Contexto paisagístico dita proposta de Posto 9 para Benavente
O lugar fica em Benavente, num terreno que conta aproximadamente com 12 hectares, na freguesia de Santo Estevão.
Ana Rita Sevilha
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O lugar fica em Benavente, num terreno que conta aproximadamente com 12 hectares, na freguesia de Santo Estevão. O programa, um novo pólo da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT), destinado a receber as Faculdades de Medicina Veterinária e de Educação Física e Desporto. O projecto, conta com a assinatura de André Ferreira e Joana Castanheira – Posto 9, e a solução partiu do contexto paisagístico do local e do envolvimento cénico. O terreno em questão “adapta-se às exigências do programa funcional de cada um dos cursos”, explicam os autores da proposta, sublinhando que o mesmo permite, no caso da Medicina Veterinária, “a implementação de amplas áreas interiores e exteriores necessárias à deslocação, tratamento e alojamento dos animais de grande porte, mantendo-os em contacto com o ar livre”. E, no caso da Educação Física, “o desenvolvimento de actividades que vão incidir preferencialmente sobre desportos radicais”. Na memória descritiva do projecto, André Ferreira e Joana Castanheira lembram ainda que o espaço visa a “calendarização de uma série de actividades extra-curriculares, incentivando a participação da comunidade local na vida do campus”. Ao Construir, a dupla de arquitectos do Posto 9 explicou como foi pensar um espaço para duas disciplinas aparentemente tão diferentes: “apesar das aparentes diferenças funcionais, os cursos de educação física e veterinária apresentam muitos pontos de convergência. Em primeiro lugar, existem espaços lectivos e de lazer de uso comum – salas de aula teóricas, auditório, bar e serviços académicos. Em segundo lugar, ambos os cursos utilizam a mesma envolvente natural como complemento das actividades lectivas, seja para actividades desportivas ou para pastagem de animais. O desafio do projecto foi organizar estes pontos convergentes, para explorar ao máximo as suas potencialidades”.
O contexto
A proposta do Posto 9 assenta numa estratégia de integração adaptada ao contexto paisagístico natural. “A primeira preocupação/desafio do projecto foi garantir o respeito pelas condicionantes da envolvente natural. Em segundo lugar, procurou-se trabalhar com a envolvente – utilizando-a não só como complemento das actividades lectivas, mas também como elemento integrado nos edifícios (de que é exemplo o espelho de água entre o bar e o auditório) e participante na eficiência energética da construção”, explicaram. Depois da análise da planta de condicionantes e através de estudos hipsométricos, de declives e de exposições solares, a opção recaiu em localizar a concentração mais expressiva do programa no sector noroeste do terreno, e assim, a exclusão da área de maior concentração arbórea e o “interessante sistema de vistas”, ditaram a implantação do conjunto de edifícios que constituem o corpo central do campus, e que consiste na parte lectiva, administrativa/académica, de investigação e de relações externas. “A área de construção prevista (em todas as fases de ampliação) segue uma organização geométrica informal. Ou seja, os edifícios não estão implantados segundo um único eixo ortogonal, e alguns destes edifícios sofrem inflexões na sua configuração. O objectivo é garantir uma integração harmoniosa na envolvente natural”. Para além disso, a opção pelo betão à vista “complementa o carácter ‘natural’ da proposta”, concluem.
Um núcleo, quatro edifícios
O núcleo central é composto por quatro edifícios. O Edifício A, que contempla a entrada principal, auditório, área administrativa, salas de aulas e balneários; o Edifício B, onde ficam o bar e a cantina; o Edifício C, que compreende a clínica veterinária e área de ensino/investigação dedicada a animais de grande porte; e por último o Edifício D onde fica o armazém de apoio à clínica. Neste conjunto de volumes, o Edifício A assume “uma expressão pública sobre a praça de recepção do conjunto”, e de acordo com a equipa projectista, “o enquadramento iconográfico do campus é obtido através da fixação dos edifícios A e B nas vertentes esquerda e direita do pequeno vale formado pela linha de água principal”. A opção de criar um espelho de água entre os dois edifícios “favorece a criação de um ambiente confortável, e reforça expressivamente o envolvimento cénico com a envolvente natural”, asseguram. Neste conjunto, o Edifício C “permite estabelecer a contenção visual da área de serviços veterinários sobre o sector de entrada e recepção”.
André Ferreira e Joana Castanheira sublinham ainda que “a organização funcional e formal dos edifícios promove a interacção entre os cursos, através da partilha das actividades lectivas e da concentração das actividades práticas no exterior e em espaços comuns como a cantina e o auditório”. A unir os corpos fica uma galeria de circulação exterior coberta, através da qual são articuladas as diferentes cotas de pavimento, de forma a viabilizar a mobilidade interna. Ao Construir, os arquitectos do Posto 9 adiantaram que a primeira fase da obra está prevista para ser iniciada no fim de 2010 ou início de 2011.