Metalomecânica Aresfalter como caso de sucesso no mercado francês
O mercado francês é, atualmente, já é o seu principal cliente com obras no valor total de 22 milhões de euros. Os responsáveis da Arestalfer acreditam que têm uma estratégia ganhadora num mercado competititvo
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O sector da construção em França vale, anualmente, mais de 200 mil milhões de euros, esperando-se um pequeno crescimento em 2015, que deverá incrementar-se nos dois anos seguintes. O segmento da reabilitação e renovação de edifícios é o mais significativo e vale cerca de 86 mil milhões de euros anuais. Não obstante, espera-se que em 2015 se inicie a construção de mais de 315.000 novas habitações. O nível de vida elevado de uma população 6 vezes superior à de Portugal, acrescido de um crescimento demográfico superior à média europeia, torna a França um formidável mercado de consumidores potenciais para as empresas locais. O mercado francês é, porém, também um mercado muito difícil e competitivo, com circuitos de distribuição complexos e muito elaborados. A distribuição, a mais moderna da Europa, é poderosa e fechada e composta de um número importante de actores.
Mas é exactamente no seio dessa competitividade que se manifesta a “grandeza” da capacidade instalada e do know-how das empresas portuguesas como é o caso da Metalomecânica Arestalfer. Só este ano, a companhia com sede em Sever do Vouga já garantiu mais de 12 milhões de euros no mercado francês, fruto das 15 obras ganhas que reforçam o peso daquele país para a estratégia da empresa. França, segundo as contas da empresa liderada por Manuel Tavares Martins, representa 80% da exportação da Arestalfer, graças a uma estratégia que procura responder de forma coerente ao que é a tendência e a procura do mercado.
Desde há um ano com uma sucursal em França – a Arestalfer France — a empresa portuguesa tem como principais clientes naquele país multinacionais como a Fayat (responsável por 51% das encomendas), Vinci (20%) e Bouygues (23%), destacando-se entre as suas obras mais emblemáticas o Estádio de Bordéus para o Euro 2016 (para o qual forneceu todas as serralharias e 1100 toneladas de estrutura metálica), o centro de investigação da Michelin, em Clermont-Ferrand, e o Hospital Urm, em Tolouse. A maioria das encomendas dizem, contudo, respeito a edifícios de habitação e escritórios nas regiões de Paris e Bordéus.
“No centro da Europa, em especial em França, as novas tendências da arquitectura integram cada vez mais elementos metálicos nos edifícios, não só ao nível das estruturas, mas também dos revestimentos”, afirma Manuel Martins, presidente da Arestalfer. “Ora, nós somos conhecidos em França por executarmos serralharias com muita qualidade, com grande introdução de tecnologia”, refere.
Segundo a empresa, uma das obras que actualmente tem em fase inicial de montagem é a mais recente estação de comboios de Bordéus — a Gare de Belcier — cuja empreitada consiste no projecto, fabrico e montagem de todas as escadas metálicas, guarda corpos com guarda rodas e estrutura dos elevadores assim como várias vedações em malha em aço inox.
Fundada em 1982 como uma pequena serralharia, em 1996 a Arestalfer viu 33,3% do seu capital ser comprado pela Martifer, para o qual trabalhava há vários anos, tendo a partir de então acompanhado aquele grupo em grande parte das empreitadas que este realizou na Expo 98, nos estádios do Euro 2004, no terminal de granéis sólidos do Porto de Aveiro e em centros comerciais como o Dolce Vita de Coimbra ou os Fórum do Funchal, do Barreiro ou de Viseu.
Em 2005 a Martifer já detinha 75% da empresa, que adoptou a designação Martifer II Inox e tinha na sua carteira de encomendas obras como as passagens superiores da Linha do Norte, as obras de ampliação do Aeroporto de Lisboa ou a nova gare do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, a maior obra que já realizaram até hoje.
Em 2011 o fundador Manuel Martins recomprou os 75% do capital da empresa à Martifer e a Arestalfer apostou na expansão para o exterior, começando por Angola e Marrocos, mas acabou por encontrar em França o mercado “para o qual está mais vocacionada”.
Em Portugal, a empresa emprega cerca de 110 trabalhadores na sua fábrica de 8.000 metros quadrados no concelho de Sever do Vouga, a que, em determinados momentos, se juntam outros tantos a trabalhar no estrangeiro, sobretudo em França.