C&W considera que 2010 ficará na memória como ano de “estagnação”
Segundo Eric van Leuven, o primeiro trimestre do ano transacto arrancou com “relativo optimismo”, isto é, um “optimismo cauteloso”
Pedro Cristino
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Segundo Eric van Leuven, o primeiro trimestre do ano transacto arrancou com “relativo optimismo”, isto é, um “optimismo cauteloso”.
De acordo com o balanço do ano transacto no sector imobiliário, desenvolvido pela Cushman & Wakefield (C&W), este cenário alterou-se durante a Primavera, com a crise e a dívida pública, tendo os ocupantes adiado planos de expansão, enquanto os investidores estrangeiros retiraram Portugal “do radar” e os nacionais temiam “crises de liquidez”. Por sua vez, os financiadores restringiram apoio ao sector.
“2010 ficará na memória como um ano de correcções e estagnação”, referiram os responsáveis da consultora durante a apresentação dos resultados e do balanço do mercado imobiliário relativamente ao ano passado.
No mercado de escritórios, este ano “bate o recorde pela negativa”, conforme afirmou o managing partner da C&W. As transacções foram motivadas, sobretudo, pela “poupança de custos”, com relocalização ou redução de espaços, tendo sido registadas quebras acentuadas nas rendas médias. Por sua vez, as rendas prime ficaram sob pressão.
No campo do retalho, as novas aberturas atingiram um mínimo histório, uma vez que apenas dois projectos foram inaugurados durante 2010. “A expansão de muitas cadeias passa pelo estabelecimento de lojas de rua”, uma medida que Eric van Leuven considera estar “em ascensão. Ainda neste segmento, o índice de volume de negócios no comércio a retalho registado foi inferior aos valores de 2005.
O mercado industrial ficou marcado, no ano transacto, pela ocupação do Eco Industrial Park da Azambuja. Contudo, no geral, este mercado registou uma actividade reduzida e a procura esteve “no nível mais baixo dos últimos anos”. Os processos de renegociação de contratos com vista à redução de rendas foram uma constante.
Embora os responsáveis da consultora considerem que a actividade de promoção neste ramo é praticamente inexistente, ressalvaram que em 2011 vão avançar dois grandes projectos no âmbito do programa Portugal Logístico.
Para 2011, Eric van Leuven prevê que se façam sentir “todos os efeitos das medidas de austeridade”, o que terá um efeito negativo no mercado imobiliário. A procura será “modesta” no segmento de escritórios enquanto que, no retalho, não se antevêem “grandes alterações”.
Para os responsáveis da C&W, a actividade de investimento poderá ser o motor do sector em 2011. A correcção de preços ao longo dos últimos 24 meses e a qualidade dos activos poderão ser outros factores a contribuir para maior atractividade do mercado de investimento.
Contudo, na Cushman & Wakefield, considera-se que a “credibilidade do país e das medidas tomadas para o equilíbrio das contas públicas serão cruciais para a captação do investimento estrangeiro”.