Nova Iorque lidera ranking de localização de retalho mais cara do mundo
Em 2014 Lisboa voltou a registar uma subida de dois lugares no ranking mundial das ruas de retalho, situando-se este ano na 41ª posição e deixando para trás a cidade de Varsóvia e o mercado de rua sul-africano
Ana Rita Sevilha
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A 5ª Avenida, em Nova Iorque, destronou Hong Kong e voltou a ser a localização de retalho mais cara do mundo do ranking Main Streets Across the World (MSATW), publicado pela Cushman & Wakefield (C&W).
O MSATW 2014 fornece uma análise do mercado de retalho a nível global, monitorizando e ordenando as 330 localizações de comércio mais importantes, em 65 países. O ranking apresentado é baseado no valor de renda anual mais elevado em cada país analisado, não incluindo custos de condomínio, impostos locais e outras despesas de ocupação.
Segundo a análise, a nível global, as rendas prime de retalho subiram em média 2,4% nos últimos 12 meses. Os valores das rendas em 277 localizações das 330 monitorizadas no estudo deste ano aumentaram ou mantiveram-se estáveis. No caso específico de Nova Iorque, as rendas atingiram este ano os 29.822 euros anuais por cada metro quadrado, enquanto em Hong Kong chegaram aos 23.307 euros.
Os Champs Elysées em Paris mantiveram a terceira posição do ranking, apesar de não ter havido um aumento nas rendas, seguidos pela New Bond Street em Londres que registou uma subida 4,2%. A Pitt Street Mall em Sydney subiu 3 posições no ranking, ocupando agora a 5ª.
Em Portugal, o comércio de rua na cidade de Lisboa mantém a evolução positiva que tem vindo a registar nos últimos anos. Segundo a consultora, em 2014 a capital voltou a registar uma subida de dois lugares no ranking mundial das ruas de retalho, situando-se este ano na 41ª posição e deixando para trás a cidade de Varsóvia e o mercado de rua sul-africano, retratado este ano pela cidade de Cape Town. Budapeste, na Hungria, e Almaty, no Cazaquistão, precedem Lisboa no ranking.
Segundo Marta Esteves Costa, associate e directora do departamento de research & consultoria da Cushman & Wakefield, “estes resultados reflectem a crescente atractividade das ruas de comércio lisboetas que são cada vez mais alvo de grande interesse por parte de retalhistas, na sua maioria internacionais, nos sectores de luxo ou gama alta. Esta tendência teve um efeito positivo nas rendas de comércio de rua de Lisboa, que em 2014 voltaram a registar uma nova subida, na ordem dos 3%. Actualmente os espaços prime nas principais zonas de comércio de Lisboa situam-se nos €92,5/m2/mês no Chiado e nos €82,5/m2/mês na Avenida da Liberdade. No Porto, nomeadamente na zona dos Clérigos, o visível aumento na procura foi também retratado por um aumento das rendas na ordem dos 5%, situando-se hoje nos €55/m2/mês.”
“Há muito que a nossa convicção para o futuro do retalho em Portugal aponta para uma recuperação do formato de comércio de rua. Esta evolução é hoje evidente em Lisboa, e os sinais na cidade do Porto começaram este ano a ser sentidos. Estamos convictos que no médio prazo esta revitalização dos espaços de comércio de rua aconteça um pouco por todo o país”, afirma Marta Esteves Costa.
O cada vez maior fluxo de consumidores nos centros das cidades de Lisboa e Porto tem sido em grande parte impulsionado pelo aumento do número de turistas nestas zonas, reflexo da excelente performance do setor turístico em Portugal nos últimos anos. O aumento da procura de espaços é também um resultado deste maior fluxo de turismo.
Em 2014 assistiu-se mais uma vez à abertura de grandes nomes do retalho internacional nas ruas portuguesas, como foi o caso da Hackett London, Juliana Herc ou da Cos, na Avenida da Liberdade, e da Skunkfunk e Benefit Cosmetics no Chiado.