Berlim quer construir Museu do Século XX
A capital alemã almeja um novo museu para fazer companhia e para trabalhar numa discreta simbiose com a Galeria Nacional e receberá propostas de projecto até dia 12 de Dezembro
Pedro Cristino
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Com um valor monetário que totaliza 260 mil euros, o concurso para o Museu do Século XX e a sua Integração Urbana, em Berlim, consiste num concurso de ideias que visa “clarificar a forma como o novo edifício para o Museu do Século XX e a sua envolvente imediata podem ser trabalhados arquitectonicamente, em termos de planeamento urbano e no projecto de espaços abertos”. A competição tem como objectivo obter visões relativamente à “formulação de tarefas e de condições de quadro da realização do concurso”. Com base nos resultados do concurso de ideias, a organização irá opcionalmente definir mais parâmetros para o planeamento urbano e o projecto dos espaços abertos. No contexto deste concurso, entre 10 a 20 concorrentes deverão qualificar-se para o concurso de execução que se seguirá, enquanto vencedores do concurso de ideias, que foi, desta forma, concebido para proporcionar a arquitectos que não tenham ainda planeado ou projectado grandes museus ou edifícios semelhantes uma oportunidade para fazer parte do concurso de execução.
A herança prussiana
Segundo os responsáveis pela organização deste concurso, será criado um museu de estatuto internacional para a arte do Século XX a mando da Fundação da Herança Cultural Prussiana. “Pela primeira vez em décadas, o recém-criado complexo museológico Neue Nationalgalerie – Museu do Século XX irá permitir que a colecção da Nationalgalerie, até agora apenas parcialmente exibida ao público, seja apresentada de forma adequada”, refere o comunicado na página do concurso. O património de “importância internacional” da Nationalgalerie, referente à arte do Século XX, as colecções de Marx e Pietsch, o arquivo Marzona e os trabalhos do Museu de Impressão e Desenho será permanente e conjuntamente exibido pela primeira vez. A apresentação do património será acolhida no piso inferior da Neue Nationalgalerie e – principalmente – nos espaços de exibição do novo edifício.
Em homenagem a Mies van der Rohe?
Assim, o novo edifício irá formar uma “unidade fortemente circunscrita” com a Neue Nationalgalerie em termos de conteúdo e função. Ambas as instituições deverão ser, entretanto, entendidas como “arquitecturas autónomas com as suas próprias entradas, áreas funcionais (espaços de exibição, administrações, foyer, serviços aos visitantes, entre outros) e as suas respectivas identidades próprias”. A área designada para o novo edifício tem uma área de 14.700 metros quadrados, 9.200 metros quadrados dos quais poderão ser utilizados como áreas de exposição. O campo de construção na Potsdamer Strasse tem uma área para construção de cerca de 10.200 metros quadrados. A área bruta do terreno esperada, dependendo do conceito, é de cerca de 27.700 metros quadrados, enquanto que o pé direito das áreas de exposição alcançará, necessariamente, nove metros. A localização do novo museu no Kulturforum, próximo de “dois dos mais importantes ícones arquitectónicos do Século XX (Neue Nationalgalerie, Ludwig Mies van der Rohe, 1968 e Philharmonie, Hans Scharoun, 1963), bem como os arredores de mais monumentos arquitectónicos, como a Igreja de São Mateus e Biblioteca Pública de Berlim, apela a uma abordagem arquitectónica