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    “É provável que o paradigma das obras públicas em Angola se altere”

    José Miranda Rodrigues e José Bruno Costa Martins, international division manager e coordenador internacional da Consulgal, respectivamente, acreditam que a actual conjuntura menos positiva do mercado angolano resultante da quebra do preço do petróleo, que leva à falta de liquidez do país, é transitória e não constitui motivo para deixar de apostar na região. Angola… Continue reading “É provável que o paradigma das obras públicas em Angola se altere”

    Pedro Cristino

    “É provável que o paradigma das obras públicas em Angola se altere”

    José Miranda Rodrigues e José Bruno Costa Martins, international division manager e coordenador internacional da Consulgal, respectivamente, acreditam que a actual conjuntura menos positiva do mercado angolano resultante da quebra do preço do petróleo, que leva à falta de liquidez do país, é transitória e não constitui motivo para deixar de apostar na região. Angola… Continue reading “É provável que o paradigma das obras públicas em Angola se altere”

    Pedro Cristino
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    José Miranda Rodrigues e José Bruno Costa Martins, international division manager e coordenador internacional da Consulgal, respectivamente, acreditam que a actual conjuntura menos positiva do mercado angolano resultante da quebra do preço do petróleo, que leva à falta de liquidez do país, é transitória e não constitui motivo para deixar de apostar na região.

    Angola continua a reunir um interesse grande por parte da Consulgal, apesar dos problemas que advêm da quebra do preço do petróleo?

    JMR – Continua. Estamos em Angola desde 2006 e, portanto, não é por uma situação que é recente e transitória – pelo menos é a interpretação que fazemos – que deixaríamos de considerar este mercado como uma região de menos interesse para a Consulgal. Temos a sensação que esta situação é transitória e é um problema de liquidez que tem alguns pontos que são importantes do ponto de vista das empresas e das pessoas. No caso das empresas, está relacionado com a própria questão dos pagamentos e, no caso das pessoas que trabalham no país, e dos nossos colaboradores, está relacionado com as dificuldades de transferência dos salários para Portugal – diria até que essa é a maior questão. Paralelamente, e fruto de algumas dificuldades financeiras que Angola teve na sequência desta crise do petróleo, verifica-se uma diminuição clara do volume de obras públicas. Portanto, isso acaba por afectar as empresas na sua generalidade, porque Angola era um país que investia fortemente na área das obras públicas e está numa fase de contenção e, inclusive, a repensar alguns dos investimentos importantes que iria fazer. No entanto, entendemos que tal facto não é razão nem motivo para não continuarmos em Angola. Vamos aguardar que esta fase que, como disse, considero transitória, passe. É provável que o paradigma angolano se altere do ponto de vista da forma de olhar para as obras públicas e que se pense de uma forma diferente em futuros investimentos, em comparação com o passado, no sentido de se escolher os que são prioritários e mais importantes.

    Trabalham com os privados para colmatar esta quebra de investimento público?

    JMR – Temos alguns contactos com privados. Alguns ligados à área do petróleo, o que significa que também vivem este desafio. Mas o maior projecto em que estamos envolvidos em Angola é na área das obras públicas neste momento. Diria que 80% da nossa actividade está relacionada com as obras públicas.

    JBCM – No campo do investimento privado, tivemos duas expectativas. Uma na área das telecomunicações, para uma nova sede de uma empresa do sector e ainda não recebemos feedback, mas penso que, fruto da situação económica actual, o projecto estará em “standby” a aguardar uma conjuntura mais favorável. Também temos sido abordados por algumas empresas ligadas à área da indústria ligeira porque, como Angola viveu todo aquele período de guerra, a produção nacional diminuiu bastante. Então, ao longo destes anos, tem havido uma aposta forte na produção nacional. Obviamente que isto é um processo que leva tempo mas, aos poucos, vão surgindo fábricas, como uma fábrica de tomate, uma fábrica de películas para embalar produtos ou uma fábrica de sapatos, tudo isto está a aparecer aos poucos em Angola, porque também não é comportável para o país ter tantos recursos naturais e estar no modelo de importação em que esteve nas últimas décadas. E este volume de importação existe porque o tecido produtivo foi destruído durante o tempo da guerra. Está agora a ser reconstruído e acredito que, no médio prazo, em Angola, esta balança de importação e exportação, com os recursos naturais que o país tem, haverá tendência para diminuir as importações, para aumentar as exportações e atingir o equilíbrio ou até uma situação positiva de défice comercial.

    Portanto, estão a ser criadas as bases para impulsionar uma mudança no tecido produtivo angolano…

    JMR – É a estratégia que o Governo de Angola está a tentar implementar e que esta crise do petróleo ajudou a tornar transparente. Temos que olhar para a balança de pagamentos e para a balança de transacções com o exterior e temos que apostar na produção angolana. Isto é o que o Governo terá pensado para precaver futuras situações idênticas a esta, porque o que se passa aqui é, neste momento, a dificuldade de liquidez que as empresas enfrentam, que resulta da dificuldade da existência de moeda estrangeira e de ter havido menor exportação na área do petróleo.

    Em que tipo de projectos estão envolvidos em Angola?
    JMR – São contratos na área das águas e saneamento, cujo cliente é a Direcção Nacional de Águas (DNA), são trabalhos tanto na área do projecto como na área de fiscalização e supervisão de obra. São as duas actividades em que temos vindo a operar nesta área. Temos um contrato ligado à área dos resíduos, que está na fase final de apresentação dos estudos elaborados e que é referente aos resíduos sólidos de uma zona de Angola, nomeadamente o Sumbe.

