Vencedora do Prémio IHRU 2010 garante que há muito a fazer para readaptar sector da construção à reabilitação
“Há algum trabalho a fazer no que respeita à readaptação do nosso sector da construção às necessidades e características específicas da reabilitação, que exige abordagens, técnicas e aptidões diferentes das da construção nova”
Prospectiva fiscaliza empreitadas no hospital de Vila Nova e Gaia e Espinho
Grupo IPG coloca no mercado 51 mil m2 de activos logísticos e industriais
Ordem dos Arquitectos debate cinco décadas de habitação em democracia
Pestana Hotel Group com resultado líquido superior a 100M€
‘The Nine’ em Vilamoura comercializado a 50%
‘Rethinking Organizations: as diferentes visões sobre o Futuro das Organizações no QSP SUMMIT 2024
Sindicato dos Arquitectos reúne com objectivo de aprovar “primeiras tabelas salariais”
FEP traz a Portugal economista David D. Friedman
António Fragateiro assume direcção de Real Estate para Portugal do Numa Group
Habitação: Mais de 200 ideias integram nova versão da Carta Municipal
A vencedora do Prémio IHRU 2010 na vertente de investigação científica Ana Pinho congratulou-se esta sexta-feira com o galardão e defendeu que há algum trabalho a fazer na readaptação do sector da construção nacional às necessidades específicas da reabilitação.
“Há algum trabalho a fazer no que respeita à readaptação do nosso sector da construção às necessidades e características específicas da reabilitação, que exige abordagens, técnicas e aptidões diferentes das da construção nova”, disse a investigadora, em declarações à Lusa horas antes de receber o prémio.
Investigadora do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), licenciada em Arquitectura e doutorada em Planeamento Urbanístico, Ana Cláudia da Costa Pinho venceu o Prémio IHRU 2010 na vertente da investigação científica com a tese de doutoramento “Conceitos e políticas europeias de reabilitação urbana. Análise da experiência portuguesa dos GTL [Gabinetes Técnicos Locais]”.
Questionada sobre o que falta em Portugal para que a reabilitação urbana possa ‘dar o passo em frente’, a investigadora reconheceu que ainda há bastante a fazer para “criar um enquadramento legal e administrativo que, de forma global e generalizada a todo o território, promova a reabilitação dos edifícios e (…) a colocação em uso dos edifícios e fracções devolutos”.
“Há que não esquecer que actualmente a degradação do edificado e a sua desocupação são cada vez mais fenómenos que se manifestam de forma generalizada no nosso tecido construído, não se restringindo, como há anos atrás, a certas áreas”, acrescentou.
Ana Pinho realçou igualmente que “existem fenómenos de concentração de carências – físicas, ambientais e socio-económicas – em certas áreas urbanas que necessitam de respostas que aborde de forma global e coordenada todas as dimensões destes problemas”.
A tese de doutoramento vencedora da terceira edição dos Prémios IHRU (Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana), que pela primeira vez distinguiu trabalhos de investigação científica, avaliou o Programa de Reabilitação Urbana (PRU), lançado em 1985, que criou os GTL e que foi posteriormente reformulado, passando a chamar-se Programa de Recuperação de Áreas Urbanas Degradadas (PRAUD).
As conclusões a que a tese chegou foram que, em comparação com as políticas europeias de então, o PRU era um programa “muito actual para a altura em que foi lançado, muito embora tenha tido vários problemas na sua operacionalização e financiamento”, mas que depois de reformulado e transformado em PRAUD foram introduzidas alterações que “fizeram o programa divergir das boas práticas europeias”.
Além de distinguir esta tese de doutoramento, premiou igualmente duas teses de mestrado: “Avaliação de bens imobiliários face ao seu potencial para reabilitação. Comparação entre o valor de imóveis reabilitados e reconstruídos em zonas históricas de Lisboa” e “Home Zones. Implicações e complicações de uma estratégia de planeamento local”.