Contexto paisagístico dita proposta de Posto 9 para Benavente
O lugar fica em Benavente, num terreno que conta aproximadamente com 12 hectares, na freguesia de Santo Estevão.
Ana Rita Sevilha
Terrenos da STCP entram na estratégia de regeneração de Campanhã
Dils entra no mercado português com aquisição da Castelhana
TPS constrói Serenity Vilamoura para a Fercopor
Autarquias no centro da nova política de Habitação
Almina investe 11M€ para melhorar o controlo e redução da emissão de poeiras
Geberit Mepla com maior variedade de acessórios
Terrenos do fundo insolvente Costa Atlântica em leilão por 7,8M€
Viúva Lamego participa na Lisbon by Design
Até Agosto serão lançados 253 concursos no valor de 2500M€
Greenvolt instala painéis solares nos hóteis Highgate
O lugar fica em Benavente, num terreno que conta aproximadamente com 12 hectares, na freguesia de Santo Estevão. O programa, um novo pólo da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT), destinado a receber as Faculdades de Medicina Veterinária e de Educação Física e Desporto. O projecto, conta com a assinatura de André Ferreira e Joana Castanheira – Posto 9, e a solução partiu do contexto paisagístico do local e do envolvimento cénico. O terreno em questão “adapta-se às exigências do programa funcional de cada um dos cursos”, explicam os autores da proposta, sublinhando que o mesmo permite, no caso da Medicina Veterinária, “a implementação de amplas áreas interiores e exteriores necessárias à deslocação, tratamento e alojamento dos animais de grande porte, mantendo-os em contacto com o ar livre”. E, no caso da Educação Física, “o desenvolvimento de actividades que vão incidir preferencialmente sobre desportos radicais”. Na memória descritiva do projecto, André Ferreira e Joana Castanheira lembram ainda que o espaço visa a “calendarização de uma série de actividades extra-curriculares, incentivando a participação da comunidade local na vida do campus”. Ao Construir, a dupla de arquitectos do Posto 9 explicou como foi pensar um espaço para duas disciplinas aparentemente tão diferentes: “apesar das aparentes diferenças funcionais, os cursos de educação física e veterinária apresentam muitos pontos de convergência. Em primeiro lugar, existem espaços lectivos e de lazer de uso comum – salas de aula teóricas, auditório, bar e serviços académicos. Em segundo lugar, ambos os cursos utilizam a mesma envolvente natural como complemento das actividades lectivas, seja para actividades desportivas ou para pastagem de animais. O desafio do projecto foi organizar estes pontos convergentes, para explorar ao máximo as suas potencialidades”.
O contexto
A proposta do Posto 9 assenta numa estratégia de integração adaptada ao contexto paisagístico natural. “A primeira preocupação/desafio do projecto foi garantir o respeito pelas condicionantes da envolvente natural. Em segundo lugar, procurou-se trabalhar com a envolvente – utilizando-a não só como complemento das actividades lectivas, mas também como elemento integrado nos edifícios (de que é exemplo o espelho de água entre o bar e o auditório) e participante na eficiência energética da construção”, explicaram. Depois da análise da planta de condicionantes e através de estudos hipsométricos, de declives e de exposições solares, a opção recaiu em localizar a concentração mais expressiva do programa no sector noroeste do terreno, e assim, a exclusão da área de maior concentração arbórea e o “interessante sistema de vistas”, ditaram a implantação do conjunto de edifícios que constituem o corpo central do campus, e que consiste na parte lectiva, administrativa/académica, de investigação e de relações externas. “A área de construção prevista (em todas as fases de ampliação) segue uma organização geométrica informal. Ou seja, os edifícios não estão implantados segundo um único eixo ortogonal, e alguns destes edifícios sofrem inflexões na sua configuração. O objectivo é garantir uma integração harmoniosa na envolvente natural”. Para além disso, a opção pelo betão à vista “complementa o carácter ‘natural’ da proposta”, concluem.
Um núcleo, quatro edifícios
O núcleo central é composto por quatro edifícios. O Edifício A, que contempla a entrada principal, auditório, área administrativa, salas de aulas e balneários; o Edifício B, onde ficam o bar e a cantina; o Edifício C, que compreende a clínica veterinária e área de ensino/investigação dedicada a animais de grande porte; e por último o Edifício D onde fica o armazém de apoio à clínica. Neste conjunto de volumes, o Edifício A assume “uma expressão pública sobre a praça de recepção do conjunto”, e de acordo com a equipa projectista, “o enquadramento iconográfico do campus é obtido através da fixação dos edifícios A e B nas vertentes esquerda e direita do pequeno vale formado pela linha de água principal”. A opção de criar um espelho de água entre os dois edifícios “favorece a criação de um ambiente confortável, e reforça expressivamente o envolvimento cénico com a envolvente natural”, asseguram. Neste conjunto, o Edifício C “permite estabelecer a contenção visual da área de serviços veterinários sobre o sector de entrada e recepção”.
André Ferreira e Joana Castanheira sublinham ainda que “a organização funcional e formal dos edifícios promove a interacção entre os cursos, através da partilha das actividades lectivas e da concentração das actividades práticas no exterior e em espaços comuns como a cantina e o auditório”. A unir os corpos fica uma galeria de circulação exterior coberta, através da qual são articuladas as diferentes cotas de pavimento, de forma a viabilizar a mobilidade interna. Ao Construir, os arquitectos do Posto 9 adiantaram que a primeira fase da obra está prevista para ser iniciada no fim de 2010 ou início de 2011.