Fabricantes de máquinas antecipam “ligeiro crescimento” em 2016
Na Ásia, apenas o mercado indiano de equipamento de construção está a crescer, estimulado pelo aumento do investimento em construção de rodovias
Pedro Cristino
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No final dos primeiros seis meses de 2016, o “turnover” das empresas do sector de máquinas de construção permanecem “praticamente ao mesmo nível do ano transacto, e a tendência para o resto do ano aponta para um ligeiro crescimento”.
“Após uma grande Bauma [feira internacional de máquinas e equipamentos de construção] em Abril, estamos de novo no nosso ambiente quotidiano de negócios – que compreende um conjunto de desafios e incertezas”, declarou Johann Sailer, presidente da Associação da Indústria de Equipamento e Máquinas de Construção (VDMA).
“Exceptuando encomendas individuais, em Abril o sector encontrava-se ainda a aguardar por um empurrão da procura”, continuou Sailer, salientando que, no ano passado, o “turnover” geral do sector, se cifrou nos 13,3 mil milhões de euros – “com 9 mil milhões para equipamentos de construção e 4,3 mil milhões para o sector das máquinas” – e que, este ano, a performance deve ser semelhante.
De acordo com a VDMA, a natureza “heterogénea” dos mercados é, mais uma vez, um tema determinante para fabricantes de equipamento de construção. A América do Norte e o Médio Oriente, “dois dos mais importantes mercados dos últimos anos”, estão a registar quebras nas vendas de maquinaria este ano – em parte devido à continuada queda do sector do petróleo e do gás.
Esta performance é reforçada pelos mercados “ainda fracos” da América Latina, África e de “grandes partes da Ásia”. A China, outrora o maior mercado, ainda não recuperou e, “após cinco anos de recessão”, perdeu cerca de 80% do seu volume. Na Ásia, apenas o mercado indiano de equipamento de construção está a crescer, estimulado pelo aumento do investimento em construção de rodovias.
Por sua vez, o mercado europeu tem tido uma performance positiva em 2016. Nesta região, França – “onde o negócio de máquinas de construção está a beneficiar de um esquema de depreciação especial” – e os países do sul têm-se constituído como os “drivers” de crescimento. A Europa do Norte e Ocidental estão novamente estáveis.
De acordo com a VDMA, o mercado alemão permanece num nível elevado e conseguiu continuar a crescer em 2016. Já a Turquia constitui “um caso especial no mercado de máquinas de construção” – o súbito crescimento robusto levou a questões referentes ao sobreaquecimento e ao perigo de uma bolha económica. Se a isto se juntar a instabilidade política que o país vive – devido à tentativa de golpe de estado ao regime do presidente Recep Tayyip Erdogan – o mercado turco pode ter de enfrentar uma situação bastante adversa.
Apesar de a VDMA antecipar uma quebra nas vendas globais de máquinas de construção devido a desenvolvimentos regionais, os fabricantes germânicos estão confiantes num “ligeiro aumento do “turnover””, de 3%. “Isto é principalmente devido ao forte mercado europeu”, refere o presidente da associação, clarificando, contudo, que o crescimento não atingirá, de forma igual, todos os fabricantes. “Dependendo de onde recai o foco das empresas, os resultados individuais poderão, ainda, ser negativos”, frisa.