Produção do sector da construção global deverá acelerar ligeiramente em 2016
Ritmo da produção na construção deverá acelerar em 2,8%, apoiado, em parte, por uma melhoria no crescimento económico global
Pedro Cristino
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A mais recente análise de mercado do Construction Intelligence Center (CIC), da Timetric, leva a consultora a prever que o crescimento da produção no sector global da construção sofra uma ligeira aceleração este ano.
A Timetric explica que o ritmo do crescimento na indústria global de construção estabilizou em 2015, fixando-se nos 2,7%, uma percentagem que se manteve inalterada relativamente a 2014. Agora, a consultora prevê que o ritmo acelere em 2,8%, apoiado, em parte, por uma melhoria no crescimento económico global.
A região do Médio Oriente e África (MOA) terá o crescimento mais rápido durante este ano – de 5,9% -, todavia, esta é uma ligeira aceleração, quando comparada com o rápido crescimento, superior a 6%, nos últimos anos. Para a Timetric, isto reflecte o impacto da queda dos preços do petróleo, que tem um efeito negativo em planos de investimento público e na despesa em projectos de construção no sector da energia desta região.
Por sua vez, após três anos de abrandamento no crescimento, a região da Ásia-Pacífico, responsável por 45% da indústria global de construção, irá expandir 4% em 2016. O abrandamento do crescimento nesta região nos últimos anos deveu-se, principalmente, ao enfraquecimento da China, cujo sector da construção teve uma queda estimada em 5,2%, em 2015, de 6,8% em 2014 e de 9,5% em 2013.
De acordo com o CIC, não se prevê que o sector na Ásia-Pacífico continue a desacelerar, em parte porque, na China, as autoridades irão tentar apoiar a economia com investimento público e programas de infra-estruturas. Na Austrália, a produção na construção voltará a subir em 2016, após sofrer um acentuado declínio em anos recentes, resultante das dificuldades nos sectores da energia e da mineração.
Nos Estados Unidos, a produção na construção acelerou para 6,4% no ano transacto, impulsionada pela rápida expansão no mercado da construção, bem como no investimento em novos projectos de energia. Embora ainda em rota ascendente, o crescimento sofrerá um abrandamento em 2016 para taxas “mais sustentáveis”, apesar de os dados relativos à nova construção permanecerem “impressionantes”, apoiados por uma economia norte-americana mais forte.
Na Europa Ocidental, a dimensão da indústria da construção ainda é 14% mais pequena do que era antes da crise financeira, mas encontra-se em recuperação e apresentará um crescimento de 2% em 2016. Os trabalhos de construção no Reino Unido irão aumentar em cerca de 3%, com a continuação do apoio estatal a projectos de infra-estruturas e residenciais. Na Alemanha e em França, após registar contracções na produção em 2015, os respectivos sectores de construção voltarão a alcançar variações positivas este ano, enquanto que, em Espanha, testemunhar-se-á uma recuperação continuada.
Relativamente à Europa de Leste, a consultora destaca os dois anos consecutivos de declínio – 2014 e 2015 – que afectaram esta região, tendo a performance negativa da Rússia afectada as economias vizinhas. De acordo com a Timetric, a indústria de construção russa irá contrair ainda mais em 2016, com a fraca economia e os baixos preços do petróleo a limitarem a subida do crescimento. Todavia, outros grandes mercados, como a Polónia e a República Checa, irão expandir-se, contribuíndo com um crescimento de 1,6% para o total da região em 2016.
A América Latina continuará como o último do pelotão em 2016, com um crescimento de apenas 0,8% no sector da construção. A produção desta indústria na região caiu 2,5% em 2015, registando uma contracção de 8,5% no Brasil. O CIC destaca que, embora os trabalhos relacionados com as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, apoiem esta indústria, no geral, os planos de investimento continuarão a ser prejudicados pelo escândalo da Petrobrás.