Subida de impostos na reabilitação leva a recessão no sector, garantem empresários
“As oportunidades de recuperar e ampliar são cada vez mais frequentes, não só no ramo da hotelaria, mas também em áreas mais abrangentes, como a habitação e a cultura (teatros, conservatórios de música, museus)”, acrescenta Ricardo Bexiga
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O administrador do Grupo FDO, Ricardo Bexiga, garantiu esta quinta-feira que a subida da carga fiscal para o segmento da reabilitação não deve ser aumentada, sob pena de provocar uma recessão do sector da reabilitação, que está ainda em fase de expansão a nível nacional.
“Estamos conscientes de que a reabilitação representa uma fatia importante no volume de negócio das construtoras portuguesas. Trata-se de um ramo que assume uma expressão cada vez mais relevante, já que a construção nova diminuiu e a degradação física das cidades reclama por acções urgentes de recuperação”, acrescenta ao Construir.
A reacção surge depois na sequência da notícia do Dinheiro Vivo,segundo a qual o Governo de Passos Coelho planeia aumentar a carga fiscal para o segmento da reabilitação.
“As oportunidades de recuperar e ampliar são cada vez mais frequentes, não só no ramo da hotelaria, mas também em áreas mais abrangentes, como a habitação e a cultura (teatros, conservatórios de música, museus)”, acrescenta Ricardo Bexiga.
Para aquele responsável, “estamos ainda longe dos índices dos países europeus com maior dimensão, como Alemanha, França e Itália, onde a reabilitação urbana chega mesmo a superar a construção nova”. Ainda assim, diz, “as construtoras nacionais têm tido um papel activo nesta necessidade de recuperar o edificado urbano, identificando um potencial de mercado, qualificando os seus recursos humanos e procurando novas soluções construtivas de maior conforto, que potenciem a qualidade dos edifícios e a sua consequente viabilização. Pela importância que o sector tem para o desenvolvimento económico e social do país, o Governo deve incentivar as empresas a apostarem no processo construtivo da reabilitação urbana ao invés de dificultar a sua implementação”.
Para uma estratégia eficaz, segundo o administrador da FDO, “é indispensável melhorar a articulação entre os esforços públicos e privados, assegurando o financiamento e a intervenção directa dos agentes económicos no processo de renovação e regeneração urbana. Trata-se de algo alcançável através da agilização dos licenciamentos, da alteração da lei do arrendamento e, ao contrário do proposto, do reforço de incentivos fiscais, dinamizando assim este mercado e estimulando a reabilitação. É também o defraudar das expectativas criadas pelo poder político que até agora anunciou que iria aprofundar o regime de benefícios fiscais para a actividade de reabilitação no quadro da política de cidades e no quadro da política de apoio ao sector da construção.
Pela mesma linha alinha o sector imobiliário. Ao Construir, o coordenador técnico para o sector de reabilitação urbana da RAR Imobiliária, Nuno Correia, caso avance o aumento do IVA na reabilitação, “o Governo
estará a aumentar as sérias dificuldades já existentes para todo o sector imobiliário e da construção, e consequentemente a própria retoma da economia nacional”. Para Nuno Correia, “o imobiliário e a construção são um dos motores principais da nossa economia pois deles dependem, directa e indirectamente, milhares de pequenas e médias empresas industriais e de serviços responsáveis pela manutenção e criação de emprego e pela geração de valor acrescentado para a economia”.
Para o responsável da RAR Imobiliária, “a forma de colmatar esta quebra de investimento e o consequente abrandamento da actividade económica associado será, na minha opinião, pela aposta na dinamização do segmento da reabilitação urbana, atraindo investimento capaz de assegurar a actividade económica do sector imobiliário e da construção e assegurando a sustentabilidade e a vitalidade dos centros das cidades”.