Do que precisam as empresas portuguesas para ter sucesso nos mercados árabes, segundo Ângelo Correia
“As nossas empresas concentraram-se primeiro na Argélia e mais tarde em Marrocos mas sempre desprezou o Golfo”. A garantia é dada ao CONSTRUIR pelo presidente da Câmara de Comércio e Indústria Árabe-Portuguesa, à margem do terceiro fórum económico Portugal-Países Árabes, que revela que “falta à diplomacia e às empresas portuguesas um papel activo, mais do… Continue reading Do que precisam as empresas portuguesas para ter sucesso nos mercados árabes, segundo Ângelo Correia
Prospectiva fiscaliza empreitadas no hospital de Vila Nova e Gaia e Espinho
Grupo IPG coloca no mercado 51 mil m2 de activos logísticos e industriais
Ordem dos Arquitectos debate cinco décadas de habitação em democracia
Pestana Hotel Group com resultado líquido superior a 100M€
‘The Nine’ em Vilamoura comercializado a 50%
‘Rethinking Organizations: as diferentes visões sobre o Futuro das Organizações no QSP SUMMIT 2024
Sindicato dos Arquitectos reúne com objectivo de aprovar “primeiras tabelas salariais”
FEP traz a Portugal economista David D. Friedman
António Fragateiro assume direcção de Real Estate para Portugal do Numa Group
Habitação: Mais de 200 ideias integram nova versão da Carta Municipal
“As nossas empresas concentraram-se primeiro na Argélia e mais tarde em Marrocos mas sempre desprezou o Golfo”. A garantia é dada ao CONSTRUIR pelo presidente da Câmara de Comércio e Indústria Árabe-Portuguesa, à margem do terceiro fórum económico Portugal-Países Árabes, que revela que “falta à diplomacia e às empresas portuguesas um papel activo, mais do que propriamente reactivo”. Para Ângelo Correia, “chegando atrasado a um lugar onde há tanto para fazer, perdemos oportunidades. Isso é um perigo e é igualmente revelador da nossa capacidade de proactividade. Estamos constantemente numa posição reactiva, à espera que outros no chamem”, revela aquele responsável a propósito do potencial das empresas portuguesas nos mercados africanos e do Golfo.
Para Ângelo Correia, é importante que as empresas tenham a noção de que são necessários três a seis meses para se conseguir algum benefício nestas latitudes. “Se alguém pensa que se arranja uma obra, que se chega ao local para fazer a obra, ganha dinheiro e vem embora, está enganado. A empresa, para prosperar e ganhar consistência precisa de pelo menos três meses para provar que está a estudar e a interessar-se, a conhecer a área”, revela, acrescentando a importância de parcerias sólidas que garantam dimensão competitiva. “Não se deve ir sozinho para algumas obras. Para evitar que seja o dono-de-obra saudita a fazer a divisão do trabalho com diversas especialidades, é importante que a empresa acautele, logo à cabeça, essa divisão. Mas as empresas portuguesas não gostam muito de se associar, gostam de estar sós e, não raras vezes, prejudicam-se por isso”, diz.
No entender do presidente da Câmara de Comércio e Indústria Árabe-Portuguesa, “é importante que as empresas possam ter uma visão mais abrangente, mais holística, e começarem a pensar no projecto. Se bem que, não raras vezes, o projecto é dado. Mas se puderem participar na fase de projecto tanto melhor. É no projecto e no caderno de encargos que se gere a facilidade ou dificuldade com que se entra na obra e em muitos destes mercados. Há um conjunto de especificações e regras muito particulares. Se pudermos ter uma visão mais integrada e global, melhor”, adianta Ângelo Correia, garantindo a importância de uma “perspectiva antecipativa. Para isso temos de ter noção de quais os sectores com melhores perspectivas. Desde logo, os caminhos-de-ferro e a sua manutenção, obras portuárias e, eventualmente aeroportos”. Aquele responsável alerta, no entanto que o mercado das infra-estruturas rodoviárias está saturado. “Na área das estradas há uma presença e uma concorrência forte de empresas turcas e sul-coreanas. A Turquia é hoje um grande poder na área da Construção e Obras Públicas naquela região”. Ângelo Correia adianta igualmente a importância da clarificação em relação aos parceiros. “Nos países do Golfo, só há uma verdadeira entrada quando há um ‘sponsorship’, um parceiro que ajude que seja um sócio formal e facilitador local. Portugal tem de ter uma escolha clara nessa área e eu não tenho visto uma acção verdadeiramente forte para garantir isso”.