Alfeizerão está na mira de investidores chineses
Segundo avança o Público, o projecto de construção deverá ser levado a cabo por empresas da região Oeste, e o investimento feito por parte de empresários chineses.
Marina Bertolami
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A Câmara Municipal de Alcobaça fez um pedido de desanexação de sete hectares pertencentes à Reserva Agrícola Nacional para possibilitar uma construção de 75 moradias, fruto de um investimento imobiliário de 32 milhões de euros em Alfeizerão.
Segundo avança o Público, o projecto de construção deverá ser levado a cabo por empresas da região Oeste, e o investimento feito por parte de empresários chineses. A ideia é criar 57 moradias, de 500 mil euros cada uma, um hotel, piscinas, campos de ténis e uma escola de mandarim, esta última com o financiamento do Ministério da Educação Chinês. O porta voz da autarquia, adiantou ao Público, que o poder de decisão de desanexar os terrenos é detida pelo Ministério da Agricultura, uma vez que estes estão classificados como Reserva Agrícola Nacional(RAN).
Segundo adianta o Público, a tipologia das casas serão de T4 e T5, com jardins privados e construídas em torno de um lago artificial, respeitando a filosofia oriental do Feng Shui.
Os promotores que se reuniram já duas vezes com a Câmara Municipal de Alcobaça esperam agora a tomada de decisão para que os terrenos deixem de fazer parte da Reserva Agrícola Nacional, numa tentativa de captar os cidadãos chineses interessados em obter os vistos Gold.
João Gomes, residente em Leiria apelou à Assembleia Municipal de Alcobaça, levantando a questão da possibilidade desta iniciativa de investimento vir a afectar terrenos agrícolas para a construção, tendo em conta o risco de inutilização e abandono destas construções, como já teria acontecido em antecedência com outros empreendimentos imobiliários na região, e construídas em zonas RAN.
Numa carta dirigida ao Público, o empresário João Gomes diz que foi “ofendido, enxovalhado e apelidado de fundamentalista ignorante pelo senhor presidente da Câmara de Alcobaça”, como pode ser lido no diário do Público online.
Paralelamente, apresentou-se outra problemática, expressa por Carlos Sena, residente em Vale de Maceira (Alfeizerão), que com a esposa e a cunhada foram antigos co-proprietários dos terrenos em questão e que agora são requeridos para desanexação, alegando que “para nós construirmos houve sempre impedimento e agora para os chineses que vêm para cá já estão a facilitar tudo”, disse o antigo proprietário ao Público