Investimento em construção revela “sinais preocupantes”
“Não há economia que resista a uma crise de confiança”, entende Reis Campos, dizendo que “é tempo de acabar com discussões inúteis em torno de matérias como a fiscalidade, em especial, o IMI, ou o arrendamento”
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A Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário considera que os mais recentes dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística mostram uma evolução “muito negativa” do investimento no primeiro semestre, com especial relevo para o investimento em construção, que regista uma queda homóloga de 4,4%, “a pior desde o primeiro semestre de 2014”.
A organização liderada por Reis Campos lembra que o Governo inscreveu, no Orçamento de Estado para 2016, uma previsão de crescimento de 4,8% para o investimento e, neste momento, o investimento em construção, responsável por cerca de metade daquele, regista uma variação que se situa uns impressionantes 9,2 pontos percentuais afastado daquela meta.
“Estes números são um alerta preocupante que não podem deixar ninguém indiferente, em especial o Governo, que tem demonstrado preocupação com a situação do setor, mas que precisa de acelerar a implementação das soluções que, em conjunto com a Confederação, reconheceu ser necessário concretizar”, revela Reis Campos.
O dirigente diz que “não estamos minimamente satisfeitos com a evolução do investimento público o qual, tal como temos vindo a alertar, bate mínimos históricos mês após mês e atingiu um patamar tão reduzido que, não só impede o Estado de cumprir o seu papel de dinamizador da economia, como nos começa a levantar sérias dúvidas sobre a sua real capacidade em conseguir manter as suas infraestruturas e edifícios em adequadas condições de funcionamento e segurança. Mas a verdadeira surpresa surge do lado do investimento privado, que começa a dar indicações de um abrandamento que não pode ser ignorado”.
Em comunicado, o presidente da CPCI aponta para a “extrema necessidade de promover a confiança dos investidores e tirar partido de condições únicas do nosso país para atrair o investimento externo que é essencial para que possamos crescer e criar emprego. O imobiliário tem liderado este processo e, só no ano passado, foi responsável por atrair mais de 3,3 mil milhões de euros provenientes do exterior, que foram aplicados na aquisição de imóveis habitacionais, de edifícios ligados ao comércio, ao turismo e à indústria, entre outros, e que foram responsáveis por uma grande dinamização das economias locais e da reabilitação urbana”.
Reis Campos reitera a necessidade de “maximizar as oportunidades de captação dos fundos comunitários, executando o Portugal 2020, sem esquecer compromissos assumidos, como a concretização do PETI – Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas, do IFFRU – Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização Urbana, do Reabilitar para Arrendar, do FNRE – Fundo Nacional de Reabilitação do Edificado, objeto recentemente de uma Resolução do Conselho de Ministros, mas também tirando o devido partido do Plano Juncker, com projetos emblemáticos, como a Casa Eficiente, que contará com a nossa colaboração, e deverá ser um exemplo da capacidade do nosso País em desenvolver iniciativas relevantes para a economia e para o emprego”.
“Porém, não há economia que resista a uma crise de confiança”, conclui Reis Campos, dizendo que “é tempo de acabar com discussões inúteis em torno de matérias como a fiscalidade, em especial, o IMI, ou o arrendamento. A história ensinou-nos uma dura lição, que levou ao quase desaparecimento do investimento, à degradação do património edificado, em especial nos centros das cidades, e à inexistência de um verdadeiro mercado do arrendamento. Ao Estado compete estabelecer uma política de habitação equilibrada, garantir uma política social que apoie a população mais carenciada e promover condições adequadas de atração do investimento privado. Se não o fizer, pagaremos um preço demasiado elevado e continuaremos a afastar-nos do resto da Europa”
A CPCI reitera a disponibilidade para, em conjunto com o Governo e todos os partidos políticos, trabalhar nas soluções que o tecido empresarial e o País exigem e recorda que, em tempo oportuno, apresentou um documento intitulado “Vencer o Desafio do Crescimento e do Emprego” que alertava precisamente para necessidade de inverter o défice de investimento que, infelizmente, demonstra estar a agravar-se profundamente e apontava medidas prioritárias que, a cada dia que passa, se revelam mais necessárias.