Castelo Branco investe na requalificação do Parque da Cruz de Montalvão
Ao CONSTRUIR, o presidente da autarquia, Luis Correia, revela que a requalificação do Parque Urbano da Cruz de Montalvão “vem permitir a criação de mais um espaço verde na cidade
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Está escolhida a proposta vencedora para a requalificação do Parque Urbano da Cruz de Montalvão, uma área de 21 hectares situada a sul da cidade de Castelo Branco que, no entender dos responsáveis autárquicos, vai resultar numa vasta área verdadeiramente intrincada no contexto e vivência urbana da cidade beirã, proporcionando um espaço único de recreação, descanso e lazer.
Ao CONSTRUIR, o presidente da autarquia, Luis Correia, revela que a requalificação do Parque Urbano da Cruz de Montalvão “vem permitir a criação de mais um espaço verde na cidade, fortalecendo a imagem que pretendemos de Castelo Branco ser também uma cidade verde, e cria condições para que este sirva como elo de ligação a uma zona de lazer (Piscina Praia de Castelo Branco) e o centro da Cidade”. Para o autarca, o projecto desenhado pela arquitecta paisagista Verónica Ribeiro de Almeida, vencedor do concurso de ideias promovido em parceria com a Ordem dos Arquitectos, “vem trazer modernidade a um espaço que neste momento está abandonado e define o prolongamento do trajecto urbano, possibilitando que quem frequenta este espaço possa também usufruir da sua envolvente. A ideia passa, por isso, por fazer com que este espaço seja um espaço vivido e fruído por todos, não apenas aos fins-de-semana, mas durante todos os dias”.
Proposta vencedora
Verónica Ribeiro de Almeida é a autora do projecto vencedor do concurso de ideias que será agora convertido em projecto de execução, tendo-se destacado entre as 19 propostas apresentadas. O objectivo passava por requalificar uma área localizada num tecido urbano em expansão e consolidação, com limites e densidades muito variáveis, desde a moradia ao edifício de habitação em altura. “Este contexto”, segundo a arquitecta, “moldou, desde o início, a forma como olhámos para o espaço do parque, obrigando-nos a questionar como este poderia ser atractivo para a população”. Para Verónica Ribeiro de Almeida, o sucesso da vivência e manutenção daquela área “está intrinsecamente ligado à existência e frequência de utilizadores, assim como à sua facilidade de acesso. Uma vez que o tecido urbano envolvente ao parque não permitia imaginar uma acessibilidade e vivência semelhante em todo o espaço, a estratégia de concepção do parque passou por assumir a importância do fluxo pedonal já existente entre o centro histórico e os centros educativos e comerciais, sob a forma de uma rua densamente arborizada que denominámos por ‘artéria verde’, que será ocupada com circulação pedonal e ciclável.“. A arquitecta explica que os diversos programas se estendem pelo desenho da artéria verde e que estão organizados de modo a potenciar o cruzamento entre os diversos utilizadores, dando como exemplo “as pessoas que se deslocam para o pólo educativo se possam cruzar com um desportista, uma família ou um utilizador do café”. Os espaços mais importantes e que formam o núcleo do parque são o grandes relvado (1,5ha), o anfiteatro natural e a praça, que contém o café, a ludoteca, o anfiteatro de pedra e os jardins de fresco. Tendo como foco os utilizadores de vizinhança, com um uso mais frequente, o “novo” Parque Urbano contará com dois parques infantis, e um percurso de manutenção. Toda a disposição e ideia de parque obedeceu à criação de um grande conforto microclimático, nomeadamente num contexto em que as ondas de calor tenderão a aumentar e atendendo à realidade climática da própria cidade. Assim, tal como em algumas das avenidas mais antigas da cidade, a proposta vencedora será densamente arborizada, de modo a formar um tecto de protecção e a sombra necessária, permitindo um abaixamento de temperatura na ordem dos 5ºC, recorrendo a plantas húmidas e nebulizadores, para refrescar os visitantes e as pessoas de passagem pelo parque. A estratégia de vegetação seguiu a da utilização do parque e funcionará com uma velocidade de desenvolvimento a 2 tempos: ao longo da artéria verde, orla, praças e limites de relvados, a vegetação arbustiva e arbórea será regada para um crescimento rápido, proporcionando uma aparência mais húmida e a criação de sombra; nas zonas menos utilizadas, a oeste, a vegetação será de caracter mais ruderal e de desenvolvimento mais lento, com regas pontuais, reproduzindo de forma ornamental a flora mediterrânica. Pretende-se que esta zona permita apreciar a beleza, a biodiversidade e a cultura associadas à flora endémica em pleno solo urbano.
“Esperamos que este espaço proporcione e potencie a importante ligação entre homem, urbanidade e natureza, e que através das soluções encontradas, se possa desenvolver um espaço público que contribua significativamente para a vivência, cultura e qualidade de vida dos habitantes de Castelo Branco”, garante Verónica Ribeiro de Almeida.
Novos desafios
Questionado sobre a parceria desenvolvida com a Ordem dos Arquitectos para o concurso de ideias relativo ao Parque Urbano da Cruz de Montalvão, o presidente da Câmara de Castelo Branco, Luis Correia, admite que tendo em conta os resultados deste concurso – e a “garantia de qualidade”, como sublinha – “a ideia é continuar esta associação com a Ordem dos Arquitectos já no próximo projecto que irá arrancar até ao final do ano e que irá mudar, positivamente, a face da cidade e o seu futuro. O futuro de que fala está plasmado no Plano de Desenvolvimento, Castelo Branco 2030, programa que integra um conjunto de intervenções já em curso ou em fase de desenvolvimento “que reafirmam Castelo Branco enquanto cidade com qualidade de vida e referência ambiental”. O autarca destaca os projectos e reabilitação e requalificação urbana na antiga Fábrica Metalúrgica, a criação de novos espaços verdes e de uma rede de ciclovias, ou até mesmo as obras de cariz mais social, como as hortas urbanas na Quinta do Chinco ou a criação do Centro de Oportunidades Sociais na Quinta do Moinho Velho.