Proposta da Foster + Partners para novo aeroporto em Londres rejeitada
Foster acusou a comissão de não ter “sequer a coragem de continuar a explorar, estudar, pesquisar, uma alternativa estratégica de longo prazo em prol da gratificação instantânea de um infeliz compromisso previsível”
Pedro Cristino
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A Comissão de Aeroportos rejeitou a proposta do atelier Foster + Partners e do gabinete de engenharia Halcrow para um aeroporto no estuário do Tamisa, em Londres.
O presidente da Comissão, sir Howard Davies, afirmou que esta proposta, apoiada pelo mayor de Londres, Boris Johnson, foi rejeitada, alegando que o “transtorno económico seria enorme” e que “existem barreiras ambientais que podem ser impossíveis, ou demorarão demasiado tempo, a ultrapassar”.
Assim, a Comissão irá optar entre três opções para expandir um dos aeroportos existentes em Londres, seja Heathrow ou Gatwick.
A resposta de Norman Foster não se fez esperar. Segundo o site de arquitectura, Dezeen, o arquitecto britânico, galardoado com um Pritzker, acusou a comissão de não ter “sequer a coragem de continuar a explorar, estudar, pesquisar, uma alternativa estratégica de longo prazo em prol da gratificação instantânea de um infeliz compromisso previsível”.
Também o Mayor de Londres se mostrou desiludido. “Gatwick não é uma solução de longo prazo e Howard Davies tem de explicar às pessoas de Londres como pode acreditar que uma expansão de Heathrow, que iria criar níveis inacreditáveis de ruído, resíduos e poluição, é uma ideia melhor do que um novo aeroporto a leste de Londres, que ele próprio admite que é visionário e que criaria os empregos e o crescimento que este país necessita para permanecer competitivo”.
Situado a 55 quilómetros de Londres, o Hub do Tamisa (nome escolhido para este aeorporto que é também um interface multimodal de transportes) incluíria uma nova barreira anti-inundação que atravessaria o estuário, quatro pistas de aviação, um porto de cargas e uma ligação ao Orbital Rail (linha férrea) à volta da capital britânica, ligada ao norte do país e à Europa.
Segundo a Foster e a Halcrow, esta proposta teria o custo de 50 mil milhões de libras (62 mil milhões de euros) e iria gerar benefícios económicos de cerca de 150 mil milhões de libras (187 mil milhões de euros).
O porto de cargas e a linha férrea iria permitir o transporte de mercadorias directamente para outros portos de contentores do Reino Unido, “saltando” a área congestionada à volta de Londres. O aeroporto proposto poderia gerir 150 milhões de passageiros por ano, estaria a 30 minutos do centro de Londres de linha férrea de alta velocidade e iria recorrer ao caudal das águas para gerar energia.
Por sua vez, a barreira anti-inundação mais perto da boca do estuário do Tamisa ofereceria uma protecção duradoura contra inundações a esta cidade e proporcionaria mais terrenos para habitação, numa parte do país com pesada densidade populacional.