    JBCM – Depois temos alguns contratos na área dos edifícios. São edifícios públicos, de pequena dimensão – um auditório no Caxito, para o Governo Provincial do Bengo – e, neste momento, temos também um contrato em que existe uma entidade financiadora, que é a União Europeia, existe uma entidade local que gere o financiamento, que é o Ministério do Planeamento, e existe uma entidade beneficiária que é o Ministério da Energia e Águas. Neste caso, é um centro de formação profissional para o sector das águas. No anterior quadro do Fundo Europeu de Desenvolvimento, portanto, a ajuda europeia a outros países, foi concedido este financiamento a fundo perdido e, com isto, o que se pretende é criar um centro de formação profissional para o sector das águas, que é um sector que está em forte expansão no país. Isto porque existem ainda muitos locais onde a população não tem acesso à água potável.

    A área das águas é uma das que estará, porventura, em maior expansão?

    JMR – É uma área com grandes investimentos porque também tem grandes necessidades e é fundamental para o desenvolvimento de um país. Há também a área dos transportes que me parece importante. Temos uma proposta entregue para um trabalho ligado à ferrovia, mas não há ainda decisões. Há ainda expectativas na área dos portos. Na área do petróleo estamos a acompanhar duas empresas nacionais que trabalham em Angola, e temos aqui algumas expectativas no que concerne a dois trabalhos, um na zona norte de Cabinda-Soyo e outro em Benguela, mas ainda não são situações definitivas. Uma delas está mais encaminhada para se tornar numa situação objectiva de trabalho, que inclui projecto e fiscalização de uma unidade industrial ligada à componente do petróleo. Do ponto de vista do urbanismo, também existem algumas possibilidades. Em Luanda, concretamente, há alguns trabalhos nessa área que se podem transformar em possibilidades. Mas a sensação que tenho é que, há alguma contenção e se está a fazer aquilo que é realmente prioritário e que estava em marcha. Alguns dos contratos que temos, inclusivamente no sector das águas, estão a ser repensados ou recalendarizados para uma situação posterior.

    Como se podem classificar as infra-estruturas ferroviárias e portuárias que existem no país actualmente?

    JBCM – Em desenvolvimento.

    JMR – As infra-estruturas existem. Agora, a nível ferroviário, o país tem muita coisa para fazer, mas também já fez muita coisa. Após a descolonização, sobretudo nos últimos 10 anos, fez-se alguma coisa na área da ferrovia. O país é muito grande, a área ferroviária é, se calhar, estrategicamente importante, também para os países limítrofes, sobretudo os que estão no interior e que precisam da ferrovia para alcançar o litoral. Esse projecto no qual temos uma proposta entregue está relacionado precisamente com este tipo de ligações.

    Portanto, Angola está a virar-se para as exportações…

    JBCM – Está a virar-se para a diminuição das importações, que é diferente. No médio prazo, a ideia é consumir o produto nacional em detrimento da importação porque existem muitos recursos naturais no país. Se calhar, no longo prazo, depois de alcançar o equilíbrio, em que a população possa ser alimentada maioritariamente por produção nacional, se existir excedente, a exportação será o caminho normal. Quando os portugueses ainda eram o povo colonizador de Angola, falava-se no petróleo, mas o petróleo representava apenas 5% do PIB da região. Havia café, algodão e outras matérias primas. Hoje, o petróleo representa cerca de 50% do PIB, 95% das exportações e 76% da receita fiscal. Agora, obviamente, para não estar amarrado a este produto, como tudo na economia a diversificação é também a chave para a diminuição do risco. Como Angola ainda tem a economia muito dependente do petróleo, se o petróleo sobe, quem exporta fica satisfeito, quando desce, toda a economia fica prejudicada, porque não existe diversificação de fontes de receita.

    O peso de Angola no negócio da Consulgal é significativo?

    JMR – Diria que não ultrapassa, neste momento, os 10% da nossa facturação. A Consulgal está há sete ou oito anos em Angola mas só nos últimos dois anos é que consolidámos um pouco mais a nossa presença, devido a factores internos e que são referentes à nossa organização no país. Mas a expectativa que temos em Angola, independentemente da crise, é que Angola possa, juntamente com Moçambique e o Brasil, ser um dos pólos importantes da internacionalização da Consulgal.

    São mercados naturais?

    JMR – Sim, são mercados naturais, embora esteja aberto a outros mercados, mas diria que os mercados dos PALOP são mercados importantes, porque a língua facilita a ligação e também somos vistos nesses países como parceiros de importância, face ao passado e às questões culturais inerentes. Em Angola isso é evidente. A visão das empresas portuguesas em Angola é positiva, porque têm dado um contributo para o desenvolvimento do país bem diferente do que tem sido aquilo que outras empresas têm feito, embora haja uma empresa muito grande de empresas chinesas no desenvolvimento de Angola, mas isso é comum aos países africanos. Estas empresas chinesas têm grande capacidade financeira mas, do ponto de vista prático, o que sinto é que Angola está bastante dependente do apoio das empresas portuguesas. Basta dizer que algumas das grandes empresas de construção portuguesas hoje estão em Angola, implantadas, algumas delas mesmo como sendo empresas angolanas, que mudaram inclusive as suas sedes sociais para Angola, e, portanto, há aqui uma importância extraordinária no que os portugueses têm vindo a fazer no país.

    O trabalho da engenharia portuguesa é bastante bem visto…

    JBCM – Sim. Não só em Angola, mas diria que a engenharia portuguesa tem boa aceitação em todo o mundo. Provavelmente não precisaram de nós nos Estados Unidos mas, nos países onde há necessidade do contributo de empresas de engenharia estrangeiras, os portugueses são bem vistos pela qualidade do trabalho ser superior à média.

    Além dos problemas de liquidez e da dificuldade de transferir salários, que outros desafios enfrentam as empresas portuguesas em Angola?

