Relatório APEMIP revela desajustamento entre procura e oferta no arrendamento
No lado da Procura, o arrendamento surge como alternativa concreta, tendo representado cerca de 24,1% das pesquisas realizadas em Setembro no Portal CasaYES, o resultado mais elevado dos últimos seis meses
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O mais recente Catálogo de Estudos de Mercado da APEMIP, já na nona edição, revela um dinamismo, que em situações de arrefecimento económico, como o actual, permite que se assista, por exemplo, a uma situação de desajuste potencial, em que cerca de 17% dos interessados procuram um imóvel residencial de valor igual ou inferior a 75 mil euros, quando a oferta deste segmento, não ultrapassa os 8,1% do stock disponível no mercado e patente no Portal CasaYES.
No lado da Procura, o arrendamento surge como alternativa concreta, tendo representado cerca de 24,1% das pesquisas realizadas em Setembro no Portal CasaYES, o resultado mais elevado dos últimos seis meses e que, quando desagregado em termos distritais, permite constatar que esta é uma tendência transversal à totalidade do território, embora atinja máximos nos distritos de Lisboa e Porto (26,1% e 24,4% das intenções de pesquisa). A segmentação deste mercado em termos de valores de referência permite observar um desequilíbrio, já que cerca de 50% dos interessados procuram um imóvel com renda mensal situada entre os 300 euros e os 500 euros, quando a oferta apenas assegura 33,1% dos fogos disponibilizados nestas condições.
Quem procura habitação própria, aponta como valor de referência mínimo, em termos médios nacionais globais, os 131.800 euros (1,4% superior ao indicado no bimestre anterior) e máximo, os 176.400 euros (1,8% superior às expectativas mais elevadas indicadas nos meses de Junho e Julho), o que indica que cerca de 24,4% das pesquisas efectuadas se situam entre os 125 mil euros e os 175 mil euros.
O concelho mais solicitado por aqueles que recorrem ao Portal CasaYES é Lisboa, que encerra 12,98% da procura nos dois últimos meses. Esta posição cimeira atinge uma relevância mínima no segmento de moradias (2,59% das pesquisas concretizadas) e um valor máximo no dos apartamento de 20,91% das pesquisas.
No campo da Oferta imobiliária tem sido possível assegurar uma certa estabilidade, não apenas em termos de dimensão do stock colocado no mercado, como nos valores de referência que o caracterizam. No entanto, constata-se que um potencial desajuste segmento moradias voltou a manifestar-se nos meses de Agosto e Setembro, desta feita com uma maior amplitude, mesmo em termos de procura líquida, o que indica um interesse efectivo dos consumidores neste produto.
A Oferta residencial continua a encontrar-se fortemente concentrada em imóveis cujo valor de mercado se situa entre os 75 mil euros e os 125 mil euros (31,5% dos imóveis disponibilizados no Portal CasaYES) oferecendo, no entanto, um leque de opções significativo, tanto no limite inferior (valor igual ou inferior a 75 mil euros e onde se encontram 8,1% dos imóveis), como no segmento de luxo (para valores superiores a 500 mil euros e onde se encontram cerca de 4% dos imóveis para venda).
Apesar da forte diversidade imobiliária assegurada pelo Portal CasaYES, constata-se uma eventual carência de imóveis para o segmento mais baixo, o que não deve ser interpretado de forma linear, já que este tipo de produto imobiliário encontra-se dependente dos condicionalismos que afectam hoje o mercado, uma vez que se destinam a um público-alvo, também ele mais exposto à precariedade, à insegurança e às medidas de austeridade.
No que concerne a valores por metro quadrado, a Oferta residencial mantém-se fortemente concentrada no intervalo entre 1.000 euros e 1.500 euros por m2 (representando 38,4% dos imóveis, mais 1% do que no bimestre anterior), sendo igualmente relevante os imóveis com valor por metro quadrado superior a 2000 euros continuarem acima dos 16%, o que permite deduzir uma estabilidade dos valores praticados, mesmo nos segmentos mais elevados