones Lang LaSalle disse: “à medida que as perspectivas económicas melhoram, os indicadores do mercado de trabalho continuam fracos e muito dependentes do estímulo dos governos. A confiança dos empresários em toda a Europa continua a melhorar face aos mínimos históricos registados no início de 2009, mas as empresas permanecem, ainda assim, bastante sensíveis aos custos. Contudo, algumas empresas estão a aproveitar a oportunidade gerada no contexto de rendas baixas para assegurar espaço prime ou renegociar contratos”.
A Jones Lang LaSalle refere ainda que “a procura de escritórios cresceu 28% no trimestre, alcançando os 2,8 milhões de m², um nível semelhante ao período homólogo e que impulsionou o take up anual de 2009 para os 9,1 milhões de m². Contudo, comparativamente a 2008, a procura de escritórios em 2009 ficou 26% abaixo e, face à média dos últimos cinco anos, essa queda foi de 23%.”
De forma geral, 16 dos 24 mercados considerados neste estudo revelaram níveis crescentes de absorção no trimestre, liderados por Amesterdão, Bruxelas e Madrid, ainda que recuperem de níveis totais baixos.
Chris Staveley concluiu: “No 4º trimestre de 2009, as posições do European Property Office Clock da Jones Lang LaSalle reflectem as diferenças em toda a Europa. Vale a pena sublinhar a extensão do movimento dos mercados no último trimestre, com Londres, Oslo e Varsóvia a não esperarem novos declínios nas rendas. Outros mercados, contudo, deverão continuar a assistir a reduções nas suas rendas. Apesar das variações significativas entre mercados, a mudança positiva observada na grande maioria e o facto de vermos os primeiros mercados posicionados, ou perto, do indicador das 6 horas, mostra a extensão e a velocidade a que os mercados se deslocaram nos seus ciclos. Apesar dos riscos inerentes à economia e ao mercado imobiliário, até final de 2010 podemos esperar que determinados mercados entrem na fase de crescimento das rendas, ou seja, bastante acima das expectativas de mercado traçadas apenas há seis meses”.