Crise económica provoca atrasos, adiamentos e recalendarização de hotéis PIN
Entre os projectos turísticos que sofreram alterações à calendarização inicial encontram-se alguns que, em 2008, foram até visitados pelo então ministro Manuel Pinho no âmbito da iniciativa “Economia presente”
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A crise económica e financeira que está a afectar Portugal tem provocado atrasos, adiamentos ou recalendarizações de projectos turísticos previstos para o Algarve, alguns classificados de Potencial Interesse Nacional (PIN), reconheceram promotores e agentes locais.
Entre os projectos turísticos que sofreram alterações à calendarização inicial encontram-se alguns que, em 2008, foram até visitados pelo então ministro Manuel Pinho no âmbito da iniciativa “Economia presente” e deveriam estar concluídos em 2009 e início de 2010, como foi anunciado.
Na Quinta do Lago, concelho de Loulé, está prevista a construção do hotel Conrad Algarve Palácio da Quinta, promovido pelo Grupo Imocom, que representava um investimento próximo dos 100 milhões de euros, a promoção de quatro centenas de postos de trabalho directos e indirectos e cuja data de inauguração prevista inicial era 2009.
No entanto, a expectativa inicial daquele que seria um hotel seis estrelas não foi cumprida, como reconhece Nuno Aires, do Turismo do Algarve: “O que sei é que recalendarizaram todo o processo de investimento e, neste momento, não sei exactamente qual é o ponto de situação”.
A Imocom, promotores do projecto, não quiseram explicar os motivos do atraso, limitando-se a dizer que esta não era a “melhor altura” para promover o empreendimento.
Também no concelho de Lagos, o governo atribuiu o estatuto de PIN ao Palmares Resort, do grupo Onyria, que tinha como data de conclusão final o início de 2010, segundo os dados avançados então pelo ministro da Economia.
Confrontado com o atraso verificado na conclusão de projectos de investimento previsto para a região, Nuno Aires respondeu que preferia falar dos que foram efectivamente concretizados e estão em funcionamento, dando como exemplo outro projecto da Imocom, o Valverde, no Carvoeiro, que “está concluído e em operação”.
Confrontado com o atraso, o Grupo Onyria, promotores do Palmares Resort, alegam que, “face à crise económica em geral e do mercado imobiliário em particular”, foi dada “prioridade ao investimento nas vertentes hoteleira e golfe”, que já são desenvolvidas na Quinta da Marinha.
Este projectos irão servir “de alicerce para o pontapé de saída do investimento residencial, que sofreu alguns ajustes em termos de calendário”, acrescenta a mesma fonte. .
O Palmares representa um investimento global de cerca de 300 milhões de euros e a criação de cerca de 430 empregos directos e 700 indirectos.
Apesar da crise, o grupo espera inaugurar ainda este verão o percurso de golfe, da autoria de Trent Jones Jr., e estão a decorrer os trabalhos para o novo Onyria Palmares hotel, unidade de cinco estrelas que terá 160 quartos com vista para o mar, numa primeira fase de um projecto que prevê ainda a construção de “463 unidades residenciais, entre apartamentos, Town-houses e grandes lotes para moradias individuais”, e outras valências.
Em Fevereiro, os atrasos dos novos empreendimentos algarvios já haviam motivado uma tomada de posição dos presidentes do Turismo do Algarve e da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Elidérico Viegas.
No Sotavento, no concelho de Castro Marim, o grupo Inland, do presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, é o promotor do Terras de Verdelago, investimento de cerca de 250 milhões de euros que também tem estatuto PIN desde 2008.
Na ocasião, o grupo disse que o Verdelago “não se encontra nem nunca se encontrou suspenso e que as obras estão em curso, prevendo-se a sua conclusão num prazo de 39 meses a contar da data de consignação (11 de Janeiro de 2010)”.
No entanto, como é possível constatar no local, as obras só recentemente iniciaram a fase de terraplanagem e construção de infraestruturas.