Moçambique e China estreitam relações
Uma economia em desenvolvimento e uma nação a caminhar para a modernização.
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Uma economia em desenvolvimento e uma nação a caminhar para a modernização. Estes são dois pressupostos em que assenta o plano de expansão de Moçambique que desperta interesse entre as empresas nacionais e que está também a ser seguido pelo tecido empresarial chinês. Uma delegação de 50 empresários chineses, entre os quais “gestores ou proprietários de algumas das maiores empresas do país”, está a planear deslocar-se a Moçambique em Julho para “analisar oportunidades de investimento”, segundo fontes moçambicanas. O anúncio foi feito em Xangai, a capital económica da China, após um encontro do primeiro-ministro moçambicano, Aires Ali, com o líder de um consórcio financeiro chinês e outros empresários locais. Aires Ali “disse aos empresários estar certo que, depois de verem as oportunidades disponíveis em Moçambique, eles não teriam dúvidas que ‘este é o pais para o seu capital'”, relatou a agência noticiosa moçambicana AIM. Um dos acordos alcançados diz respeito à última fase da modernização do Aeroporto Internacional de Maputo, obra orçada em 65 milhões de dólares (53 milhões de euros), e que deverá arrancar ainda este ano com financiamento do Export-Import Bank of China (EXIM).
Um outro banco directamente tutelado pelo Conselho de Estado chinês, o China Development Bank, vai “disponibilizar” 80 milhões de dólares (65,2 milhões de euros) para construir uma fabrica de cimento na província de Sofala e mais 20 milhões de dólares (16,3 milhões de euros) para uma unidade de processamento de algodão em Magude, no sul do país. Ao todo, a delegação moçambicana foi tentar junto das autoridades chinesas um plano de financiamento na ordem dos 2 mil milhões de dólares.
Necessidades no imobiliário
Fruto das transformações do país, que implicam uma maior aposta no segmento imobiliário, o ex-presidente moçambicano Joaquim Chissano lançou em Maputo um projecto de construção de 1836 casas, avaliado em 80,7 milhões de euros, “em resposta à enorme demanda de casas entre os jovens profissionais das zonas urbanas”.
Dados fornecidos no anúncio do novo empreendimento imobiliário, denominado “Casa Jovem”, referem que as habitações serão erguidas em prédios de quatro pisos cada, em casas de tipo 1 e tipo 4, na área de Chihango, zona próxima do Bairro do Triunfo, um dos mais luxuosos da capital moçambicana.
Além das habitações, a área do projecto “Casa Jovem” vai também albergar um espaço comercial, ginásios, salões de festas, piscinas, parques de estacionamento e outras infra-estruturas. Falando sobre a iniciativa, em nome da Fundação Joaquim Chissano, uma das entidades promotoras do empreendimento, o ex-chefe do Estado moçambicano afirmou que “o projecto de construção de habitação para jovens é em resposta à enorme demanda que se verifica por parte desta camada da população moçambicana, principalmente dos jovens profissionais das zonas urbanas”.
Joaquim Chissano sublinhou que “o problema da habitação é de dimensão nacional e afecta a maioria dos moçambicanos, em particular os jovens”, defendendo por isso que “a obra a erguer seja de boa qualidade, mas de um custo acessível aos seus destinatários”. O presidente da Fundação Joaquim Chissano destacou o benefício do empreendimento no plano social pelo facto de a iniciativa poder permitir o acesso de mais de 1800 famílias moçambicanas jovens “a habitação condigna”.
Segundo Érik Charas, director-executivo da Charas Limitada, que concebeu o projecto, o custo mínimo de uma casa será de 25 mil dólares (pouco mais de 20 mil euros) e o investimento total do empreendimento será disponibilizado pelos promotores da iniciativa.
OPWAY ganha obra
O anúncio surge numa altura em que a construtora OPWAY acaba de garantir um concurso público promovido pelo Ministério das Obras Públicas e Habitação de Moçambique para a concepção e reabilitação de 135 km da Estrada Nacional 211, que liga Caniçado e Chicualacuala, na província de Gaza. O valor da empreitada, que tem um prazo de execução de 30 meses, é de cerca de 41 milhões de euros.
O contrato compreende também trabalhos de movimento de terras, obras de arte correntes, drenagem, revestimentos superficiais, sinalização e guardas de segurança. Esta obra enquadra-se nos objectivos estratégicos traçados pelo Governo Moçambicano para o sector de estradas, que visa aumentar a percentagem de vias rodoviárias em boas condições de conservação de 39% para 70% ou seja de 10.600 para 19.030 km. De acordo com o que a construtora avançou em comunicado, “Moçambique é um dos mercados estratégicos da OPWAY, que está presente noutras importantes empreitadas neste país como é o caso da construção da nova Ponte de Tete, a Estrada Centro NE Lote 1 Namacurra-Nampevo, a Estrada Centro NE Lote 2 Nampevo-Alto Molócue e a Ponte de Moculumba, na província de Nampula”.