    JMR – Diria que estas questões financeiras são as primordiais, na medida em que as empresas dificilmente conseguem sobreviver se não tiverem garantido os pagamentos, a capacidade de transferência dos dividendos e do fruto do seu trabalho para o país de origem, até para manterem as suas estruturas nas suas sedes e porque também, muitas vezes, as suas sedes trabalham directamente para as empresas e subsidiárias e sucursais que têm em Angola. Portanto, estas questões são fundamentais. Diria também que o facto de se estar a trabalhar em África, com problemas de logística, problemas ligados a questões de saúde, não é o mesmo que estar a trabalhar em Portugal. Assim, a questão da adaptação das pessoas que estão a trabalhar localmente para as empresas, é, juntamente com estas questões financeiras, um dos pontos fundamentais e mais difíceis. Mas nós também temos uma capacidade de adaptação extraordinária e tenho sentido que os técnicos que temos colocado em alguns destes países, nomeadamente em Moçambique e em Angola, dispõem de uma capacidade de adaptação muito grande e rápida. Os nossos técnicos também já estão habituados a circular por Cabo Verde, por Angola e por Moçambique, a trabalhar em pontos mais remotos, com mais dificuldades, onde a alimentação é diferente e as facilidades não existem.

    Além das empresas chinesas, que países compõem a concorrência em Angola?

    JMR – O Brasil é um concorrente forte para as construtoras, mas também para as empresas da nossa área da engenharia, onde as empresas sul-africanas também têm algum peso. Depois há algumas grandes empresas de consultoria internacionais que estão em África e Angola faz parte do continente e, portanto, estão neste país, como estão no Congo ou noutros países. São empresas europeias e americanas, que são grandes concorrentes, indiscutivelmente, porque têm uma dimensão diferente da Consulgal, embora a Consulgal não deixe de ter importância local e acaba por ter tanta importância como um grande consultor internacional, porque a relação cultural e linguística facilitam exactamente esta situação. Seria, se calhar, mais difícil, estarmos no Congo ou no Senegal, pois seríamos vistos como mais uma empresa estrangeira. Em Angola, somos vistos como uma empresa portuguesa, que é diferente. Depois, outros concorrentes na área da engenharia são as próprias empresas angolanas. Temos, em Angola, grande empresas de engenharia que cresceram durante a fase de crescimento do próprio país e que têm Angola uma “share”, nesta área da consultoria, muito forte. Há empresas angolanas com dimensão, que têm já uma importância grande e que dispõem de quadros que, muitas vezes, são portugueses.

    JBCM – O grande “player” do mercado angolano até é uma empresa libanesa, mas que também é uma empresa muito grande a nível mundial na área da consultoria em engenharia. É a empresa que, tradicionalmente, tem liderado o mercado da consultoria em Angola. Já está no país há muitos anos, tem uma dimensão bastante maior que a Consulgal e é também um competidor forte.

    Uma questão que tem sido importante para as construtoras consiste na necessidade de ter um parceiro local no país. Isto também se aplica na área da engenharia?

    JMR – Sim. As parcerias existem pelas mais variadas razões e nós temos feito algumas com empresas angolanas, porque achamos que ter um parceiro angolano pode proporcionar uma visibilidade externa de um consórcio, numa oportunidade específica, num concurso, que pode ser importante. Mas diria que, na maior parte das vezes, estas parcerias resultam das necessidades dos próprios concursos, porque, para garantir os requisitos de qualificação desses concursos, muitas vezes temos de somar as experiências de mais do que uma empresa.

    É difícil encontrar parceiros adequados ao que a Consulgal pretende?

    JMR – Não. Depende de cada caso. Neste momento, temos contratos em que até estamos sozinhos, mas temos feito várias propostas de parcerias. Não é difícil, é preciso é que haja relações. Temos relações com algumas empresas internacionais e também empresas angolanas e, caso a caso, avaliamos as possibilidades. Muitas vezes surge um convite da nossa parte, outras, surge o convite de outras partes.

    Quais são os critérios de maior peso num concurso de obra pública no campo da engenharia?

    JMR – Diria que é 50% ou 40% para o preço e 50% ou 60% para a apreciação técnica. Depende um pouco do tipo de concurso mas, normalmente, não há um grande privilégio do factor preço.

    JBCM – Curiosamente, neste contrato da União Europeia, os critérios consistiam em 80% valia técnica e 20% preço, o que é um cenário diferente daquele que existe no mercado português actualmente, em que, maioritariamente, se valoriza o preço mais baixo. No caso de serviços de engenharia em que, ao contrário do fornecimento, há uma componente intelectual e até de qualidade da organização da abordagem proposta para a realização do serviço, não me parece que, privilegiar, em exclusivo ou maioritariamente, o preço, seja o melhor caminho a seguir. No entanto, sabemos que o factor económico também pesa mas, muitas vezes, os decisores esquecem-se que, neste caso concreto, da parte do projecto, ou da parte da fiscalização ou da parte da gestão do projecto, o investimento relativamente ao valor do global é percentualmente muito reduzido. Portanto, não se justifica estar a poupar muito numa coisa, se dessa poupança até poderá resultar um prejuízo bastante maior do que a percentagem que seria justa pagar por um serviço de qualidade.

    Que é o que acontece em Portugal…

    JMR – Sim. Mas também acontecia em Portugal antes da crise. Na minha opinião, no caso das prestações de serviço, desnecessáriamente, porque o peso do valor das prestações de serviço nos investimentos não é significativo e, se calhar, acaba por ter um factor negativo no cômputo geral porque, ao diminuir a qualidade da prestação de serviços, está-se a aumentar o preço da construção de forma global e uma série de problemas associados.

