Investimento em hotelaria atinge novos máximos em 2015
Para 2016 perspectiva-se a abertura de pelo menos 23 novas unidades hoteleiras, maioritariamente de 5 e 4 estrelas, num total de mais de 1.000 quartos, 57% dos quais localizados em Lisboa
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O investimento em hotelaria atingiu novos máximos em 2015, tendo superado os 250 milhões de euros. A subida de 6.7% das dormidas, para um total de 48,9 milhões e de 8.6% em hóspedes em relação a 2014 atingindo os 17,4 milhões colocam o ano transacto como o melhor de sempre. A conclusão é do estudo de mercado WMarket 2015, levado a cabo pela Worx.
“Os bons números do turismo são sustentados por uma maior procura muito influenciada pela instabilidade dos países concorrentes de Portugal neste sector e acima de tudo um aumento significativo da qualidade da oferta turística em Portugal. Assiste-se a um melhor equilíbrio entre qualidade/preço alcançada através de uma subida dos preços que acompanha uma melhoria na qualidade da oferta” refere Alexandra Tores do departamento de Tourism, Hospitality and Leisure da Worx.
De acordo com as principais conclusões do estudo a que o Construir teve acesso, na distribuição de fluxos turísticos, o mercado interno continua em recuperação (+5,3%) com o mercado inglês a liderar o ranking de mercados estrangeiros em termos absolutos de dormidas, seguido pela Alemanha, França e Espanha que juntos possuem uma quota de cerca de 58%. Com um crescimento expressivo face a 2014 destacam-se os EUA (+18,1%), Suíça (+17,2%) e Itália (+17,2%).
Em relação à distribuição dos fluxos por região o aumento das dormidas abrange todas as regiões sendo que as que registaram maior crescimento foram os Açores (+19,6%), motivado pela abertura de rotas low-cost entre os aeroportos do continente, Norte (+13,6%) e Alentejo (+11,8%). As três principais regiões turísticas, Algarve (34% das dormidas totais), Lisboa (25,1%) e Madeira (13,5%) continuaram a reter a maior quota embora tenham apresentado crescimentos moderados em 2015, respectivamente +2,7%, +6,7% e +5,8%.
De realçar também que em 2015, a taxa de ocupação fixou-se nos 46,1% (+2,1 p.p. do que em relação a 2014), embora se tenha denotado uma desaceleração (o anterior aumento foi de 2,8 p.p.).
Segundo o estudo, os proveitos globais do sector acompanharam a tendência, com um crescimento de 13,1% face a 2014, para 2.479,9 milhões de euros. O rácio entre os proveitos totais e as dormidas tem aumentado ao longo dos últimos anos, de 46,78€ em 2012 para 50,67€ em 2015, o que denota uma maior propensão para gastar um valor mais elevado por dormida efectuada.
Relativamente à evolução do valor dos proveitos de alojamento e globais, reflectiu-se no valor do RevPar que atingiu os 37,8 euros, um aumento de 9,3% face a 2014 ultrapassando largamente os valores registados no melhor ano turístico de sempre, 2007.
Lisboa
A cidade de Lisboa é cada vez mais um destino de referência no panorama europeu, facto que tem trazido benefícios a vários níveis. Segundo os dados mais recentes do Observatório de Turismo de Lisboa, a taxa de ocupação em Lisboa fixou-se nos 75,29%, um aumento de 2,46 pontos percentuais quando comparando com 2014. O preço médio por quarto disponível (RevPar) registado em Lisboa em 2015 foi de 63,35€. Este valor corresponde a um incremento de 11,1% quando comparado com 2014. A categoria de 5 estrelas foi a que mais contribuiu para este aumento, com um crescimento de 15,2% face a 2014.
Como já tem sido noticiado, o constante aumento da procura pela cidade de Lisboa como destino turístico tem originado o aparecimento de novas unidades hoteleiras na cidade. No ano de 2015 surgiram 19 novas unidades hoteleiras no centro da cidade de Lisboa, o que representa um acréscimo aproximado de 9% em termos de número de quartos.
Em 2015 o volume total de investimento em hotelaria foi superior a 250 milhões de euros com 16 unidades hoteleiras transaccionadas. Cinco das 16 unidades, dizem respeito à operação de compra de hotéis Tivoli pela Minor Hotel Group. As restantes 7 unidades do grupo Tivoli apenas foram alienadas já no decorrer do ano de 2016. Mais de 50% das transações foram efetuadas na região de Lisboa e cerca de 30% no Algarve.
Apesar de se ter assistido a algumas aquisições por parte de investidores nacionais, o investimento estrangeiro foi consideravelmente superior, quer em número de transações, quer em valor absoluto investido.
Para 2016 perspectiva-se a abertura de pelo menos 23 novas unidades hoteleiras, maioritariamente de 5 e 4 estrelas, num total de mais de 1.000 quartos, 57% dos quais localizados em Lisboa. Espera-se também um número de aberturas reduzidas no Algarve como se tem passado nos últimos anos.