Lisboa vai ter um Museu Judaico
O projecto é da autoria da arquitecta Graça Bachmann, com a colaboração dos arquitectos Luís Neuparth e Pedro Cunha
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Os acordos de colaboração que formalizam a constituição do futuro Museu Judaico de Lisboa foram assinados, numa cerimónia que decorreu no Largo de S. Miguel (Alfama), onde o Museu ficará instalado. O projecto é autoria da arquitecta Graça Bachmann, com a colaboração dos arquitectos Luís Neuparth e Pedro Cunha. De acordo com a autarquia, a primeira fase do projecto está orçada em cinco milhões de euros e o Museu deverá abrir portas dentro de um ano.
Na assinatura dos acordos, Fernando Medina lembrou que o Museu é “uma velha ambição da Câmara Municipal de Lisboa” e assegurou que o equipamento museológico irá permitir “recordar o que foi a presença culturalmente diversa na nossa história, sem esconder que a presença judaica foi feita de períodos de luz e de trevas”, numa alusão aos contributos enriquecedores da comunidade judaica e, depois, às perseguições de que foi alvo pela Inquisição.
A apresentação do que será o Museu Judaico esteve a cargo de Esther Mucznik, que manifestou a sua satisfação por aquele vir a ser instalado no Largo de S. Miguel, onde se localizou a Judiaria de Alfama. O Museu será “um espaço pedagógico, defendendo o pluralismo religioso e cultural, contando a história de 1000 anos dos judeus em Portugal, que tanto contribuíram para a identidade nacional”. No mesmo sentido, o actual presidente da Comunidade Israelita de Lisboa, Gabriel Steinhardt, recordou as raízes judaicas de grande parte da população portuguesa, regozijando-se por o futuro Museu vir a revelar “o muito que a Lisboa judaica tem para contar”.
Vitor Costa, do Turismo de Lisboa, referiu também a importância económica de um equipamento como este, por vir potenciar a atractividade da cidade junto dos mercados judaicos espalhados pelo mundo.
Patrick Drahi, cujo donativo viabilizou o projecto, confidenciou motivos pessoais para este apoio, pois é “português e sefardita de origem e as nossas histórias pessoais cruzam-se nesta cidade”, de onde a sua família partiu para Gibraltar, Marrocos e França, onde Drahi se encontra radicado.
O Museu Judaico de Lisboa é uma iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa, há muito reivindicada pela CIL – Comunidade Israelita de Lisboa e agora desenvolvida em parceria com esta entidade e com a ATL – Associação de Turismo de Lisboa, e com o apoio da Fundação Lina e Patrick Drahi e da Associação da Rede de Judiarias de Portugal.