O que encontrou a Mota-Engil no mercado mexicano?
A Mota-Engil quer ser referência privada no sector energético no México. Mas poderá estar de olho a outras áreas, atendendo a que as oportunidades existem e estão bem próximas
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A Mota-Engil chegou a acordo para construir e explorar vários activos de produção de energia eléctrica no México, que terão uma capacidade de produção instalada de 2000 MW, posicionando-se como o maior operador privado no mercado de energia recentemente liberalizado naquele país. O anúncio foi feito ao mercado na passada sexta-feira à noite e dá conta de um inusitado parceiro na composição da estrutura accionista. A empresa, que se chamará Sociedade Generadora Fénix (SGF), tem a posição maioritária da Mota Engil México, e o restante 49% é detido pelo Sindicato Mexicano de Electricistas (SME).
Centrais hídricas
De acordo com o comunicado enviado à CMVM, a SGF vai construir, manter e explorar cinco centrais hídricas (com uma capacidade instalada de 288 MW) e dez centrais mini-hídricas, passiveis de renovação, com capacidade instalada de 20 MW cada, aproximadamente.
A surpreendente presença de um sindicato na estrutura accionista da empresa surge como o culminar da reforma estrutural do sector eléctrico mexicano que, desde há dois anos, procedeu à extinção dos monopólios estatais no sector da energia, depois de em Outubro de 2009 já ter extinto, por incorporação noutras eléctricas, a empresa Luz Y Fuerza del Centro (LyFC), recorrendo inclusive à ocupação militar. Desde essa altura, há mais de 16 mil trabalhadores em contencioso com o Estado, e os dirigentes do SME têm vindo a reclamar o regresso aos seus postos de trabalho, contabilizando um passivo laboral de 80 mil milhões de pesos mexicanos. Agora, o sindicato aceitou trocar esse passivo pelo direito de explorar os activos da empresa por um período de 30 anos.
Obras…ali perto
A intervenção, a que a Mota-Engil concede a sua experiência, insere-se numa lógica de investimento do Governo mexicano que está avaliada em 460 mil milhões de dólares e que nos próximos 20 anos promete introduzir na rede 22Gw de energia limpa num país dependente do petróleo. O executivo liderado por Enrique Peña Nieto espera, através da produção eólica, biomassa, geotermia e outras fontes renováveis reduzir em 22%, até 2030, a emissão de gases poluentes. De acordo com dados veiculados pela Bloomberg, à estratégia agora assumida no México junta-se ainda o Panamá, que já anunciou um pacote de 570 milhões de dólares para as primeiras três fases de um megaprojecto eólico de 270W e a um outro, já inaugurado na Costa Rica, de 49,5MW de potência, avaliado em 100 milhões de dólares.
Com a entrada no mercado mexicano, ficam também entreabertas as portas de mercados como o das Honduras, que tem em marcha um investimento de 140 milhões de dólares num novo parque eólico em Choluteca de 50MW ou os três parques eólicos que estão em carteira na Guatemala.