Profissionais portugueses de engenharia requisitados em África e no Médio Oriente
Competências técnicas ao nível da engenharia civil, “acompanhadas por elevada experiência prática operacional, preferencialmente em obras de referência e por empresas reconhecidas no mercado”, são as competências mais valorizadas
Pedro Cristino
Ordem dos Engenheiros lança ‘Prémios Nacionais’
“Redução de custos ambientais e operacionais” justifica importância do Aqua+ Escritórios
ACEMEL atinge os 20 associados com entrada da Nabalia e EZU Energia
Casa da Arquitectura abre concurso para bolsas de doutoramento
Fundão recebe o New European Bauhaus Festival
Segurança de trabalhos em altura no sector da construção
Câmara de Setúbal vai reabilitar Palácio do Quebedo por valor superior a 2 M€
Preços de escritórios e lojas aumentaram em média +20% durante a pandemia
TdC dá luz verde ao prolongamento da Linha Vermelha
Century 21 Portugal espera “crescimento” nos próximos anos
A primeira edição do Market Survey, da Msearch, revela que os profissionais portugueses da área da construção estão a ser procurados por empresas do Médio Oriente e África, preparadas para oferecer salários médios anuais entre os 25 e os 50 mil euros. Segundo o estudo da consultora portuguesa, as funções mais procuradas consistem em directores de obra – salário médio anual de 50 mil euros –, project managers – salário médio anual de 40 mil euros –, encarregados de obra – salário médio anual de 35 mil euros – e desenhadores projectistas – salário médio anual de 25 mil euros.
Mercado dominado pelo sexo masculino
“Este é um mercado predominantemente dominado pelo sexo masculino, com a particularidade de existência de oportunidades de trabalho em países cuja cultura invalida o recrutamento de profissionais do sexo feminino”, revela o estudo. Segundo a mesma fonte, as competências técnicas ao nível da engenharia civil, “acompanhadas por elevada experiência prática operacional, preferencialmente em obras de referência e por empresas reconhecidas no mercado”, são as competências mais valorizadas. Estes requisitos são ainda complementados pela capacidade de adaptação a culturas diferentes, “a metodologias de trabalho distintas e a polivalência operacional em campo”. Ao mesmo tempo, o conhecimento da língua francesa assume “uma importância considerável”, dada a crescente tendência de projectos de construção na zona do Magrebe. “Que funções são mais procuradas em cada área? Quais as competências que os empregadores mais valorizam? Quais os valores de remuneração praticados? Pretendemos, com este documento, responder a estas questões, fazendo uma radiografia ao mercado de trabalho actual”, explica Alexandra Andrade. De acordo com a managing director da Msearch, o clima eonómico “é ainda desafiante” mas “algo está a mudar”. “Depois de um período de desinvestimento, as empresas voltam a contratar”, conclui a responsável da consultora. Por sua vez, Marco Arroz, manager da empresa, explicou que, “será importante evidenciar as denominadas “soft sills” associadas às áreas, face à valorização das mesmas por parte de quem recruta”, um aspecto “crucial, quando as componentes técnicas não são avaliadas isoladamente, assumindo um peso considerável no momento da selecção de um candidato”.
Tendência de recrutamento para o estrangeiro
Relativamente ao sector da construção civil, Marco Arroz salienta a existência de uma “clara tendência de recrutamento para o estrangeiro”, apontando a estagnação do mercado nacional. “De natureza variada, como infra-estruturas de transporte, construção residencial, não residencial e redes de saneamento, os profissionais portugueses têm tido oportunidades, fora do nosso país, de participarem em projectos interessantes e adequados à sua formação e experiência”, explica, salientando que, neste contexto, “a dimensão dos projectos é habitualmente superior e mais aliciante”. O responsável da Msearch refere ainda a área de gestão e manutenção de estruturas como um campo “onde a solicitação do recrutamento tem sido regular”. “O sector dos “facilities” tem sofrido igualmente alguma reestruturação, sendo as funções de facilities manager ou de contract manager as mais recrutadas”, explica, referindo as “posições cada vez mais consolidadas com requisitos de formação em engenharia (mecânica, civil ou electrotécnica)”. Segundo Marco Arroz, estas posições, com maior predominância no mercado nacional, acrescem, à formação superior, “uma necessidade de conhecimentos técnicos em áreas como o AVAC, gás, redes de incêndio, água e eficiência energética”. “Sendo funções associadas não tanto à intervenção técnica directa por parte destes profissionais mas, acima de tudo, à gestão de subcontratos, os candidatos com maior sucesso nos processos de recrutamento são quem já possui experiência em gestão e controlo financeiro”, conclui.