Belmiro diz que custo do dinheiro é “sinal evidente” de que grandes obras não devem começar
“O Governo disse que [as obras públicas] são para continuar, mas na minha opinião aquelas obras não devem começar, porque não temos dinheiro”
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O fundador da Sonae, Belmiro de Azevedo, apontou esta quinta-feira o aumento do custo do dinheiro como mais uma razão para o Governo suspender as grandes obras públicas.
“O Governo disse que [as obras públicas] são para continuar, mas na minha opinião aquelas obras não devem começar, porque não temos dinheiro”, afirmou o empresário, à margem da 2.ª edição do The Magellan MBA, que decorreu na Escola de Gestão do Porto.
“O dinheiro está muito caro. Basta ver a última emissão de dívida: [o juro] passou de 1 para 4 por cento”, justifica Belmiro de Azevedo, considerando que este “é o sinal mais evidente de que o dinheiro é finito”.
Assim, e sublinhando que “quem não tem dinheiro não tem vícios”, o empresário defende que “é preciso reavaliar a sério” os grandes projectos.
Em declarações aos jornalistas, o patrão da Sonae realçou o exemplo da Irlanda, que “numa situação difícil reagiu muito bem: tinha eleições à porta e não falou, agiu, tomando medidas muito menos dolorosas do que se tivesse tomado as decisões um mês depois”.
Questionado sobre a decisão do Governo de estabelecer um teto máximo para o subsídio de desemprego, Belmiro de Azevedo disse que “em qualquer acção tem que ser avaliado o impacto e quando começa a haver impacto”, considerando que “os problemas com dimensão estão a ficar escondidos debaixo do tapete”.
Sobre o Projeto Farol, lançado há um ano pela Deloitte com o objectivo de mobilizar a sociedade civil na reflexão dos temas estruturantes para o país na próxima década, e de que faz parte, Belmiro de Azevedo escusou-se a fazer qualquer comentário: “Assumi o compromisso de não falar. Fiquei com a incumbência de dizer que não posso falar.”
Várias figuras da sociedade civil portuguesa, entre os quais vários economistas, que integram um grupo de trabalho desenvolvido pela Deloitte, transmitiram na quarta feira ao Presidente da República, Cavaco Silva, uma visão optimista para o futuro de Portugal.
“Viemos dar a nossa visão para o futuro do país até 2020. Não é só um diagnóstico, é uma análise sobre o futuro, num momento em que Portugal está muito pessimista”, revelou Daniel Proença de Carvalho, uma das personalidades que integram o Projecto Farol, à saída do encontro no Palácio de Belém.
Questionado sobre a actual situação do país, o porta voz do grupo de trabalho não se quis alongar em comentários, dizendo apenas que nas conclusões preliminares – que serão em breve divulgadas, depois de serem apresentadas ao primeiro ministro e aos grupos parlamentares – existe “uma visão optimista”.