‘Manutenção de estradas exige planeamento’
A Estradas de Portugal anunciou que vai investir 16 milhões de euros na conservação de 1 281 quilómetros de estradas, 242 pontes,
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A Estradas de Portugal anunciou que vai investir 16 milhões de euros na conservação de 1 281 quilómetros de estradas, 242 pontes, viadutos e outras travessias incluídas na rede rodoviária a seu cargo no distrito de Beja e ainda 14,5 milhões de euros na conservação de mais de mil quilómetros de estradas e perto de duas centenas de pontes e outros equipamentos do Distrito de Bragança.
O investimento, a realizar a partir deste ano e até 2013, inclui a conservação de pavimentos, bermas, valetas, passeios, nós, intersecções, ilhéus, separadores, taludes e da rede de vedação, além da manutenção de obras de arte, actividades ambientais e de segurança. Trata-se de “mais um investimento da Estradas de Portugal pela melhoria das condições de circulação e segurança dos utentes da Rede Rodoviária Nacional a seu cargo”. Para a concretização dos trabalhos, a Estradas de Portugal já lançou um concurso, cujos resultados deverão ser conhecidos no final deste mês.
Conservação “desregrada”
O anuncio agora conhecido surge em contradição com o que por norma acontece, pelo menos a avaliar pela opinião de Franco Coelho, responsável pela Repasfalt, empresa importadora e distribuidora em Portugal de fabricantes europeus de betumes e asfaltos, de pavimentos de borracha e produtos biotecnológicos que considera que “só vemos as vias rodoviárias portuguesas em bom estado quando são de construção muito recente; e mesmo assim, quando nelas tiverem sido aplicados bons materiais. As excepções acontecem normalmente próximo das eleições em que o que se poupou em manutenção ao longo de 4 anos vai servir para dispendiosas e apressadas reparações”. Ao Construir, Franco Coelho sublinha que “a manutenção é uma ‘coisa’ que exige plano e não é precisa para tão ‘pouca coisa’. Segundo o responsável da Repasfalt, a aposta na manutenção é uma necessidade “constante” e “premente”. “Caracterizo a manutenção em Portugal como um mal que se tem de fazer, uma actividade menor sempre considerada como desperdício e empecilho face a coisas que dêem impacto, que enalteçam quem as fez ou mandou fazer. O fazer ou mandar fazer novo dá uma imagem de capacidade, de poder, etc.”, alerta Franco Coelho, acrescentando que “a manutenção das vias rodoviárias é um bom retrato desta filosofia serôdia. Não dá nas vistas e dá menos votos. Não necessita de tantos estudos, de arquitectos e de engenheiros e de tanto staff qualificado”. Questionado sobre o panorama deste tipo de investimento em Portugal, Franco Coelho entende que investimento no domínio da manutenção implica “planeamento”. “Um só (mas bem fundamentado) diagnóstico e uma análise comparativa de custos – benefícios, uma aprovação democrática dos recursos temporais, humanos, financeiros envolvidos e a escolha de materiais de qualidade, são a base de sucesso e de economias de escala aumentando a produtividade”, refere, em jeito de questão sobre se isso é praticado em Portugal.
Cortes abençoados?
Podem os cortes nos investimentos com auto-estradas repercutir-se também nos investimentos a efectuar no domínio da conservação de estradas, Franco Coelho considera que “se as manutenções e reparações forem planeadas e executadas conforme mostrei a minha convicção é de que os cortes que daí poderão vir, podem ser uma bênção”. Coelho entende que “os custos de manutenção e de reparação baixarão enormemente com a aplicação de bons materiais versus políticas de ‘apenas’ preços mais baixos (que, na maioria dos casos se tornam bem caros) substituindo grandes trabalhos de reparação por manutenções eficientes, atempadas, rápidas e duradouras”. A Repasfalt patenteou o desenho industrial de um marcador/sinalizador rasante electrónico com a configuração de um disco registando-o com o nome comercial de “DiscuStus”. Este produto, alimentado pela rede ou por energia foto-voltaica a 12V, tem sido aplicado em passadeiras de peões, em passagens de nível, heliportos e curvas perigosas com nevoeiro. Os “DiscuStus” assinalam em permanência (tanto de dia como de noite) e a grande distância, qualquer zona ou área de risco (junto a escolas, a hospitais, travessias, lombas, bermas, cais, rotundas e que evitem o desvio da atenção para fora da zona de risco como muitas vezes acontece com a sinalização vertical. A sua configuração de calote esférica evita a acumulação de poeiras e sujidades deixando visível a sua luz sinalizadora; a sua pequena cota acima do pavimento que evita transformá-los em mais uma lomba a ultrapassar, a duração de funcionamento ao longo de meses e anos suportando cargas de cerca de 6ton. Além disso, a empresa nacional conseguiu a concessão de comercialização por parte da grande produtora Sueca “Trelleborg” dos produtos de borracha ignífuca para pavimentos dedicados a invisuais e amblíopes, ergonómicos, industriais, desportivos e tapetes de marcação rodoviária. Estes pavimentos de borracha caracterizam-se por serem extremamente resistentes, e por alguns deles serem resistentes aos óleos e ao fogo, e outros com capacidades dieléctricas, outros ergonómicos, outros reflectores e anti-deslizantes.