    JBCM – É curioso porque Angola até é mais exigente na qualificação para os concursos públicos das empresas de consultoria do que Portugal. Basta dizer que, em Angola, para as empresas que concorrem a projectos ou a fiscalização de obras públicas existem alvarás, situação idêntica à que existe para os empreiteiros. Em Portugal não existe alvará para estas empresas. Não existe nenhum dispositivo legal que faça uma diferenciação entre um grande consultor de engenharia, que tem uma determinada estrutura, dimensão e número de quadros técnicos e um gabinete, muitas vezes, unipessoal. À luz da legislação portuguesa, estão ambos qualificados. Em Angola, não. Existem oito níveis de alvará e, por exemplo, para o alvará da classe máxima, já é necessário ter um quadro com um mínimo de 25 pessoas, sendo que cinco delas terão de ser técnicos superiores também – arquitectos ou engenheiros –, a empresa tem de ter um determinado currículo e não dever nada ao Estado. Existe uma qualificação em função do valor das prestações de serviço.

    Relativamente aos quadros, as empresas têm que obedecer a quotas no que concerne ao número de funcionários angolanos?

    JBCM – Normalmente, têm de ter 70% de funcionários angolanos. O que acontece é que, muitas vezes, essa percentagem diminui pelo facto de, no nosso caso em específico, o contrato requerer alguma experiência. Em Angola ainda não existem técnicos em número suficiente e com essa experiência e, portanto, o currículo é ajustado em função da realidade.

    É difícil encontrarem quadros qualificados angolanos?

    JBCM – Não são suficientes em função das necessidades, embora o país tenha apostado na formação. Mas, se fossem, também não precisavam de nós, das empresas portuguesas ou internacionais. Isto tem que ser uma situação de “win-win”. Não têm número suficiente no país e nós temos essa experiência e essa capacidade.

    Crêem que, de alguma forma, a exportação de formação possa ser um desígnio da engenharia portuguesa em Angola?

    JBCM – Pode. Nós fomos abordados por uma grande construtora angolana para fornecermos formação profissional no sector de engenharia. Se não há quadros suficientes é necessário formá-los e essa é uma aposta do próprio governo de Angola.

    A confiança dos investidores no mercado angolano está abalada com a quebra do preço do petróleo ou demonstra robustez?

    JMR – Não diria que está abalada mas está refreada. Acho que há alguma contenção e expectativa para perceber o que vai acontecer. Por outro lado, há alguns investimentos privados em áreas relacionadas com a produção de bens próprios em Angola, nomeadamente na área industrial. Isso é uma consequência do país estar a travar algumas importações. Por exemplo, no caso da cerveja, havia uma quota da cerveja portuguesa em Angola e, agora, ao bloquear-se a importação de cerveja está-se a obrigar ao aumento da produção da própria cerveja local.

    JBCM – Existem já quotas de importação para promover a produção nacional. É lógico, legítimo e parece ser o caminho certo a nível de desenvolvimento do país.

    Contam aumentar a actividade em Angola?

    JMR – Estamos com uma expectativa positiva. Se algumas das expectativas que estamos a seguir se concretizarem, vamos ter, nos próximos dois ou três anos, um aumento da nossa presença em Angola do ponto de vista de trabalho efectivo, independentemente da crise. Mas seria necessário que algumas destas oportunidades, que estão em fase final de decisão, se concretizassem.

    Angola desenvolveu-se muito na zona de Luanda. Nota-se iniciativa para desenvolver outras regiões do país?

    JBCM – Nota-se. O que aconteceu foi que, fruto da guerra, uma grande parte da população refugiou-se em Luanda. Agora, aos poucos, está a ser feita uma aposta não só na requalificação urbana da cidade, como têm estado a ser desenvolvidos alguns pólos industriais e outras actividades económicas fora da capital. A forma de resolver alguns dos problemas urbanísticos de Luanda também passa pela criação de oportunidades e de postos de trabalho noutros locais. Diria que, a nível de decisão, a maioria das decisões é tomada naturalmente em Luanda, mas abrange todo o país. Estão a ser feitos pólos industriais em Menongue, no Cuando-Cubango, que era chamada a “Terra do Fim do Mundo” e agora tem tido um grande desenvolvimento, em Benguela, tradicionalmente uma das cidades mais importantes, no Huambo, etc. Portanto, nota-se que há uma aposta no desenvolvimento de todo o país. Em Luanda existe a maior concentração, mas o que acontece é que a grande parte dos investimentos públicos que têm ocorrido não é em Luanda, mas sim no desenvolvimento de todo o país, desde a linha férrea, portos, pólos industriais.

    Quantas pessoas tem a Consulgal a trabalhar em Angola?

    JMR – Temos duas empresas em Angola, a Consulgal Angola, detida a 100% pela Consulgal, e a Afrigal, detida em 50% pela Consulgal e 50% pela Sistec, que é uma empresa angolana. O Grupo Sistec é um grupo muito importante ligado às tecnologias de informação e tem mais de mil pessoas. O facto de termos hoje essa empresa ligada a um grupo angolano importante dá-nos a expectativa de podermos crescer no país e sentirmo-nos no país também como uma empresa angolana. Neste momento, em função dos quadros e dos contratos que temos, diria que temos entre 18 e 20 pessoas em Angola e esperamos crescer se alguns contratos, nomeadamente este da área do petróleo, se vierem a confirmar, se a obra do abastecimento de água ao Huambo, que é um contrato que está já firmado, arrancar – que temos a expectativa de que arranque dentro de um mês e meio, dois meses.

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    Prospectiva fiscaliza empreitadas no hospital de Vila Nova e Gaia e Espinho  

    As novas empreitadas contam com um prazo de execução previsto de 150 dias, sendo que caberá à Prospectiva a coordenação de empreitadas, o controlo do planeamento e do desenvolvimento dos trabalhos, o controlo e a fiscalização da qualidade de execução de cada obra e do planeamento e execução do plano de gestão de RCD

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    A construção do Heliporto, da Unidade de Cuidados Intensivos Neurocríticos do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho e da recuperação da cobertura do Pavilhão Feminino da mesma unidade de saúde contam com fiscalização da Prospectiva.

