Os 138M€ de Madrid para a Reabilitação até 2020
Os números adiantados pelas autoridades de Madrid poderão servir de exemplo dos efeitos multiplicadores desta iniciativa, tantas vezes apontados na realidade portuguesa
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O município de Madrid vai destinar 138 milhões de euros do Orçamento de 2016 a um plano de reabilitação que além da recuperação de mais de 3000 habitações vai ainda beneficiar o edificado do ponto de vista energético.
De acordo com o plano de investimento, a que o CONSTRUIR teve acesso, trata-se de um plano a desenvolver até 2020 e que, de acordo com diversos especialistas, surge como resposta às propostas da Construção não só para recuperação do sector como para dinamizar a própria economia, nomeadamente por via da criação de postos de trabalho.
A proposta, além dos responsáveis de Madrid vai ainda contar com a intervenção da própria Administração Central e passa por um plano estratégico que possa servir de base para se prolongar até 2050 e que poderá gerar a criação de mais 7700 postos de trabalho. A prioridade passa, desde já, por um investimento de 78 milhões de euros dedicados a reabilitação e acessibilidades, que “afectarão” 3200 habitações e que representam um investimento médio de 24 mil euros por casa. Além desta fatia, estão contemplados 60 milhões de euros na eficiência energética de 12 mil casas.
Efeito dominó
Os números adiantados pelas autoridades de Madrid poderão servir de exemplo dos efeitos multiplicadores desta iniciativa, tantas vezes apontados na realidade portuguesa. Ao município cabe uma fatia de 25,7 milhões de euros, investimento que prevê a criação de 1900 postos de trabalho, na ordem de um por cada 13.500 euros investidos. O município calcula que 70% do seu parque habitacional, que conta com 1,5 milhões de casas, seja anterior a 1980, ano a partir do qual se começaram a aplicar as normas técnicas de isolamento de edifícios. O investimento estimado na eficiência energética poderá representar a redução dos consumos na ordem dos 70 a 80%. O sector não residencial, nomeadamente edifícios públicos, hotéis, edifícios comerciais e escritórios, representa 35% do consumo de energia no edificado da cidade.
Os números agora conhecidos resultam de uma estratégia ampla que além dos organismos públicos implica também as organizações de engenheiros, arquitectos, Administração Central, e vai implicar o estreitamento de relações entre todos eles de modo a analisar e responder aos desafios que se colocam, ao debate sobre o estado do património da cidade e as possibilidades de actuação sobre o mesmo. “Trata-se de pensar as melhores vias para a dinamização do sector da reabilitação, que além da melhoria imediata das condições de vida da população e da redução das emissões para o meio ambiente, irá gerar melhorias na economia e a criação de postos de trabalho”.