DST constrói “primeiro sistema mundial de energia híbrida” na Graciosa por 24M€
Sistema irá permitir à ilha tornar-se “praticamente independente de fontes de energia renováveis, eliminando, quase por completo, o recurso a combustíveis fósseis”
Pedro Cristino
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O Grupo DST foi responsável pela construção “do primeiro sistema mundial de energia híbrida”, na ilha Graciosa, Açores. Este projecto resulta de um investimento de cerca de 24 milhões de euros, 15 milhões dos quais da responsabilidade da empresa bracarense.
Em comunicado de imprensa, o grupo liderado por José Teixeira destaca que este sistema irá permitir à ilha tornar-se “praticamente independente de fontes de energia renováveis, eliminando, quase por completo, o recurso a combustíveis fósseis”. A empresa prevê que, com este sistema, mais de 65% da energia seja proveniente de fontes renováveis, “como o sol e o vento”.
A gestão desta energia ficará a cargo de um “inovador sistema de software” desenvolvido pela empresa alemã Younicos, que permite “prescindir da central térmica convencional para a regulação da energia, suportado ainda por um sistema de baterias que possibilitará o fornecimento ininterrupto de energia, independentemente da sua proveniência”.
De acordo com a DST, este sistema, “que irá definir novos padrões nesta área para as ilhas em todo o mundo”, permitirá reduzir a emissão de gases responsáveis pelo efeito de estufa, resultantes da queima de combustíveis fósseis, “com claras vantagens em termos ambientais e de segurança”. “Terá ainda um impacto positivo na qualidade de vida das populações, bem como na factura económica, uma vez que irá reduzir drasticamente a importação de combustíveis”, continua a nota do grupo.
“Pioneiro na ilha Graciosa”, este projecto assume-se como “uma montra a nível mundial” relativamente ao desenvolvimento de soluções capazes de “proporcionarem qualidade de vida às comunidades, sem descurar o necessário equilíbrio ambiental”.
O projecto envolve três empresas do grupo – a DST, a DTE e a DSTRenováveis – cuja responsabilidade assenta no desenvolvimento e construção das infra-estruturas proejctadas ao nível da construção civil, em simultâneo com os trabalhos de instalação das redes eléctricas e equipamentos que integram todo o sistema a instalar, englobando os equipamentos de média e baixa tensão a incorporar, “quer na central de baterias, com uma capacidade de 2,6 MW, quer na subestação do parque eólico, com uma capacidade instalada de 4,5 MW”. O projecto contempla também o desenvolvimento e instalação de um parque fotovoltaico, que integra o sistema de energia híbrido a construir, com uma capacidade instalada de 1 MW.
A obra envolve ainda o desenvolvimento de trabalhos da especialidade de aquecimento, ventilação e ar condicionado, telecomunicações e sistema automático de detecção e extinção de incêndios.
Para José Teixeira, este projecto “coloca a nossa empresa na vanguarda das soluções ambientalmente sustentáveis em termos de produção de energia, através de um sistema completamente inovador a nível mundial e que nos exige todo o “know-how” e capital de inovação tecnológica que fomos acumulando”.
“Estamos associados a um projecto que se tornará uma referência mundial para o aproveitamento energético deste tipo de territórios e é não só um motivo de orgulho, mas também fundamental para a oferta de novas soluções ao mercado, economicamente atractivas e com impacto positivo na qualidade de vida das populações”, concluiu o presidente do conselho de administração do Grupo DST.
Por sua vez, o CEO da Younicos considera que o Grupo DST é o parceiro ideal para a implementação “do primeiro sistema mundial de energia híbrida” e refere que, “juntos, vamos transformar a Graciosa num projecto global de substituição do dispendioso combustível diesel por uma geração de energia renovável cada vez mais barata”.
“Há um enorme potencial em Portugal, e não só, para este tipo de soluções de armazenamento altamente sofisticadas e modelos de negócio inovadores”, explicou James McDougall, revelando acreditar que “os sistemas de energia renovável híbrida e limpa e as microrredes podem substituir a quantidade economicamente ideal do combustível convencional, criando assim uma tripla situação vencedora, quer para os habitantes da ilha e investidores externos, quer para o próprio planeta”.