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    Planta cobertura Pavilhão Feminino

    No caso concreto da substituição da cobertura do Pavilhão Feminino a obra incidirá, primeiramente, na demolição do telhado existente, passando-se, em seguida, para a construção da estrutura metálica do telhado, assim como a execução do novo telhado e colocação de caleiras e tubos de queda de águas pluviais.

    Planta implantação Heliporto

    Para a construção do Heliporto e das Escadas de Emergência, a empreitada passará pela construção de estruturas metálicas, a ampliação de núcleos de escadas e elevadores em betão armado, assim como as instalações hidráulicas, eléctricas e mecânicas, passando, depois para as infraestruturas aeronáuticas.

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    Já a construção da nova UCI para Neurocríticos, o processo envolve a fase de arquitectura, com as estruturas, instalações eléctricas, telecomunicações, instalações mecânicas e infraestruturas hidráulicas, assim como todas as valências necessárias para a segurança contra incêndios.

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    Grupo IPG coloca no mercado 51 mil m2 de activos logísticos e industriais

    Os activos localizados em Vila Nova da Rainha/Azambuja e na Trofa contam com a comercialização, em co-exclusividade, da CBRE e da JLL

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    As consultoras imobiliárias CBRE e JLL comercializam em regime de co exclusividade os dois activos industriais/logísticos do Grupo IPG localizados em Vila Nova da Rainha/Azambuja e na Trofa e que em conjunto totalizam 51 mil metros quadrados (m2).

    O activo em Vila Nova da Rainha/ Azambuja, com uma infraestrutura completa e pronta a usar, dispõe de uma área total de 36.289 m2, e cerca de 1.500 m2  de área bruta de construção existente,  contando ainda com sete mil m2 de telheiros. Este imóvel encontra-se estrategicamente localizado na zona prime da logística da Grande Lisboa.

    Já o activo de logística localizado na Trofa, sendo igualmente uma oportunidade de investimento altamente vantajosa na zona Norte, conta com uma área de 14.300 m2 de terreno e 3.250 m2 de área bruta de construção existente, e possui ainda um logradouro que permite uma possível conversão tanto numa área de estacionamento, como num espaço de armazenamento ao ar livre.

    A localização deste imóvel destaca-se, também, pela proximidade aos transportes públicos, bons acessos e proximidade às áreas industriais de Santo Tirso, Trofa e Maia.

    Para Nuno Torcato, director da Industrial e Logística na CBRE Portugal, a chegada destes dois activos ao mercado representa uma oportunidade de negócio “excepcional” para operadores logísticos na região Centro e Norte do País, “considerando a falta de produto disponível com tamanho considerável e excelente localização, bem como com características desta qualidade”.

    Também Mariana Rosa, head of Markets Advisory na JLL, destaca a “localização estratégica e características de qualidade” destes dois imóveis, considerando tratar-se de “uma oportunidade única para os operadores logísticos”.

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    Ordem dos Arquitectos debate cinco décadas de habitação em democracia

    ‘O que se fez e o que falta fazer?’ são as perguntas que lançam a a conversa entre os arquitectos António Baptista Coelho, Inês Lobo e o engenheiro Fernando Santo. Este evento decorre simbolicamente a 24 de Abril e nele será também lançado o programa Habitar Portugal 74/24

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    As cinco décadas de democracia vão estar em destaque, esta quarta-feira, dia 24 de Abril, na Ordem dos Arquitectos e que visa abordar a temática da habitação durante este período.

    ‘O que se fez e o que falta fazer?’ são as perguntas que lançam a a conversa entre os arquitectos António Baptista Coelho, Inês Lobo, e o engenheiro Fernando Santo. Foi também convidada a secretária de Estado da Habitação, Patrícia Machado Santos (presença a confirmar).

    Este será a primeira de uma serie de iniciativas que a Ordem dos Arquitectura organizar com o objectivo de “pensar e mostrar como evoluiu a habitação em Portugal nas últimas cinco décadas e o que falta fazer”.

    Este evento decorre simbolicamente a 24 de Abril e nele será também lançado o programa Habitar Portugal 74/24, celebrando em simultâneo os 25 anos da Ordem dos Arquitectos e os 50 do Portugal democrático.

     O programa Habitar Portugal 74/24 vai, durante os próximos meses, continuar a analisar as questões da habitação em Portugal, através de uma equipa de comissários, que coordenada pelo arquitecto César Lima Costa, seleccionará obras emblemáticas neste período, pela sua arquitectura e também pela relevância estratégica para o País.

    Prevê-se, também, uma exposição itinerante, que terminará em 2026 na Capital Mundial da Arquitectura, em Barcelona.

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    Pestana Hotel Group com resultado líquido superior a 100M€

    O desempenho do Pestana Hotel Group em 2023 acontece num contexto de investimento de 85 milhões de euros na renovação e aquisição de novos hotéis e na aposta em empreendimentos turísticos

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    O Pestana Hotel Group divulgou esta terça-feira os resultados financeiros de 2023. A receita do grupo atingiu os 557 milhões de euros, representando um aumento de 23% face ao ano anterior. O grupo apresentou ainda um EBITDA de 189 milhões de euros e registou um resultado líquido de 105 milhões de euros em 2023.

    O crescimento das receitas foi impulsionado pela hotelaria, que representa 67% da receita total do grupo, mas também pela área imobiliária, que opera sob a marca Pestana Residences, e que conta com um peso de 16%. As outras actividades do grupo, incluindo golfe, Pestana Vacation Club e Empresa de Cervejas da Madeira, contribuíram com 17% da receita.

    Além do desempenho financeiro sólido que tem vindo a consolidar ao longo de décadas, o Pestana Hotel Group registou, em 2023, um nível de satisfação de clientes de 87,8%, reflectindo a qualidade do serviço e o compromisso do grupo com a experiência do cliente.

