“Brilhantes” perspectivas para o sector da construção saudita
Valor de produção da indústria de construção saudita está destinado a crescer dos 105,6 mil milhões de dólares (93,1 mil milhões de euros) registados em 2015, para 148,5 mil milhões de dólares (131 mil milhões de euros) em 2020
Pedro Cristino
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As previsões para a construção na Arábia Saudita permanecem “brilhantes”, de acordo com a Timetric, que antevê que a produção deste sector cresça a uma taxa anual de 7,05% até 2020, que compara com o crescimento de 6,35% referente ao período em revisão (2011-2015).
A consultora avisa, contudo, que a queda do preço do petróleo representa “grandes riscos negativos” para estas previsões. Segundo o relatório do Construction Intelligence Center (CIC), o valor de produção da indústria de construção saudita está destinado a crescer dos 105,6 mil milhões de dólares (93,1 mil milhões de euros) registados em 2015, para 148,5 mil milhões de dólares (131 mil milhões de euros) em 2020.
De acordo com o relatório, o crescimento terá como pilar o reforço da participação e do investimento do Governo em sectores como saúde, educação e construção de infra-estruturas para diversificar a economia do país, distanciando-a do petróleo, e apoiar o seu crescimento. Neste cenário, a consultora destaca a taxa White Land, aplicada aos proprietários de terrenos não desenvolvidos com o objectivo de mitigar a escassez de habitação no país, como um dos factores que irá ajudar a impulsionar o crescimento da fileira.
White Land Tax
A taxa foi aprovada pelo Conselho Shoura, e recai sobre terrenos por desenvolver em cidades, à medida que o Reino se esforça para aplacar a falta de casas, sem ter de recorrer ao dispendioso desenvolvimento urbano no deserto. Os regulamentos obriga ao pagamento de uma taxa por parte dos proprietários de terrenos que encaixam nesta categoria – lotes urbanos dentro de cidades, frequentemente complementados por estradas, redes de água e iluminação de rua, que estão vazios porque os seus proprietários não têm incentivo para aí construir.
“O valor da taxa irá alterar fundamentalmente o mercado”, afirmou Jamil Ghaznawi, responsável pelo mercado saudita, na JLL. À Bloomberg, Ghaznawi explicou que se trata de “uma taxa considerável que irá transferir o poder dos proprietários para os promotores assim que os investidores começarem a sentir a dor de terem que pagar”.
De acordo com a Bloomberg, o conselho recomendou uma taxa de 2,5% do valor do terreno. Levar os proprietários a construir em lotes vazios ou a vendê-los permitirá ao Governo evitar construir no deserto para resolver uma escassez estimada em 1,5 milhões de caasas a preços acessíveis. Neste país, a terra é frequentemente utilizada como forma de armazenar riqueza e os lotes são comercializados múltiplas vezes, inflacionando os preços e afastando o terreno do seu valor comercial.
O Ministério da Habitação da Arábia Saudita estimou que os lotes vazios compunham cerca de 40% da capital, Riade, em 2013, numa altura em que o Estado estava a gastar milhares de milhões de dólares em construção fora das cidades.
Riscos
“Existem, todavia, riscos associados à previsão para a fileira da construção saudita, nomeadamente o baixo preço do petróleo, um abrandamento do crescimento económico, um grande défice orçamental e a intervenção militar no Yemen”, referiu Danny Richards. Segundo o economista do CIC, a queda dos preços do petróleo irá “provavelmente afectar as perspectivas de crescimento do sector da construção, uma vez que o país obtém 73% da sua receita total no sector petrolífero”.
O mercado da construção residencial deverá permanecer com uma dimensão “apreciável” durante o período em previsão, com um peso de 29,3% no valor total do sector em 2020. O mercado será impulsionado pela rápida urbanização, pelo aumento da população e por desenvolvimentos positivos nas condições económicas da região.
De acordo com o relatório, os esforços estatais para reduzir o défice habitacional do Reino irá também ajudar o mercado a crescer durante os próximos cinco anos. Segundo as previsões do Departamento de Assuntos Económicos e Sociais das Nações Unidas (UNDESA), a população irá aumentar 30,7% entre 2010 e 2030, o que irá impulsionar a procura por novos edifícios residenciais.
Em acréscimo, o mercado de construção na área das energias e das “utilities” deverá ter uma importância acrescida no decorrer deste período em análise. O CIC prevê que este segmento seja responsável por 27,5% do valor total do sector em 2020 e destaca que os planos do Governo para satisfazer a crescente necessidade de energia do país e aumentar o foco no desenvolvimento de fontes de energia renovável será um dos principais factores por detrás da expansão do mercado.