Estudo apela ao aumento do investimento global em infra-estruturas para suportar crescimento económico
Ecomomias emergentes serão responsáveis por 60% dessas necessidades de investimento
Pedro Cristino
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Um estudo do McKinsey Global Institute concluiu que, para suportar as taxas de crescimento económico previstas, é necessário um investimento anual de 3,3 biliões de dólares (2,9 biliões de euros) a nível mundial direccionado para as infra-estruturas, até 2030.
Numa altura em que o investimento anual em sistemas de transporte, água, energia e telecomunicações ronda os 2,5 biliões de dólares (2,2 biliões de euros), a consultora destaca que as ecomomias emergentes serão responsáveis por 60% dessas necessidades de investimento. De acordo com o estudo, o peso do investimento em infra-estruturas diminuiu no PIB de 11 das economias que compõem o G20 desde a crise financeira global. Os cortes ocorreram na União Europeia, nos Estados Unidos, na Rússia e no México. No sentido inverso, Canadá, Turquia e África do Sul aumentaram o investimento.
Segundo a McKinsey, se esta trajectória de “sub-investimento” se mantiver, o mundo ficará a 11% das metas de investimento para satisfazer as necessidades de crescimento económico – 350 mil milhões de dólares (310 mil milhões de euros) por ano. A dimensão deste fosso aumenta para o triplo se nestas contas for incluído o investimento adicional para alcançar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
“Anos de sub-investimento crónico em áreas críticas como transportes, tratamento de água e redes energéticas estão agora a apanhar os países em todo o mundo”, refere o estudo, explicando que, se estas falhas continuarem a aumentar, poderia prejudicar o potencial de crescimento e de produtividade futuros. Assim, a McKinsey considera fulcral que o financiamento seja direccionado para projectos “urgentemente necessários”.
Neste sentido, a consultora frisa que uma grande parte da atenção está focada em ligar investidores institucionais a projectos que necessitam do seu capital e também no aumento do peso e do escopo das parcerias público-privadas (PPP). Contudo, o estudo prevê que a “vasta maioria das infra-estruturas” permaneça sob o financiamento dos sectores público e corporativo.
“Mesmo perante preocupações fiscais, existe um potencial substancial para aumentar o investimento em infra-estruturas públicas”, refere o documento, explicando que os governos poderão aumentar os fluxos de financiamento através do aumento das tarifas de utilização, da captura do valor da propriedade ou através da venda de activos existentes, “reciclando” o rendimento para a construção de nova nova infra-estrutura.
Em acréscimo, os padrões de contabilidade pública poderiam ser colocados em linha com a contabilidade corporativa para que os activos infra-estruturais desvalorizem ao longo do seu ciclo de vida, em vez serem imediatamente constituídos como parte do défice ao longo da construção. Esta alteração poderia, segundo a McKinsey, reduzir a mentalidade “pró-cíclica” patente no investimento público.
O relatório revela também que o financiamento corporativo compõe três quartos do financiamento privado e realça que o acto de investir em sectores privatizados exige “certeza regulatória” e a capacidade para cobrar preços que produzam um retorno ajustado ao risco.
Além do aumento do financiamento, a McKinsey refere que existe um potencial ainda maior em tornar os gastos em infra-estruturas mais eficientes e, neste sentido, acelerar o aumento da produtividade na indústria da construção – “que foi nulo durante décadas” – é “crítico para este esforço”. Em acréscimo, melhorar a selecção e entrega de projectos, bem como a gestão de activos existente poderia traduzir-se em poupanças à volta de 40%.
Desde o seu relatório inicial, em 2013, a McKinsey elaborou já um diagnóstico detalhado em 12 países para avaliar a eficiência das suas redes de infra-estruturas e concluiu que mesmo as economias mais avançadas dispõem de um potencial significativo para “aprenderem umas com as outras e para construir capacidades e instituições mais fortes”.
“Capturar totalmente a oportunidade para a produtividade da infra-estrutura requer uma compreensão detalhada relativamente aos pontos onde os processos costumam derrapar em cada país”, salienta o relatório, acrescentando que quase todos os locais necessitam de melhorar as suas especialidades e estabelecer as estruturas organizacionais correctas para desenvolverem capacidades “críticas” e partilharem as melhores práticas.