    De acordo com o CEO do Pestana Hotel Group, José Theotónio, “Os resultados de 2023 reflectem a forte aposta que temos vindo a fazer nas nossas pessoas, mas também na redução da pegada de carbono e na melhoria da eficiência energética assim como no elevado investimento na transformação digital. Estamos comprometidos em continuar a crescer de forma sustentável, melhorando continuamente as condições das nossas pessoas e a qualidade dos serviços, proporcionando experiências únicas aos nossos clientes”.

    Crescimento de 20% nas remunerações e encargos

    De destacar, em 2023, o investimento realizado nas pessoas, que reflecte a política do grupo em reconhecer e recompensar o empenho dos seus colaboradores, com um crescimento de 20% nas remunerações e encargos, representando um aumento de mais de 19 milhões de euros face a 2022.

    A política salarial do Pestana Hotel Group tem sido historicamente de reforço da remuneração e dos benefícios dos seus colaboradores, tendo-se registado em 2023 um aumento médio de 12% nas remunerações base. A participação nos resultados resultou ainda numa média de dois salários extra por colaborador, totalizando 7,5 milhões de euros.

    A importância da sustentabilidade no sector da hotelaria

    Com um investimento de 12 milhões de euros previsto até 2025, o grupo está empenhado em reduzir o impacto das suas operações no meio ambiente, e desenvolver uma estratégia integrada e assente em cinco pilares – energia, água, resíduos, fornecedores e mobilidade.

    Nesse âmbito, o Pestana Hotel Group tem vindo a implementar o projecto Carbono Zero com resultados muito positivos, reflectindo-se numa diminuição de 11% nas emissões de carbono nos últimos três anos.

    Até 2030, a meta do grupo é de redução de emissões de carbono em 37% face a 2019, objectivos ambiciosos que envolvem vários projectos, tais como a implementação de um sistema de monitorização dos consumos em todos as unidades Pestana, a instalação de painéis fotovoltaicos ou os projectos de circularidade da água, como a dessalinizadora localizada em Alvor e a utilização de águas residuais da ETAR da Boavista no Algarve para rega de campos de golfe.

    Renovação e novos projectos

    A renovação de hotéis ou a aquisição de empreendimentos representou, em 2023, um investimento do grupo de 85 milhões de euros. O Pestana Hotel Group renovou os hotéis Pestana Vila Lido Madeira e Pestana Blue Alvor Beach, e adquiriu o empreendimento turístico Vila Sol, em Vilamoura, no qual já detinha a gestão operacional do hotel e do respectivo campo de golfe. Em Lisboa, o grupo concluiu a construção e abriu a Pousada Alfama e o Pestana Rua Augusta. Para este valor de investimento contribuíram ainda vários projectos na área imobiliária nas regiões do Algarve, Costa Alentejana e Madeira.

    A sustentabilidade do negócio tem sido uma prioridade do grupo ao longo dos mais de 50 anos da sua História. Ao longo de 2023, tendo em conta a volatilidade das taxas de juro, o grupo optou por amortizar antecipadamente empréstimos com taxas variáveis, mantendo a estratégia de taxas fixas, com impacto muito positivo na sua posição financeira que resultou numa evolução favorável do rácio de Dívida Líquida/EBITDA, actualmente com um valor inferior a 1, contribuindo assim para a solidez financeira do Pestana Hotel Group.

    Resultados que permitiram, já no início de 2024, prosseguir com a expansão do Pestana Hotel Group, fortalecendo a presença do grupo nos Estados Unidos, com a aquisição do Pestana Orlando Suites – Lake Buena Vista e prosseguir com o desenvolvimento dos projectos em curso, nomeadamente a construção do eco-resort Pestana Dunas, em Porto Santo e do Pestana CR7 Paris.

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    Imobiliário

    ‘The Nine’ em Vilamoura comercializado a 50%

    O ‘The Nine’ é o terceiro projecto imobiliário lançado por Vilamoura, que deverá estar concluído no início de 2025. Até ao final do ano está previsto o lançamento de mais três empreendimentos

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    O condomínio ‘The Nine’, localizado em Vilamoura, abre portas ao andar modelo, numa altura em que a comercialização atinge os 50%. Nuno Banha, director da Vilamoura Properties, explica que “O The Nine junta-se ao Natura Village, vendido em quase 50%, e ao Vilamoura Parque, que neste momento tem apenas cinco unidades para venda. Estes projectos são muito diferentes entre si, em termos de localizações, tipologias, dimensões e preços, mas todos reflectem a qualidade da oferta de habitação que existe em Vilamoura, seja para viver, passar férias ou investir”.

    Promovido pela Norfin, sociedade gestora da Vilamoura Lusotur, o empreendimento foi projectado a pensar no “máximo aproveitamento solar”, todas as salas são viradas a Sul e prolongam-se para o exterior em jardins, varandas e rooftops privados, com áreas amplas, entre os 19 metros quadrados (m2) e os 166 m2.

    Próximo do campo de golfe, da praia e da marina e a apenas quatro minutos de distância do centro, o ‘The Nine’ conta com 48 apartamentos, dos quais 39 são T2 e nove T3. Os quartos são maioritariamente em suite, com roupeiros e closets generosos e o condomínio oferece, ainda, duas piscinas e uma zona lounge exclusiva, além de estacionamento subterrâneo privado, com postos para carregamento de veículos eléctricos.

    “Neste condomínio, cada detalhe foi cuidadosamente concebido para elevar a experiência dos ocupantes. Trata-se da fusão perfeita entre design contemporâneo e funcionalidade, oferecendo um estilo de vida dinâmico e espaços meticulosamente planeados para maximizar o conforto e a conveniência”, considera Henrique Rodrigues da Silva, COO da Norfin SGOIC.

    O ‘The Nine’ é o terceiro projecto imobiliário lançado por Vilamoura, sendo que até ao final do ano está previsto o lançamento de mais três. Ainda em fase de construção, o projecto deverá estar concluído nos primeiros meses de 2025.

