As soluções da JETSJ para actuar em edifícios centenários
Numa apresentação nas Jornadas Luso-Espanholas, a JET SJ apresentou as suas soluções para a escavação e contenção periférica e recalçamento de fachadas de edifícios centenários. O Construir mostra agora algumas dessas soluções da empresa de geotecnia
Pedro Cristino
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Numa apresentação nas Jornadas Luso-Espanholas, a JET SJ apresentou as suas soluções para a escavação e contenção periférica e recalçamento de fachadas de edifícios centenários. O Construir mostra agora algumas dessas soluções da empresa de geotecnia
O recurso a trabalhos de escavação e contenção periférica para a construção de estruturas enterradas de novos edifícios associados à preservação das fachadas de edifícios históricos tem sido, segundo a JET SJ, cada vez mais frequente nos últimos anos, “em particular nas zonas centrais e históricas das grandes cidades europeias, onde o maior número de imóveis de elevado valor patrimonial e arquitectónico se encontra, em geral, associado à maior necessidade de criação de espaços enterrados”. Dado o impulso que a reabilitação urbana tem tido nos centros das cidades do país, torna-se pertinente conhecer melhor estes métodos e é nesse sentido que o Construir explora a apresentação que a empresa portuguesa de geotecnia JET SJ levou à 5.ª edição das Jornadas Luso-Espanholas de Geotecnia – Escavação e Contenção Periférica e Recalçamento de Fachadas de Edifícios Centenários na Rua Rosa Araújo, em Lisboa. O artigo da empresa portuguesa apresenta as soluções preconizadas e executadas para os trabalhos de escavação e contenção periférica e de contenção e recalçamento de fachadas centenárias, “adoptadas no âmbito da execução dos quatro pisos enterrados e dois edifícios desginados por Hotel Porto Bay Liberdade e Liberdade 203, localizados na Rua Rosa Araújo. A estabilidade das fachadas, relativamente às acções horizontais durante a obra, foi assegurada provisoriamente por uma estrutura metálica de contenção. Por sua vez, o recalçamento foi realizado através de duas fiadas de microestacas, “de forma devidamente compatibilizada com as soluções adoptadas para a contenção periférica da escavação e para a contenção de fachadas”. A escavação foi realizada “ao anbrigo de uma contenção periférica, executada com a tecnologia denominada de “Berlim definitivo” e localizada parcialmente sob o plano das fachadas principais existentes e preservadas”.
Condicionamentos
Como condicionamentos, a JET SJ identificou três grupos: geologia, geotecnia e hidrologia; condicionamentos arquitectónicos e de natureza construtiva e os condicionamentos de vizinhança. Relativamente ao segundo grupo, o artigo explica que, no local de implantação dos dois edifícios existiam edificações em alvenaria, “cujo interior foi demolido e as fachadas frontais, junto à Rua Rosa Araújo, e as de tardoz, no interior do recinto de escavação, foram preservadas”. No que concerne ao último conjunto, a empresa frisa que o recinto de escavação de ambos os edifícios se encontrava delimitado por edifícios de alvenaria e outros com estrutura em betão armado e pela própria rua. Assim, as soluções adoptadas foram concebidas “de forma a minimizar o impacto no normal funcionamento das referidas estruturas e de todas as infra-estruturas vizinhas durante e após a conclusão dos trabalhos”.
Soluções propostas
O recalçamento das fachadas preservadas foi materializado através de duas fiadas de micro-estacas de secção tubular – uma fiada de cada lado das fachadas – “solidarizadas entre si”. Para as fachadas a preservar, recorreu-se a vigas de recalçamento de betão armado, ligadas às referidas paredes através de mecanismos de costura constituídos por barras de aço de alta resistência, pré-esforçadas por aperto, do tipo “Gewi”. Segundo a JET SJ, este sistema tem como principal função a transmissão do peso próprio da fachada para as microestacas. Foram adoptados perfis metálicos tubulares em aço de alta resistência, com comprimento de selagem abaixo da cota de fundo de escavação, em terrenos com NSPT superior a 40 pancadas. Estes elementos foram colocados no interior de furos com diâmetros de 8 e 10 polegadas e submetidos à injecção de preenchimento e de selagem, “esta última realizada através de sistema IRS, no comprimento correspondente ao bolbo de selagem”. Com vista a garantir a verificação da segurança à encurvadura, as microestacas de recalçamento das fachadas de tardoz foram travadas por troços de laje em betão armado, para travamento horizontal das microestacas, ligados à parede de contenção. No caso das fachadas principais, as microestacas de recalçamento de interiores permitiram ainda o apoio dos painéis de betão armado da contenção periférica. Para a contenção das fachadas às acções horizontais, em particular à acção do vento e do sismo, foi adoptada uma solução modular e reutilizável, desenvolvida e aplicada pela PERI, no caso do Liberdade 203, e pela Carldora no caso do Porto Bay Liberdade. Estas soluções foram “devidamente compatibilizadas com as soluções adoptadas para o recalçamento das fachadas e para a contenção periférica”. A solução de contenção de fachadas em ambas as situações assentou no apoio lateral das fachadas principais e de tardoz em torres, que foram fundadas em microestacas, “de características análogas às consideradas para o recalçamento das fachadas e para contenção periférica”. Com vista a garantir o travamento das microestacas de fundação da estrutura de contenção de fachada de tradoz, para os esforços horizontais, foi prevista a execução de perfis UNP colocados em diagonais em duas direcções, ligados entre si através de chapas metálicas, e ligados às bandas de laje através de chapas metálicas. Relativamente à contenção periférica, atendendo aos condicionamentos, “nomeadamente à necessidade de preservar as fachadas existentes, no interior do recinto de escavação e a existência de camada de aterros com espessura significativa”, a escavação para execução dos pisos enterrados, com profundidade máxima de 14 metros, foi realizada ao abrigo de uma parede de contenção periférica, executada de acordo com a tecnologia “Berlim definitivo”. “Neste tipo de solução, a parede de contenção é realizada por painéis de betão armado e por níveis, de cima para baixo, sendo os referidos painéis apoiados em perfis metálicos verticais, executados antes do início dos trabalhos de escavação e cuja função é suportar as cargas verticais a que a contenção está sujeita”, explica o artigo. Por sua vez, o respectivo tratamento foi garantido, “onde possível”, por ancoragens pré-esforçadas e escoras de canto provisórias.