Bastonário da OET defende redução de cursos de engenharia com mestrado integrado
“Mais do que a diferença e dicotomia entre universidade e politécnico, deveriam ser definidas duas ou três escolas autorizadas a terem mestrados integrados e com um percurso curricular com esse objectivo” – Augusto Ferreira Guedes
Pedro Cristino
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O bastonário da Ordem dos Engenheiros Técnicos (OET), defende um modelo de ensino universitário que reduza o número de mestrados integrados no ensino da Engenharia no país.
Em entrevista ao Construir, Augusto Ferreira Guedes referiu que o mestrado integrado nas licenciaturas de Engenharia Civil serve apenas o propósito de atrasar a chegada dos alunos ao mercado de trabalho e que não existe necessidade de se formar futuros profissionais deste sector dedicados apenas às grandes obras públicas.
“A engenharia portuguesa não pode ser pensada para as grandes barragens e para as [outras] grandes obras públicas. Isso acabou. Aqui e na maior parte dos países com que nos relacionamos”, explicou o bastonário da OET.
Segundo o mesmo responsável, “o Governo devia definir – já que não há capacidade de auto-regulação – duas ou três universidades que tinham como objectivo a produção desse perfil profissional. Podiam ser o Técnico, a FEUP e a Universidade de Coimbra”.
“Mais do que a diferença e dicotomia entre universidade e politécnico, deveriam ser definidas duas ou três escolas autorizadas a terem mestrados integrados e com um percurso curricular com esse objectivo”, afirmou.
“O país precisa de pessoas que investiguem e que pensem como se faz uma barragem de grande dimensão, um prédio de 50 pisos, túneis ou linhas férreas de alta velocidade. O resto tem que formar engenheiros do “dia-a-dia” para as coisas mais comuns que temos no país e no mundo: a água, as estradas, a reabilitação das vias rodoviárias – não há formação nessa área!” apontou Augusto Ferreira Guedes.
Para Ferreira Guedes, “com esta subversão do espírito de Bolonha, uma parte significativa das escolas tiraram conteúdos mais necessários ao exercício da profissão do primeiro ciclo e colocaram-nos no segundo ciclo, tornando o primeiro ciclo absolutamente redudante, frágil e inadequado àquilo que são as necessidades da profissão”.