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    ‘Rethinking Organizations: as diferentes visões sobre o Futuro das Organizações no QSP SUMMIT 2024

    Um dos maiores eventos de Management e Marketing da Europa reunirá mais de 3.500 quadros médios e superiores para refletir sobre o Futuro das Organizações

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    De 2 a 4 de julho de 2024, o QSP SUMMIT está de volta sob o mote ‘Rethinking Organizations’. Com foco nas organizações e no futuro do trabalho, mais do que nunca, é tempo das organizações refletirem sobre inovação, adaptação e transformação.

    Mediante um leque abrangente de tópicos a serem explorados em torno da temática principal ‘Rethinking Organizations’, desde a importância crescente da agilidade, liderança, gestão de talento e cultura organizacional, até a questões de inovação, o impacto da IA no mundo do trabalho e as grandes tendências do futuro em certas áreas de negócio. Serão ainda alvo de debate alguns tópicos essenciais, entre eles: a importância da estratégia e da data, as tecnologias de integração de equipas, o reskilling e upskilling das equipas, o bem-estar organizacional, e outras matérias de interesse.

    Entre as primeiras novidades está Linda Hill, professora da Harvard Business School e etnógrafa americana com uma carreira distinta, especialista em desenvolvimento de liderança e inovação, mas mais nomes como Costas Markides – Professor de de Estratégia e Empreendedorismo, o especialista em tendências Rohit Bhargava, a data expert Christina Stathopoulos, entre outros, já foram anunciados. No total, o evento contará com aproximadamente 98 gurus, especialistas e profissionais das mais diversas áreas.

    O QSP SUMMIT conta também com uma área de exposição com mais de 130 marcas envolvidas e apresenta novos palcos este ano, adicionando mais sessões e novas áreas de partilha de conhecimento.

    Para mais informações ou aquisições de passes, pode consultar o website oficial do evento, em www.qspsummit.pt.

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    Arquitectura

    Sindicato dos Arquitectos reúne com objectivo de aprovar “primeiras tabelas salariais”

    Do inquérito realizado aos profissionais destaca-se a exigência de 1300 euros de salário de entrada, a redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais, melhor retribuição às horas-extra e ao estabelecimento de carreiras, com propostas distintas para projectistas e para técnicos especializados

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    Com o objectivo de “discutir e aprovar as primeiras tabelas salariais” para a arquitectura, o sindicato do sector convoca os profissionais para uma assembleia geral a realizar no dia 1 de Maio na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Arquitectura (SINTARQ) no Porto.

    Para a concretização e aplicação deste seu caderno reivindicativo, o SINTARQ lançou duas iniciativas. Desde Junho de 2023, uma campanha de entrada em empresas para contactar trabalhadores e criar as primeiras estruturas sindicais nesses locais de trabalho. E no final do ano passado, um inquérito que permitiu aferir as expectativas profissionais de quem trabalha em arquitectura e confirmar, uma vez mais, o retrato de precariedade e indignidade transversal no sector, cujos resultados definitivos serão divulgados em breve.

    Da campanha de entrada em empresas, resultou a criação de doze estruturas sindicais em locais de trabalho, algumas das quais com processos reivindicativos em curso. A expectativa é a de que a aprovação do Caderno Reivindicativo agora em Maio sirva de sustentação a esses processos e ao surgimento dos primeiros Acordos de Empresa em Arquitectura.

    Do Inquérito às expectativas profissionais destacamos a ampla adesão dos trabalhadores inquiridos à exigência de 1300 euros de salário de entrada, à redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais, a horas-extra com melhor retribuição e maiores restrições, e ao estabelecimento de carreiras como instrumento central à elevação dos salários e ao combate à discriminação e ao assédio.

    A título de exemplo, 94% dos inquiridos defende uma carga horária semanal até 35 horas; a expectativa salarial mediana de um trabalhador com cinco a dez anos de experiência é de 1800 euros e 80% dos inquiridos declara fazer horas extra, metade dos quais sem receber qualquer compensação por isso. Segundo dados preliminares deste Inquérito, um trabalhador em arquitectura vê-se espoliado, no mínimo, em 500 a 800 euros por ano em horas extra não compensadas.

    O Caderno Reivindicativo que será submetido à discussão propõe duas tabelas salariais: uma para projectistas e outra para técnicos especializados, dividindo-se em carreiras profissionais de assistente, júnior e sénior. A progressão atende aos anos de experiência ou às funções efectivamente desempenhadas, independentemente da antiguidade. Estarão também em discussão os critérios que determinam essa progressão e que servirão para contrariar a transversal estagnação de carreiras.

    Além dos salários, carreiras e horário laboral, propõem-se reivindicações-base noutros vectores tais como: direitos na parentalidade, regulação do teletrabalho, dias de férias, garantias de segurança e saúde no trabalho e formação profissional certificada.

    É o culminar de um processo com cerca de um ano e que contou com dez reuniões abertas de discussão realizadas em Braga, Coimbra, Porto, Lisboa e Setúbal, e que agora se encerra neste último Plenário Nacional no Porto.

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    David Friedman

    Empresas

    FEP traz a Portugal economista David D. Friedman

    Um dos mais “reconhecidos” economistas do mundo, David D. Friedman, apresenta a palestra “Market Failures: An argument for or against government?” no dia 29 de Abril

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    A Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP), em parceria com a FEP Economics Society e a Students for Liberty Portugal, vai realizar no próximo dia 29 de Abril, uma palestra com um dos mais “reconhecidos” economistas do mundo, David D. Friedman.

    Analisando o tema “Market Failures: An argument for or against government?”, David D. Friedman irá abordar os “argumentos comuns” sobre falhas de mercado, incluindo a teoria de “bens públicos”, aplicando a mesma lógica às acções e incentivos do Governo, vistos, geralmente, como a solução para estes desafios do mercado livre.

    Friedman é um dos “maiores nomes” da escola de economia de Chicago e é autor de inúmeros livros de economia e de direito. No seu livro mais famoso – “The Machinery of Freedom” – defende o sistema capitalista, apresentando a visão de como as funções que um Estado desempenha na sociedade conseguem ser desempenhadas voluntariamente pelo mercado livre, incluindo o sistema legal.

    A iniciativa faz parte do Programa de Seminários da FEP.

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    Imobiliário

    António Fragateiro assume direcção de Real Estate para Portugal do Numa Group

    A nomeação surge no âmbito da estratégia de expansão ibérica do que pretende aumentar a sua presença no país, nomeadamente em Lisboa, Porto e Funchal

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    O NUMA Group, operador europeu de uma plataforma de hotelaria totalmente digitalizada, anunciou a nomeação de António Fragateiro para a sua equipa de imobiliário. Enquanto director de Real Estate para Portugal, Fragateiro irá reforçar a presença do Grupo em Portugal e liderar a expansão do NUMA no país.

    Aliando os benefícios dos hotéis tradicionais com a conveniência e a flexibilidade dos alugueres de curta duração, como o Airbnb e o Abritel, o NUMA Group disponibiliza quartos, estúdios e apartamentos com serviços concebidos de forma revolucionária para o viajante moderno. Tirando partido das suas soluções tecnológicas inovadoras, o NUMA proporciona uma experiência de excelência aos seus hóspedes. Os alojamentos boutique do NUMA são, também, ideais para estadias prolongadas e trabalho remoto, através da disponibilização de WiFi super-rápido.

    Sediado no Porto, António Fragateiro será responsável por dinamizar o crescimento do NUMA em Portugal, país que recebeu mais de 30 milhões de visitantes só em 2023. Fragateiro tem formação em administração de empresas, finanças e vendas, bem como um vasto conhecimento do sector de turismo português. Antes de se juntar ao NUMA, António Fragateiro assumiu o cargo de director global de vendas do GuestReady Group, no qual liderou os esforços da empresa de gestão de curto prazo de propriedades na Europa e no Médio Oriente.

    Fragateiro ficará responsável por impulsionar o crescimento do NUMA no mercado português. Em Lisboa, o primeiro hotel do NUMA, o NUMA Voga será inaugurado este Verão. A propriedade, que anteriormente dava lugar à sede da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) representará, agora, um novo e icónico hotel na cidade. A segunda e futura localização do NUMA em Lisboa será em Alcântara, na rua dos Lusíadas, com abertura prevista para o segundo semestre de 2025.

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    Construção

    Habitação: Mais de 200 ideias integram nova versão da Carta Municipal

    Com este documento, a prioridade da CML para os próximos 10 anos é “garantir que a propriedade pública esteja toda a uso ao serviço do aumento da oferta de habitação acessível”. Relatório da consulta pública será submetida, em conjunto com a nova versão da Carta Municipal, à apreciação da Câmara e da Assembleia Municipal

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    “A nossa prioridade para os próximos 10 anos é garantir que a propriedade pública esteja toda a uso ao serviço do aumento da oferta de habitação acessível”. Foi desta forma que Filipa Roseta, vereadora da Habitação da Câmara Municipal de Lisboa (CML) resume a última versão da Carta Municipal de Habitação, cujos resultados da última consulta pública foram apresentados no Conselho Municipal de Habitação de Lisboa.

    Medidas de discriminação positiva nos programas de renda acessível para residentes de longo prazo em freguesias fortemente afectadas pela pressão habitacional, a par de concursos abertos a todos foram algumas das mais de 200 ideias apresentadas durante o período de consulta pública da Carta Municipal de Habitação de Lisboa, que decorreu entre 7 de Novembro de 2023 e 2 de Fevereiro de 2024.

    “Iremos propor programas de renda acessível em que 50% das casas em concurso sejam destinadas exclusivamente a quem vive ou trabalha em Lisboa e as restantes destinadas a todos os candidatos”, avançou Filipa Roseta, naquela que foi a sétima reunião do Conselho.

    Nas cinco freguesias do centro histórico, que sofrem maior pressão habitacional, “a percentagem aumenta para 75% para quem aí vive ou trabalha”, propôs Filipa Roseta, sublinhando que esta resposta se destina a dar solução a muitos que se veem obrigados a abandonar a cidade e aos profissionais deslocados de profissões essenciais, como os enfermeiros, professores e polícias, que, por falta de habitação acessível, são forçados a recusar propostas de trabalho em Lisboa.

    Ao longo do período de consulta pública foram recebidas 73 participações individuais e 15 participações de entidades, entre as quais quatro juntas de freguesia e uma cooperativa. Destas participações resultaram mais de duzentas ideias para a Carta Municipal de Habitação, com maior destaque para os temas do alojamento local, arrendamento acessível, população idosa e cooperativas.

    Relativamente às regras do alojamento local, que deverão ser definidas em regulamento próprio após a aprovação da Carta, foi debatido o rácio médio de 5% como tecto para o AL na cidade, considerando-se que o mesmo não salvaguarda os equilíbrios entre freguesias.

    No âmbito urbanístico, foi acolhida a proposta para incorporar a delimitação de mais instrumentos de gestão territorial nos mapas da Carta, como por exemplo a representação de Unidades de Execução, Planos Urbanísticos e Área de Reabilitação Urbana.

    Mereceram, ainda, maior atenção por parte dos participantes a reabilitação de habitações municipais vagas, a construção de edifícios de habitação em terrenos municipais, a reabilitação, reconstrução e reconversão de edifícios municipais para uso habitacional e a reabilitação de edifícios degradados em bairros municipais.

    Concluído o relatório da consulta pública, o mesmo será submetido à apreciação da Câmara e da Assembleia Municipal de Lisboa em conjunto com a nova versão da Carta Municipal de Habitação resultante da inclusão das propostas acolhidas.

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